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Diferente da primeira vez em que estava indo ao encontro de Daegu Boy, agora, Jimin não se sentia tão nervoso. Mas também não podia dizer não estar. Sentia-se em um meio termo de; nervosismo, ansiedade e calma. Estava dentro do carro naquele momento, pensando na mensagem que recebeu com a localização do local em que o vídeo seria feito. Não era o mesmo da outra vez, e agora também não havia uma chave para que abrisse a porta. Se  perguntava se o clima entre ele e Daegu seria o mesmo da primeiro vez em que se viram, mas torcia para que não. Muitas coisas aconteceram, e em bem pouco tempo. Foi tudo tão rápido que, para Park, parecia até surreal.

Tinha de admitir que depois do dia em que foi mandado embora pelo homem,  tinha quase certeza que não teria outra chance de fazer aquilo que tanto queria. Apesar de toda a insistência que teve em relação isso, o medo de nada dar certo estava presente bem alí, dentro de si. Tanto que quase não acreditou quando a mensagem com um "você venceu" chegou para si. Era inacreditável, porém realmente tinha acontecido. Estava com certa vergonha ainda por ter mandado fotos explícitas à ele achando que fosse Taehyung, mas tinha em mente que aquilo deveria não mais importar. O lado bom desse acontecimento vergonhoso, foi que aprendeu que não devia mandar fotos suas para um número estranho. E claro, agora teria sua segunda chance com Daegu boy.

Foi puxado para fora de seus devaneios quando um tossir fraco adentrou por seus ouvidos, fazendo-lhe na direção do som no mesmo instante. O motorista olhava-lhe com as sobrancelhas levemente arqueadas, provavelmente se perguntando porquê Jimin ainda não havia saído de seu carro. Park encarou o homem de idade mais avançada por poucos segundos,  pois se deu conta do que estava acontecendo e decidiu parar de pagar mico, no momento.

— Já chegamos, né? — perguntou, apenas para confirmar, e observou o outro assentir fraco.

— Você parece nervoso. Emprego novo?

— Hã? Ah! Sim! Vou trabalhar de babá. — franziu o próprio cenho, pensando em quantos pontinhos já havia perdido no céu, apenas por mentir derivadas vezes.

— Boa sorte com a criança, elas te deixam louco. — "ah, essa deixa mesmo" pensou, não contendo uma risada baixa.

— Obrigado, senhor. — sussurrou antes de retirar-se do carro e parar diante do prédio.

O coração estava mais acelerado do que o normal e a respiração também mais intensa. Agora faltava pouco e, por algum motivo, suas pernas ficavam bambas ao pensar nisso. Pobre Jimin, mal sabia ele que em breve suas pernas ficariam bambas por outro motivo.

Andou com devagar até as portas do prédio e aguardou que as mesmas se abrissem, o que não demorou a acontecer. O lugar era de aparência bem chique e com um ar mais conceitual. A portaria pouco movimentada, mas bem arrumada incrementava bastante o ar do local. Jimin deu passos em direção ao elevador de portas cinzas e fez um pequeno aceno de cabeça ao síndico, recebendo do outro o mesmo ato.

Ao pôr os dois pés dentro da grande caixa metálica, as costas do Park foram de encontro as paredes gélidas do elevador e, por alguns segundos, sua mente se encheu de imagens que ele gostaria de tornar reais. Não podia negar, em milhares de momentos se imaginou junto de Daegu. Eram pensamentos pecaminosos, mas também pensamentos carinhosos e amorosos. E, por mais que aquilo tudo fosse apenas sua mente — pois nunca realmente iria acontecer —, ele gostava de se imaginar em momentos românticos com o homem.

Mas a questão do momento era: Park Jimin não tinha um pensamento puro em relação Daegu Boy e aquele elevador. Imaginava como seria excitante ser forçado contra aquelas paredes metálicas e logo depois ter o corpo tocado por aquelas mãos, as mãos que ele tanto sentia prazer em apreciar. Às achava lindas. Não se sentia mais estranho em fantasiar atos sexuais junto ao homem, afinal, logo um iria acontecer. Foi puxado para fora dos pensamentos impuros quando campainha do elevador avisou-lhe que tinha chego no andar que desejava, e saiu de dentro daquela caixa que lhe renderá ótimos pensamentos.

Daegu Boy Narrativas • y.minOnde histórias criam vida. Descubra agora