Basicamente, não era para mim um dia normal, sim, eu saí do dormitório como todos os dias para minha aula. Esse tipo de coisa é o que faço em meus dias normais, só não era normal o que eu planejava fazer depois.
-Bom dia Lex!
Eu ignorei, nem mesmo olhei quem falou isso tão animada, continuei meu trajeto de uma vida de merda que eu levava, após mais um dia de aula normal, eu veria se valia apenas continuar vivendo nesse mundo. Eu já tinha meu plano caso não, e era bem simples eu ia me jogar do prédio da Universidade, qualquer um que ouça isso, eu sei o que pensam.
"Que fraca"
"Que egoísta"
"Na frente da escola toda? Você quer chamar atenção"
Foda-se eles, eu ia estar bem enterrada (se sobrar algo do meu corpo) no meu plano não constituía aquele ato de gritar para todos ouvirem e fazer um circo dramático para todos, eu só ia pular e pronto.
O motivo? Após minha mãe ler minhas conversas no celular ela descobria que eu sou lésbica. Até aí sem problemas, mas vocês já devem ter imaginado a merda que deu, ela basicamente me espancou, me chamou de lixo, disse que eu não era da família. E não apenas ela, minha família inteira fazia o mesmo, sendo que por 19 anos da minha vida juraram que me amavam. Eu estava indo em direção à sala quando ouvi sons de gritos e tiros
-O quê? - Eu falei em voz alta, a única simplesmente parada enquanto todos corriam, vi ele entrando no banheiro.
-Calma eu vou levar só uma de vocês.
Eu sabia que aquela era minha grande chance, de uma otaria que pulou de um prédio para uma heroína que se sacrificou? Eu sei que é idiota, mas o jeito que você morre importa.Entrei sem fazer barulho numa cabine enquanto ele não me via, não faço ideia de como não viu.
Ele estava prestes a atirar numa garota que estava trancada e provavelmente não ia abrir, o que faria ele irritado e mais violento.
Me joguei na frente dele e me ofereci, ele sorri, não fiquei atingida mesmo que sua risada fosse extremamente perturbadora.
Ele então mira na minha cabeça, fecho os olhos tranquilamente, esperando meu momento.
Pow
Caí no chão gritando de dor o filho da puta atirou na minha perda, após um ou dois minutos a garota saiu de lá, ela tentava me salvar. Eu ainda via esperança em sangrar até a morte, então fiquei desanimada sobre isso.
Ela começa a gritar coisas sobre qual meu problema, eu não dei a mínima e confesso que nem lembro o que ela falou.
-Aliás, meu nome é Alexa.
Ela se acalmou e disse
-Emilly.
Ela de um jeito conseguiu me carregar de modo que andassemos sem eu mexer minha perna machucada.
-Qual seu problema? Por que você fez isso?
Eu ri
-Preferia ter levado um tiro na porra da sua cabeça?
Ela se cala, parecia bastante ofendida.
-O que foi?
-Tem alguém nos seguindo.
Minha barriga gelou por um segundo, ela nos vira para trás e perguntamos ao mesmo tempo
-Quem é você?
-Josh. Eu tava procurando um lugar pra se esconder, que merda vocês tão fazendo expostas aqui?
-Eis o resultado de se esconder. - Disse Emily apontando pro meu pé, ela não mencionou que eu me joguei para levar um tiro.
Josh se mostrou surpreso.
-Cara... Como você ignora a dor?
-Ela pode trazer uma recompensa. - Eu disse pensando na morte, claramente.
-Profundo.
Ouvimos mais tiros se aproximando.
Josh e Emilly fizeram o máximo pra me carregar mais rápido ainda. Nos escondemos numa sala vazia e trancamos tudo.
-Tipo um acampamento - Eu falei rindo
Os dois olharam para mim preocupados e irritados
-Tudo bem. Vou continuar sorrindo.
Os tiros começaram a se aproximar de nós, mas a sala era um bom abrigo.
Achamos que os tiros haviam ido, para longe da sala, estávamos bem tranquilos quando ele começou a bater na porta.
-Eu sei que vocês tão aí. Mas não precisa abrir a porta.
Josh e Emilly fizeram uma cara de confusos enquanto Josh fazia questão de empurrar-se contra a porta para não correr o risco de ser aberto.
-O que ele quer dizer com isso? - Emilly sussurava
Pow
Ele atirou na porta, mais precisamente na barriga do Josh que imediatamente cai no chão e jorra rios de sangue pela boca. Do outro lado ouvimos o atirador rindo e indo embora
Emilly parecia chocada com o que via.
-Poxa. Nem perguntei o sobrenome dele - Eu disse.
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7 almas
Short StoryParecia mais um dia normal numa universidade de uma cidade pacata do Arizona, quando um louco chega atirando. 7 pessoas, com personalidades distintas e que nunca haviam se visto na vida inteira contam seus relatos sobre o dia mais horrível e tenso d...