Ela estava usando uma bandana vermelha sobre o cabelo castanho escuro que lhe chegava quase a altura da cintura, delineador preto sobre as pálpebras dos seus olhos castanhos, nos lábios delineados um gloss transparente. Usava um vestido preto no estilo mullet, um cinto também preto que lhe acentuava bem a cintura, nos pés uma bota preta, sem cano e sem salto.
Seu visual era como seu humor, quando ela se sentia mais confiável suas roupas tinham mais atitudes, e quando estava mais sentimental, talvez um pouco mais meiga ou simplesmente com preguiça, suas roupas eram mais simples, mais delicadas.
Desceu do seu carro popular vermelho e teve que encarar a faculdade nova, a cidade nova, e o pior, as pessoas novas. O medo que ela mantinha sobre as pessoas era perfeitamente normal para ela, sempre fora tímida nunca superou isso totalmente, mas agora era essencial.
Em quanto andava até a portaria do novo condômino onde iria morar ela pensou consigo mesma “Quase dezoito anos, essa não é uma idade propriamente responsável para uma garota morar sozinha, na verdade é a idade mais irresponsável possível.”.
Pegou as suas chaves com o porteiro, tinha ido morar num condomínio para estudantes que fora construído recentemente, sua chave era do chalé numero 34. Entrou no seu carro e desceu para encontrar seu chalé, ele era afastado da entrada principal e perto demais da floresta próxima ao lago Meredith.
O lago tinha recebido esse nome, pois há muito tempo uma bruxa muito poderosa chamada Meredith fora assassinada por afogamento pelos aldeões de Throjeime ( lê-se trojeime), atual nome da cidade.
Só de pensar nessa pequena historinha sobre Meredith já lhe arrepiava a nuca. Entrou no chalé, era pequeno, um quarto, uma cozinha, um banheiro, excelente para ela, lugares grandes demais a assustava muito.
“é... Hora de encarar esses caipiras!” – pensou ela, e ela era Kath, nome formal Katharine Brontë.
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__ Mãe, por favor, fala para ele ficar calmo. – dizia Saphira enquanto arrumava suas malas-
Seu pai colocava as mãos sobre a cabeça esfregando-a com raiva, seu rosto cansado estava vermelho, e isso parecia deixar seus cabelos grisalhos ainda mais embranquecidos.
__ Qual é o problema de vocês? – Saphira gritava sem nem mesmo olhar para seus pais. __ É sério? Caramba eu passei na faculdade, podiam pelo menos ficarem felizes com isso.
__ Filha nós estamos felizes por você, mas é Meredith. – sua mãe falava enquanto virava sua filha pelos ombros para ficar cara a cara com ela, uma expressão preocupada de olhos negros tristes sobre aquela pele branca com poucos sinais da idade, e o cabelo tingido de castanho acobreado a altura dos ombros.
Ela olhou incrédula para mãe e disse: __ Ah não né? Fala sério, mãe? Pai? Essa Meredith já morreu faz muito tempo e a cidade cresceu, apesar de ser ainda interior, mas a faculdade é ótima, sou maior de idade e quem cuida de mim mesma sou eu há tempos.
Ela fechou a mala rosa de rodinhas, carrego-a escadas abaixo, seus pais a seguiram, e antes que ela pudesse entrar no seu carro, que orgulhosamente comprara com seu próprio dinheiro, seu pai a puxou pelo braço firmemente e então a suplicou:
__ Saphira, minha filha, se algo acontecer de errado volte parar casa.
Ele a soltou e deixou que partisse rumo ao seu novo destino, e o que lhe partia o coração e atormentava a mente era que ele, mais do que ninguém sabia que aquele não seria um ano normal.
Ligou o radio do carro, ajeitou os cabelos ondulados compridos e pretos (exatamente como a noite sem lua, escura) apenas um lápis preto sobre a margem d’água dos seus olhos castanhos. Partiu.
Três horas depois estava em Throjeime e o radio do carro desligou, assim como todo o carro. Tentava girar a chave, mas o carro não pegava. “Droga, droga! O não carrinho vai lá, pegue, pegue!” – ela pensava. Algo bateu na janela do motorista, ela quase desapareceu pequenina sobre o banco com o susto.
Um motociclista, calça jeans surrada, jaqueta de couro e capacete preto, aquilo era a visão de um sequestrador, relutando para que o carro pegasse, ela se desesperou com medo. O homem tirou o capacete, e com um olhar azul, o cabelo liso quase totalmente curto escuro como os dela e a pele extremamente clara, ele bateu mais uma vez no vidro.
__ Moça, moça! Algum problema? Calma, não vou te pegar. Precisa de Ajuda? – ele dizia ao encara-la de uma forma mais meiga impossível.
__Me desculpe, meu nome é Saphira! – ela dizia abaixando o vidro. __E o seu?
__ Damon. Damon Wade. Seu carro afogou, morreu, deu problema. Chame do que quiser, mas não negue minha ajuda! – Ele disse sorrindo.
__ Você é mecânico? – Ela perguntou saindo do carro.
__ Não, mas posso chamar um amigo meu que faz socorro mecânico. – ele pegou o celular fazendo a ligação e em cinco minutos o socorro já estava ali.
Mais meia hora até seu carro estar em perfeito estado.
__ Então senhorita Saphira, quer dizer que vai estudar na Blue Stone University, e pensa em se mudar para o condomínio para estudantes? Ponte do Lago? – Ele falava casualmente acompanhando ela até seu carro. – Bom Saphira... Saphira? Desculpe-me, mas não me disse seu sobrenome.
__ Ah, que mal educada eu sou, meu nome completo é Saphira Hyde Jones! –disse entrando no carro-
Ele empalideceu ao ouvir seu sobrenome saiu de perto da moça, montou em sua motocicleta e partiu em alta velocidade.
“Garoto estranho” ela pensou.
Espero que tenham gostado, essa história foi escrita a 5 anos por mim e minha melhor amiga e só agora encontrei um meio de publica-la, nosso maior sonho? Que essa história se torne um livro!
Por favor votem pra eu saber que estão gostando!!!
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Herdeiras de Meredith
General FictionHavia magia herdada ou não em cada canto daquela cidade. Coisas que as pessoas não sabiam e que outras pessoas sabiam até de mais; romance, mistério, vida nova, descobertas... Afinal como um certo alguém dizia: nada é tão normal que não possa ser...