Confusão

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Tchai brincava com um osso enquanto eu ia tirando minha roupa pelo corredor.

Tchai.

A prova de que é um cavalheiro. Em nenhum momento olhou para os meus seios ou minha bunda.

Meu pequeno, grande, dog homenzinho.

E eu realmente preciso fazer uma faxina nesse apartamento. Não que esteja bagunçado ao extremo, no entanto, ele não está um dos locais mais apresentáveis do mundo. Entrei no meu quarto e, antes de mais nada, me joguei na cama. Repassei na mente os últimos acontecimentos. Ou, um certo homem.

Okay. Primeira coisa: Preciso parar de pensar nele.

Meu celular vibrou ao lado. Uma mensagem de Arthur, interessante.

Arthur: Oi lu, como vai?
Gostaria de uma tequila hoje?

Ass: O cara mais gostoso do              mundo.

Homens. Não vou discordar que ele é gostoso, no entanto, se disser isso, vai se achar pelo resto da vida. E, convenhamos, um homem com um ego lá em cima é um desastre.

Oi! Estou bem. Já tenho planos para hoje a noite. Quem sabe outro dia.

    Ass: Aquela que discorda da sua suposta gostosura.

Joguei o celular ao lado e comecei a pensar em que roupa vou usar hoje. Sinceramente, sair com meus amigos do ensino médio é sempre motivo de risadas. Vamos a um clube de boliche que fica a duas quadras daqui.

Sou péssima em boliche. E sempre, sempre, o Bradley faz questão de jogar isso na minha cara. Não que eu ligue.

Meu celular vibrou novamente e, pela tela, vi que era do Arthur. Provavelmente, me pedindo uma chance para provar que é gostoso.

Quem sabe outro dia.

Tchai entrou no quarto, e ficou me olhando. Arqueei uma sombrancelha pra ele.

- Você está com fome? -- Perguntei.

Olhei no relógio do criado mudo e marcavam 15:04. Ótimo, tenho bastante tempo até às 19:00. Levantei da cama, nua como estou, caminhei até a cozinha. Minha casa não é enorme. É uma casa de conceito aberto. A cozinha é americana, e tem dois quartos.

O básico. Útil. Agradável.

- Hora de almoçar, meu amor. Que péssima mãe eu sou, hein! -- Disse para o tchai, enquanto colocava a ração em seu pratinho personalizado. Depois de tudo o que aconteceu comigo, no meu passado, jamais cogitei a idéia de ter filhos. E sempre amei animais.

Passei a mão na bancada de mármore da ilha da cozinha. Novamente e sem o meu consentimento, minha mente divagou para o momento em que a boca de Dean estava sob a minha pele. É incrível como ele cheira, desculpem-me o pleonasmo, incrivelmente bem.

E, mais incrível ainda, é como ele tem uma coisa, no mínimo, enigmática nele. Esse homem esconde algum segredo. E, sinceramente, minha vida sempre foi tão rodeada de segredos que eu nem sei mais o que pensar.

Na verdade, porque estou pensando nisso? Ele é apenas o meu vizinho. Que é bonito pra caramba. Tem os olhos e nariz mais lindos que já vi, uma boca pecaminosa, e uma aura de poder. Só isso. Até mesmo porque, devido a minha vida ser agitada, o máximo que acontecerá é nos esbarramos pelos corredores e elevadores.

Não que seja mal um sexo no corredor, próximo as escadas de emergências. Elevador é clichê demais.

Jesus! Porque estou pensando nisso mesmo?

A Amada De Dean WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora