A primeiro de tudo, não tenho muitas lembranças do que aconteceu no início do dia, pra mim é meio difícil de lembrar o jeito que eu acordei bem no dia que alguém que eu nunca vi na vida decide apontar sair atirando pela minha Universidade. Mesmo assim lembro perfeitamente de ter corrido para o laboritário para me trancar, apenas eu e mais ninguém, fiquei sentado ao lado da porta enquanto ouvia gritos de desespero e choro pelo corredor, de certo modo eu também chorava, mas nem eu percebia. As lágrimas que saiam dos meus olhos passavam sem eu perceber, parecia um piada de mal gosto do universo comigo, afinal, eu havia lutado tanto por uma vaga em uma universidade aqui, eu e meu irmão conseguimos uma bolsa integral para cursar algo, ele sempre foi mais de exatas então eu realmente não sabia o que ele cursava, mesmo que ele vivesse falando de como amava o curso dele. Já eu, escolhi a parte artística e por enquanto havia me indentificado 100% com o curso.
Pow
Atiraram na sala em frente a minha, eu pensei que seria questão de tempo até ele vir até mim, mas não aconteceu. O atirador nem ao menos tentou bater na minha porta.
-Eu preciso procurar meu irmão - Falei para mim mesmo.
Destranquei a porta e me deparei com duas garotas saindo em minha frente.
-Vocês tão bem? - Eu disse com avoz tremendo.
-Melhor impossível - Disse uma ruiva com a perna ensanguentada.
Impressionamente como ela mantia um humor arrogante numa situação como essa.
Uma outra garota, com cabelo até seus ombros e olhos puxados carregava ela, a garota estava chorando e havia sangue no seu corpo.
-Esse sangue é dela? - Perguntei confuso. A quantidade de sangue em suas roupas era muito maior do que podia para uma pessoa que levou um tiro na perna e está falando normalmente.
-Não - Ela falava soluçando - É... Josh.
Estremeci.
-Mas... Josh é meu irmão.
Até a ruiva irônica ficou com um olhar sério.
-Olha, cara...
Eu passei pelas duas que me olhavam preocupados, se fosse ele, eu tinha que vê-lo, pensei.
Estava o corpo de meu irmão morto, com os olhos abertos para cima e sangue em sua boca, demorei 2 longos minutos quebrando tudo na sala. As duas meninas me olhavam com um olhar de pena, embora a da ruiva parecesse mais de desaprovação.
-Calma... Calma... Qual é seu nome?
-A-Alex...
-Emilly, esta aqui com a perna sangrenta é a Alexa.
-Uau, olha se a gente sobreviver pega meu número e salva como perna sangrenta.
Estávamos no segundo andar e eu sabia que perto havia uma escada, era questão de apenas alguns metros até que eu chegasse até a saida da Universidade.
-Olha eu vou sair pelo primeiro andar. Vocês vêm comigo? - Eu falei com a voz tremendo, por ainda sentir vontade de chorar por estar perto do corpo de Josh.
Elas se olharam se perguntando se aquilo realmente era uma boa ideia.
-Porra, por que não? - Disse a Alexa.
Emilly parecia reluntante em fazer isso.
-Olha, é pouco provável que ele volte aqui...
-Mas é muito menos provável que ele saia da Universidade e me mate lá na rua.
Olhei na janela e avistei vários policiais do lado de fora
-Com certeza vai haver algum lá embaixo que nos ajude a sair.
Após 1 minuto de silêncio Emilly concorda.
-Só espere um segundo.
Eu me abaixei e fui até o corpo de Josh. Comecei a chorar mais ainda.
-Eu vou viver por você, Josh.
E deixei em cima do corpo dele uma foto de nós dois, no dia que entramos na Universidade, descemos Alexa pelas escadas, o que levou um tempo e gritos de dor abafados por ela.
-Estamos quase lá, calma. - Sussurrando dizíamos para ela.
Após descer estávamos no meio da universidade, ainda faltava um pouco até a saida.
-Vamos pelo corredor Oeste.
Entramos pelo corredor que havia várias salas vazias e entreabertas.
Quando pensamos que estávamos bem.
-Alex...
-Oi?
Virei para trás e o atirador apontava a arma para nós.
Ele atira para cima e nos trancamos em outra sala, eu já estava de saco cheio de entrar em salas. Isso não tem fim?
-Porra! - Ouvimos do lado de fora o barulho clássico de uma arma sem balas. - Não se preocupem, eu vou pegar mais bala na minha bolsa e vocês morrem rapidinho.
Ouvimos ele se afastando, mas pelo que aparentava ele ainda estava no corredor.
Ligamos a luz da sala e vimos um garoto deitado embaixo de uma mesa.
-Oi - Ele disse.
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7 almas
Short StoryParecia mais um dia normal numa universidade de uma cidade pacata do Arizona, quando um louco chega atirando. 7 pessoas, com personalidades distintas e que nunca haviam se visto na vida inteira contam seus relatos sobre o dia mais horrível e tenso d...