twelve

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Continuei sentada no chão da sala, chorando, abraçada aos meus joelhos, quando ouvi alguém batendo na porta.
-Oi, entra... - falei abrindo a porta para Harrison entrar.
-Liv, ta tudo bem? Thomas me ligou e pediu pra vir ver se estava bem. - ele disse.
-Agora ele se preocupa... - falei fechando a porta.
-Como assim? O que ele fez? Ele te machucou? - Harrison disse com raiva.
-Não, não Haz, ta tudo bem... - falei, mas não consegui segurar o choro.
-To vendo que a convera não foi muito boa. - ele disse me abraçando.
-Haz, ele foi um idiota. - falei o abraçando também.
-Liv, calma, olha pra mim...Vai ficar tudo bem, eu to aqui. - ele disse levantando meu rosto.
-Obrigada! - falei secando as lágrimas.
Ficamos sentados no sofá por um tempo, sem falar nada, até Harrison quebrar o silêncio.
-Hey, você já comeu alguma coisa hoje? - ele disse e eu neguei.
-Só tomei café da manhã. - falei vendo Harrison ficar bravo.
-Olivia, você não pode ficar tanto tempo sem comer, você tem que se alimentar por dois agora, não se esqueça! - Haz disse me fazendo rir.
-Agora vem aqui que eu vou preparar alguma coisa. - falou me arrastando para a cozinha. Pouco tempo depois, Harrison me serviu um prato de macarrão, que eu devorei em poucos minutos.
-Liv, eu sei que é chato, mas posso te perguntar uma coisa? - Haz disse e eu assenti. -O que vai fazer agora?
-Não sei ao certo Haz, mas acho que vou voltar pra casa dos meus pais, nem que seja só por um tempo, preciso esfriar a cabeça... - falei depois de um longo suspiro.
-É uma ideia boa, mas vou sentir sua falta! - ele disse me abraçando.
-Eu também vou sentir a sua! - falei o abraçando também.
-E o Tom? Vai contar pra ele? - Haz falou.
-Não e espero que você também não conte. - falei.
-Mas Liv, ele é... - ele tentou falar mas o interrompi.
-Mas nada Haz, ele não se interessou nem por um minuto pela minha gravidez. Quando eu mais precisei, ele me deixou e se não fosse por você eu estaria sozinha. - falei enquanto lágrimas corriam pelo meu rosto.
-Tudo bem, tudo bem... você é quem decide. - ele disse ass3ntindo.
-Obrigada Haz... por tudo! - falei o abraçando.
Na manhã seguinte, acordei, tomei um banho e fui arrumar minhas malas, para voltar para casa dos meus pais. Harrison me ajudou a colocá-las no carro e também me deu uma carona até o metrô. Nos despedimos com mais algumas lágrimas e então entrei no trem. Depois de algumas horas de viagem, eu estava exausta, cheguei na estação de Manchester e assim que vi minha mãe, corri pros braços dela e caí no choro. Era uma mistura de sentimentos, alegria por vê-la depois de tanto tempo, mas também medo da sua reação quando soubesse do que estava acontecendo. O caminho até minha antiga casa foi tranquilo, minha mãe falava sobre meus trabalhos e eu respondia apenas o necessário.
-Cade o papai? - falei ao entrarmos em casa.
-Está trabalhando, daqui a pouco ele chega. - ela respondeu.
Ok, eu ia ter que esperar ele chegar pra contar, então peguei minhas coisas e fui ao meu antigo quarto, que continuava do mesmo jeito, pôsteres de banda e fotos de quando eu era pequena ainda decoravam as paredes. Arrumei minhas roupas no armário e deitei para descansar um pouco, tenho que admitir que sentia falta da minha velha cama. Mais tarde, minha mãe me chamou, desci e encontrei meu pai, me esperando de braços abertos, carregando um urso, corri pros braços dele e acabei chorando.
-Oi meu amor! - ele disse com a mesma voz doce que eu me lembrava.
-Oi pai, eu senti sua falta! - falei ainda abraçada nele.
-Eu também senti a sua, pequena! - ele disse secando minhas lágrimas.
-Olha o que eu trouxe pra você! - falou me entregando o urso.
-Obrigada pai... - falei com um sorriso no rosto.
-Venham, o jantar está pronto! - disse minha mãe da cozinha.
Sentamos na mesa, jantamos, conversamos bastante e depois, ajudei minha mãe com a louça. Estávamos sentados no sofá, assistindo tv, quando criei coragem para contar.
-Mãe, pai... - falei olhando pra eles.
-O que foi? - disse minha mãe.
-Eu tenho uma coisa pra contar... e espero que vocês entendam. - falei nervosa.
-O que houve, pequena? - meu pai disse pegando minha mão.
-É que, tem uma razão pra eu ter voltado, além da saudade de vocês. Eu... eu to... grávida! - falei com a voz baixa.
-O QUE? Como assim Olivia? Não me diga que não sabe de quem é? - e como esperado, minha mãe pirou.
-Calma mãe, eu sei quem é o pai... mas ele não está interessado nessa criança. Por isso eu vim pra cá, não queria ficar sozinha. - falei chorando.
-Oh meu amor, vem aqui! - meu pai disse me abraçando.
-Olivia, como você deixou isso acontecer? E a sua carreira? O que vai fazer? - minha mãe dizia quando foi interrompida.
-Já chega Alice!!! Não é disso que ela precisa agora!!! - meu pai gritou.
Fiquei deitada no colo do meu pai, enquanto ele fazia carinho na minha cabeça. Minha mãe foi até a cozinha, tomou um copo d'água e depois de alguns minutos, voltou.
-Minha filha, me desculpa... - ela disse se aproximando. -Eu só... fiquei surpresa, não quis te magoar. - ela falou chorando e aquilo cortou meu coração.
-Ta tudo bem, mãe. - falei a abraçando.
Depois disso, ficamos assistindo até que, como antigamente, acabei dormindo no sofá.

mine | tom hollandOnde histórias criam vida. Descubra agora