III

63 7 0
                                    

Desci as escadas e abri a porta, ela parecia estar feliz e tinha certeza que me contaria muita coisa. Comecei a chorar e a abracei forte, ela só ria e se perguntava porque eu estava fazendo aquilo, disse o que tinha acontecido e os risos abafaram a minha voz. Subimos para o meu quarto e perguntei o que tinha acontecido, Cris olhou pra mim e começou a me observar, por final disse:

__ Fui até o cinema como Felipe tinha dito, mas não o encontrei. Fiquei 1h e 30 esperando e nada, quando estava indo embora vi um garoto com um buquê de rosas na mão, mas ele não parecia feliz, fui onde estava e o mesmo se apresentou como Danilo, contou-me que queria se declarar para uma garota e marcou com ela de ir ao cinema, ele estava repetindo ansiosamente o que iria dizer a garota, quando se deparou com a cena dela beijando um garoto na rua. Ela viu Danilo e nem se importou, entrou em um corolla preto e foi embora com o rapaz. Danilo sentou na sarjeta e não conseguia esquecer a cena dela beijando outro garoto, ele simplesmente chorava e repetia diversas vezes "Não pode ser ". Neste momento cheguei e começamos a conversar, ele se acalmou e decidimos dar uma volta pela cidade.
Ele começou a me contar sobre as coisas que gostava e como era sua rotina, parecia ser uma pessoa interessante. Fomos a Praça da catedral e sentamos em um banco, continuamos a conversar.
Ele estava dizendo que gostava muito da natureza e quando estava no acampamento conheceu Vanessa, a garota do buquê de rosas. Eles se tornaram amigos e ele acabou se apaixonando por ela e hoje viu que esse amor não é recíproco. Danilo quis mudar de assunto e disse que queria me mostrar uma coisa, me puxou pelo braço e saímos correndo em direção ao Rio São Luís, estava quase sem ar quando chegamos e notei que a minha bolsa tinha ficado no banco da praça,  voltei para buscá-la, mas já não estava lá. Não tinha o que fazer e continuamos a andar pela cidade, fomos ao prédio Shilt e ficamos olhando a bela cidade lá de cima, logo me lembrei do livro Cidades de papel, seria Juiz de fora a minha cidade de papel?
A vista era linda, as ruas todas iluminadas e uma pessoa legal do meu lado, era tudo o que eu precisava depois do que Felipe fez. Disse que estava muito tarde e viemos caminhando até aqui, anotei o número do telefone dele e depois disse que foi um prazer conhecê-lo , tudo acabou com um beijo no rosto e agora estou aqui.

Peguei a bolsa de Cris que Rafaela  havia me entregado e dei a  ela, me agradeceu e disse que sentia muito pelo o que aconteceu e eu também sentia.
Estávamos com tanto sono que acabamos adormencendo no tapete, apoiei a minha cabeça na escrivaninha e dormimos.
Acordei com os raios de luz refletindo no meu rosto, não tinha dormido direito e estava com dor de cabeça. Cris ainda estava dormindo,quando vejo uma mensagem de Murilo no seu celular, ele dizia que eles deviam se encontrar outra vez e que aquela noite tinha sido incrível. Como assim?
Murilo e Cristine estavam se encontrando? A minha amiga?  Isso não é possível...
Ela sabe que ainda gosto dele e faz isso comigo!
Havia uma outra mensagem e abro, dizia que ela conseguiu fazer ele esquecer e que foi difícil deixar de gostar de mim. Penso não ter discernido aquilo e leio novamente, fico pasmada com aquelas mensagens e acabo derrubando o vaso de flor da escrivaninha, Cris acorda e vê seu celular na minha mão.

*Se você estiver gostando da história não esqueça de votar.*

O Despertar Dos Ímpios Onde histórias criam vida. Descubra agora