Capitulo dois

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Já havia guardado toda a compra e decidido o que ia fazer pro almoço.

E para contar as novidades à minha tia.

Ela deve comer coisas saudáveis no almoço e quase nunca come doce. Se tinha uma coisa que eu sabia fazer muito bem e que minha tia era louca, era torta de pêssego.

Ela já estava quase pronta, o cheirinho no ar.

— EU CONHEÇO ESSE CHEIRO. — ela grita, e eu sorrio de lado. — SURPRESINHA PRA MIM EMILY?

— SIM! — grito de volta.

Olho as panelas.

Havia feito arroz e frango cozido. Na geladeira havia salada.

Retiro a torta do forno e a coloco em cima da mesa.

O cheiro estava maravilhoso.

Pego dois pratos e coloco em cima da mesa. Coloco um pouco de arroz nos dois e faço o mesmo com o frango. Vou até a geladeira e pego no refratário da salada. Coloco mais pra ela do que pra mim. Coloco os pratos em cima da bandeja e encho dois copos com suco de laranja natural.

Respiro fundo e vou para a sala.

— Se a senhora comer tudinho, terá uma maravilhosa sobremesa. — digo.

— Mas essa comida sem graça de novo?

— A senhora sabe que não pode exagerar! — coloco a bandeja em cima dela e pego meu prato e copo.

Me sento no sofá.

— Aquele cheiro lá... — ela come. — Hmm... é torta?

— Sim. E da que a senhora mais gosta.

Ela levanta as sobrancelhas sorrindo.

Assisto tv e como minha parte. Quando ela acaba, levo tudo para a cozinha e coloco na pia.

Pego nos pratinhos de sobremesa e parto a torta. Boto um enorme pedaço para ela e vou para a sala.

— Aproveite! — digo colocando a torta na sua frente.

Ela começa a comer.

— Sabe tia, hoje no supermercado... Hmm... ajudei uma grávida a controlar suas filhas gêmeas. — digo.

— Legal.

Respiro fundo.

— E... Ela... — como um pedaço da torta e a olho. — Ela me convidou para trabalhar pra ela.

Ela para de comer.

— O que?

— É. Ela me chamou para trabalhar de babá.

— Você fez bem em recusar.

Ela volta a comer.

— Eu... eu não recusei.

Vejo-a largar o garfo e me encarar novamente.

— Está pensando que vai trabalhar?

— Eu vou trabalhar!

— E quem vai cuidar de mim?

— Vou contratar uma enfermeira!

— VOCÊ PROMETEU AO SEU PAI!

— Eu sei. — falo baixo. — Mas preciso começar a cuidar da minha vida.

— EU SOU SUA ÚNICA FAMILIA. SUA PRIORIDADE!

— Isso não é verdade.

— CLARO QUE SOU. — ela esbraveja. — VOCÊ PROMETEU PRO SEU PAI QUE CUIDARIA DE MIM, NOITE E DIA! E NÃO ESTÁ CUMPRINDO A PORRA DA SUA PROMESSA.

Uma Linda Babá - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora