Capítulo II: Dor

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...

Estava tudo escuro... Eu não via nada, isso estava me deixando nervoso e ansioso, porém de repente, em um flash de luz, eu estava no topo de uma colina, a grama era fofa e confortável, no topo só havia uma árvore e eu, mais adiante, no horizonte, era claro o sol, mas era o nascer ou o pôr do sol? Eu não sabia dizer....

-Onde estou?

Perguntei a mim mesmo.

-Ainda não notou que é um sonho, imbecil?

Ouvi a voz de Kris ressoando no topo da colina.

-Você não sabe ter Educação? A cada 3 palavras tem um insulto, chega até ser triste, Kris...

Peter respondeu.

Michael gargalhou e entre risadas tentou dizer:

-Você tá tomando... um esporro... do PETER... a que ponto... você chegou?!

Kris rosnou para eles.

Eu não aguentava mais a rixa deles, chegava a ser ridícula!

-Fiquem quietos! Se eu pudesse daria um soco em cada um de vocês, não aguento mais isso!

Kris: Ih ala, tá com raivinha!

Após dizer isso Kris entrou numa crise de riso frenética e sem sentido.

-Como faço pra acordar?

Perguntei.

Michael: Huum... parando pra pensar agora, não sei.

Peter: Mas olhem lá, não dá pra negar que é um lindo pôr do sol...

Kris: Não é um nascer do sol?

-Nem eu sei ao certo... e olha que o sonho é meu...

Kris: O sonho é nosso, seu merda.

Michael: Tenho que discordar do acéfalo... tenho quase certeza que é meu.

Kris: Eu vou te almoçar na porrada, idiota!

Peter: Parem de se insultar, credo.

Fiquei um tempo encarando o sol no horizonte e ficava me perguntando o porquê de ter que aturar eles, sério... Me fala um motivo, universo! só um!

-Enfim, quero sair daqui...

Afirmei, deixando claro que não ia entrar numa discussão sobre quem era dono do sonho.

-... Pessoal?

O silêncio se instalou, eu estava sozinho novamente... fechei meus olhos pra pensar melhor, quando os abri, estava em outro lugar, acho que em um armário ou uma dispensa, eu não conseguia me mexer, me sentia petrificado, havia uma... uma mulher comigo? Ela parecia aflita, respirava pesado, e abraçava meu corpo como se quisesse me proteger e repetia a mesma frase para mim, como se fosse um mantra:

"Ele não vai nos achar aqui... Vai ficar tudo bem..."

Em um clarão de luz a porta abriu e entre gritos alguém ou alguma coisa arrancou a mulher de mim, eu não conseguia focar no rosto dela, mas a voz me era familiar, apesar de não me lembrar de onde, era como se estivesse logo ali, mas estivesse muito longe pra alcançar...

Levei as mãos a cabeça, com o intuito primitivo de me proteger, só consegui desviar o olhar o suficiente pra ver a mulher ser arrastada para fora do lugar onde estávamos, algo me dizia para correr para ajudá-la, mas eu não conseguia me mexer, estava congelado de medo, nunca senti um terror tão grande, era como se o peso do mundo estivesse nos meus ombros me empurrando contra o solo.

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