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Não sabia que Cris era tão hipócrita a ponto de inventar uma coisa dessas, visualizei a mensagem e escrevi que tudo era mentira, que ela tinha armado para cima de mim, Murilo não acreditou e acabou me bloqueando.
  Tenho que confessar que aquilo foi uma facada no meu coração, a noite não passava e não conseguia dormir, quando fechava os olhos pensava nas palavras de Murilo.
Na escola todos me olhavam com cara de ódio e não foi difícil adivinhar que Cris contou  para todo mundo. Não estava feliz por estar sozinha,  mas estava aliviada por uma pessoa falsa ter saído da minha vida.
O Verão foi passando e  estava feliz por estar de férias, estava ansiosa para minha viagem a Suíça, faltava apenas dois dias. Queria ir embora da cidade porque não via mais graça no lugar, meu pai pensava na ideia de mudarmos para Berna e eu ficaria super feliz com isso. Imagina, amigos novos, vida nova em um lugar fantástico.
  Peguei meu passaporte e embarquei, a aeromoça pediu para colocarmos os cintos e que em aproximadamente 14 horas chegaríamos em nosso destino.
Peguei a revista da Tan e a folheei, na verdade era um manual de instruções, dizia que em casos de emergência devíamos pegar o kit debaixo do banco.
Meu celular estava na mochila de Fabrício e se fosse pegá-la teria que acordá-lo, ele parecia estar bem cansado e acabei preferindo não fazer isso. Para minha felicidade só estava eu e meu irmão, estava torcendo para não haver nenhuma pessoa na poltrona do meu lado.
Adormeci e acordei com a voz suave e ao mesmo tempo confiante de Aline Rousset, a aeromoça.Ela diz que havíamos  chegado em Los Angeles e a parada duraria aproximadamente uma hora.
Peguei meu pacotinho de cookies e comecei a comer, o barulho da embalagem fez Fabrício acordar e tive que dividir com ele.
Não tinha mais cookies e ainda estava com fome, peguei minha mochila no maleiro e peguei um salgadinho,  antes de abrir o pacote, chega um homem e diz que a poltrona do meu lado é dele,  ele se senta e ofereço o salgadinho, ele pega e quase come tudo, pergunto o seu nome e ele se apresenta como Genésio, um homem bem acima do peso e calvo, aparentava ter uns 45 anos, falava com  sotaque nordestino e realmente era de lá,  contou sua história de vida e que queria melhorar suas condições financeiras.Ele falava demais e torcia para parar e dormir,  não demorou muito para isso acontecer e preferiria ele falando do que roncando, ele parecia uma moto que eustava afogando. Tive que suportar isso o voo inteiro e meus pais me olhovam do outro lado rindo, me deixando ainda mais estressada. Depois de 14 h e 30 finalmente chegamos em Berna, mesmo com o voo estressante tudo valeu a pena, que cidade maravilhosa!
Pegamos um táxi e fomos para o hotel, a recepcionista falava alemão e sabíamos poucas palavras, tentei me comunicar com ela.

__Hallo, wir wollen zwei Zimmer bitte.

__Gute Nacht, Fräulein, hier sind die Schlüssel. - disse ela.

__ Danke.

Traduzindo:

__ oi, quero dois quartos por favor.

__ boa noite senhorita, aqui está as chaves. - disse ela.

__ Obrigada!

Fomos para o elevador e subimos para o quinto andar, o quarto 45 era no fim do corredor. Peguei a chave no meu bolso e abri a porta, que incrível, os móveis eram todos modelo imperial e no teto havia um lustre lindo de cristais. Coloquei as malas em um cantinho e pulei na cama, Fabrício ria de mim dizendo que eu estava parecendo uma criança.

__ Então a criança sou eu? Pelo menos não foi eu que briguei com o Genésio por causa de um salgadinho, não foi eu que emburrei por um salgadinho.

__ Você realmente não aguenta brincadeiras Helena. - respondeu irritado.

Apenas o ignorei e fui tomar um banho, quando voltei ele estava falando com Kelly, sua namorada. Fico me perguntando como um garoto de 14 anos chato e sem noção como meu irmão, ainda consegue ter uma namorada! Eles ficavam repetindo que se amavam e será que realmente se amavam? Era uma simples atração física ou uma paixonite aguda? Isso fazia tão pouco tempo!
Fui até a sacada e optei em deixar eles conversarem, isso é questão de privacidade.
Olhei as estrelas e automaticamente me lembrei de Murilo, era a pessoa que eu conhecia que mais gostava de admirar as estrelas.
Passou na minha cabeça que ele poderia estar agora com a Cristine, poderiam estar se divertindo,poderiam estar felizes...
Enquanto eu tentava tirar essa dor do meu coração e mostrar as pessoas uma felicidade inexistente, ele estava vivendo sua vida sem mim e isso não fazia nenhuma diferença para ele.
Talvez não era para ficarmos juntos, assim como não era para Hazel e Gus ficarem juntos, foram apenas momentos e tudo acabou muito rápido.
Não era o garoto certo pra mim e acabei tendo provas suficientes para essa afirmação, quando ele ia me beijar no dia em que estávamos admirando as estrelas, a mãe dele o gritou dizendo que estava na hora do jantar, quando ele me mandou mensagem dizendo que queria me contar uma coisa, passou um homem correndo e roubou o celular dele e quando tentei criar coragem para dizer que ele é o primeiro pensamento do meu dia, que quando o vejo meu coração dispara.Descubro que ele está se encontrando com a minha ex melhor amiga.
Se isso não são provas suficientes para dizer que ele não é pra mim, não me chamo mais Helena e sim a garota azarada.
Vou conseguir superar isso e como diz Miles de quem é você, Alasca?" saio em busca de um grande talvez".

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