Acordei no meio da noite com uma leve cólica, que aos poucos foi aumentando. Levantei, fui até o banheiro e na volta senti um puxão forte na barriga, foi quando percebi que alguma coisa estava errada. Acordei Thomas e o avisei que não estava me sentindo bem.
-Thomas, acorda!!! - falei baixo para não o assustar.
-O que? O que foi? - ele falou acordando.
-E vou precisar que me leve ao hospital, tem algo errado. - falei calmamente mas como esperado, ele surtou.
-Ai meu Deus, o que você tem? O que tá sentindo? - ele pulou da cama e fez várias perguntas.
-Thomas, cala a boca! Só me leva pro hospital, agora! - Thomas colocou uma roupa, pegou um casaco pra mim e me levou até o hospital.
Chegando lá, falei com a atendente e logo fui atendida. Me colocaram em uma maca e fui levada até um dos quartos, onde o médico tirou uma amostra de sangue para fazer exames. Eu e Thomas ficamos no quarto em um completo silêncio, ele segurava uma das minhas mãos quando o médico finalmente voltou com os resultados.
-Olivia Jones? - ele perguntou e eu assenti. -Eu sinto muito, as notícias não são boas, você sofreu um aborto espontâneo. - disse ele calmamente.
No dicionário o significado da palavra dor é sensação penosa, desagradável, produzida pela excitação de terminações nervosas sensíveis a esses estímulos, e classificada de acordo com o seu lugar, tipo, intensidade, periodicidade, difusão e caráter. Mas posso afirmar que nenhum desses termos técnicos conseguiam traduzir o que eu sentia naquele momento. Em um momento, você tem um ser vivendo em você, que você aprende a amar e cuidar, e no outro você está em uma cama de hospital chorando a perda do mesmo. As lágrimas corriam pelo meu rosto em uma velocidade maior do que eu conseguia enxugá-las.
-Eu lamento muito... essas coisas são muito comuns de acontecer assim no início. Mas você vai ficar bem, vou te dar alta e vocês vão poder ir pra casa. Sinto muito! - o médico disse antes de deixar a sala.
-Tudo bem Dr., obrigada! - respondeu Thomas.
Os soluços do meu choro eram o único som naquele quarto, enquanto Thomas continuava ao meu lado, segurando forte uma das minhas mãos. Depois de alguns minutos, uma enfermeira veio avisar que eu tinha recebido alta e que já podia ir pra casa. Thomas depositou um beijo na minha mão, antes de levantar e ir até a recepção. Coloquei minha roupa e, por recomendação médica, fui levada em uma cadeira de rodas até o estacionamento. Agradeci a enfermeira com um leve sorriso e entramos no carro. O caminho foi silencioso, não sabíamos o que falar então o silêncio era a melhor escolha. Minha cabeça estava tão cheia que nem percebi quando tínhamos chegado e que a garoa, que antes caía lá fora, agora se transformava em chuva.
-Você pode ir pra casa Thomas, agora não tem mais nada que te prenda á mim. - falei abrindo a porta.
-O que? Liv, como assim? - disse ele antes de sair do carro.
-Qualé Thomas, quem a gente tava querendo enganar com essa história de pais? - falei enquanto a chuva caia sobre nós.
-Olivia, entra por favor... depois a gente conversa. - ele falou se aproximando.
-Não Thomas, acabou, vai pra casa, vai ser melhor assim... - falei entrando no meu prédio e deixando Thomas pra trás. Assim que coloquei os pés pra dentro de casa, meu celular apitou, mostrando uma mensagem de Tom.Ainda não acabou...
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mine | tom holland
FanfictionOlivia e Tom têm seus destinos traçados por uma troca de favores, á um certo amigo em comum.