Despedida prolongada

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Na mesa do bar. Minha voz rouca pela bebida que corria minhas veias. Minhas bochechas eram fogo e o sabor azul nos meus lábios vinho. Era adrenalina correndo na nossa conversa perdida me causando memórias. Colocamos as cartas na mesa. Quem é que tinha um "às" na manga? Eu te entreguei a vitória.

As luzes coloridas que marcaram nossa despedida.
Somos o segredo que vai nos matar.
Bêbados nós falamos aquelas palavras arriscadas e sem volta. Mas elas ficaram ambíguas na bebida.

E nós nos despedimos. Mundos diferentes. Mas poderíamos ter ficado juntos? Se aquelas palavras fossem sóbrias mudaria algo? Será que estaríamos juntos agora? Provavelmente não, por que somos os que somos e eu não quero que isso mude nunca.

Porque eu ainda quero reviver a despedida. Porque você sabe tão bem quanto eu que um final de semana nos espera em Brasília, mas apenas isso, só físico, e depois voltamos a amizade com pipoca e tekitos. Porque nada precisa se misturar, se eu pensei isso em algum momento, me bata, eu estava chapada, nada tem que mudar.

E nós vamos incendiar
Incendia os corpos no fogo
Queimar na noite fria e sem fim

Mas fomos para mundos diferentes... Para novos mundos...

E eu ainda estou me arrastando até você
Você vai esperar por mim? Enquanto me imagina fazendo o que não fizemos naquela noite?

Porque eu me arrasto para a despedida
Mesmo estando no sul

Mundos diferentes não apagam a faísca que não incendiou

E eu estou no sul
Presa na despedida
Me arrastando de volta para aquela noite
copos azuis liberam a verdade que jamais foi dita
E eu revivo aquela despedida

Não Leia Esse Livro (Wattys2019)Onde histórias criam vida. Descubra agora