Capitulo 2

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Acordei de ressaca no dia seguinte. Parecia que tinha uma mini banda de metal batendo e gritando na minha cabeça. Fui logo correndo pro banheiro e vomitei tudo ali no vaso. Minhas ressacas são sempre uma porcaria. Na hora de beber, era só alegria, mas depois eu me sentia uma fossa ambulante. Resolvo tomar um banho pra ver se ele tirava essa nhaca que eu estava sentindo.

Saindo do banho, percebo meu celular tocando ali encima da cama e logo vou atendendo.

- Alô. – respondo com uma voz ainda grogue e com a cabeça ainda trincando.

- Anne? – escuto a voz de Louis no outro lado da linha.

- Não, minha vó.

- Ui, trocou a ferradura já cedo hoje é sua égua?

- Não, você pegou elas antes de mim.

- Eita que a ressaca ta foda viu.

- Tive que beber pra aguentar a pegação da Jenny e a Carol na minha frente. Porra, eu não curto mulher não, mas tô solteira a tempos, aquilo foi golpe baixo delas.

- Nem fale. Meu boy magia longe de mim, tenho que ter outros meios pra matar a saudades.

- Louis, não sou obrigada a você me falar das suas putarias solos não tá? Pelo amor de Deus.

- Antony com aquela pegada boa. Já ate me molhei pensando aqui.

Reviro os olhos.

- Tá sua quenga, tá subindo pelas paredes e seu boy só saiu por alguns dias, eu tô a quase 1 ano sem sexo! Imagina como eu tô?

- Já imagino as teias de aranha. Hahahahahahahahhaha.

Risada histérica justo com a porra da dor de cabeça que eu tava, ah, cruzes. Ainda te mato Louis!

- Nossa, tô rindo horrores. Muito lindo você rir da vida alheia sua desgraça.

- Rir assim é muito bom. – ele riu ainda mais.

- Vai fazer o que mais tarde?

- Não sei, talvez fique em casa.

- Venha pra cá. Faço uma pipoca mais tarde e podemos assistir uns filmes.

- Pode ser, eu levo umas biritas pra bebermos.

- Fechou?

- Fechou viada.

- Viada é teu cu.

- Não só o cu, mas o resto também amore.

Ahhhhh, Louis.

- Então ate depois.

Nossa sessão de cinema sempre começa bem, mas depois percebo que a praga do Louis já tá roncando ali no meio do filme. Isso que da beber antes de assistir. Acabei nem bebendo nada, pois não suportaria uma segunda ressaca.

- Mundo pode acabar e essa viada ai dormindo. – reviro os olhos e como uma pipoca e tomo refrigerante. Chacoalho ele. – Vai lá dormir no quarto de hospedes, não quero você babando no meu sofá.

- Só dormi um pouco.

- Você praticamente dormiu o filme todo. – vejo ele se espreguiçando. – Vai lá dormir.

Ele se levanta e vai para o quarto. Resolvo folhear a apostila do curso da Auto Escola. Tirar algumas duvidas enquanto as aulas não começavam.

Até que as aulas foram boas. O instrutor era um homem já velho, que era paciente, mas não muito. Ele lembrava o seu pai. Ate nos gritos. “CUIDADO COM A GUIA! NÃO, VOCÊ NÃO PODE ULTRAPASSAR O SINAL VERMELHO”. Mas era um bom instrutor.

Já tinha praticamente feito umas 6 aulas seguidas. Sam me dizendo que eu tinha pego bem o jeito, mas algumas vezes a maluca do volante se manifestava e sempre causava problemas. Um dia foi até engraçado. Um cara idiota havia passado por mim e me xingado por quase bater nele.

- Eu não nasci sabendo dirigir seu otário! – eu gritei alto virando o rosto. O filho da puta ainda me mostrou o dedo do meio para mim. – Enfia esse dedo no cu!

- Anne. – Sam chamou a minha atenção, mas ria com o ocorrido. – Não pode sair xingando todo mundo por ai.

- Mas você viu o que o babaca me fez! – eu resmunguei, enquanto parava o caro e trocávamos de lugar. – Sorte dele não ter metido a mãe dele na discussão, mas ai me controlei.

Sam riu.

- Mas ainda não acredito a boa evolução que você teve nesses dias. – ele comentou saindo com o carro e fazendo o caminho para voltar na Auto Escola.

- Ah, por favor! – eu quase implorei. – Faz um videozinho falando isso! Só para poder esfregar na cara dos recalcados que diziam que o instrutor iria sair correndo na primeira vez que eu pegasse no volante.

- Se bem que, quase fiz isso na primeira vez.

Levei a mão ao peito e fingi que estava chocada.

- Nossa, Sam. Você feriu meus sentimentos.

Ele riu.

Mas como coisa boa não dura muito. Logo fui informada por telefone que Sam sairia de licença temporária, pois estava com problemas em casa, e que outro instrutor iria ficar no seu lugar. Ah, mas como eu estava praticamente uma motorista espetacular, isso não me desanimou muito.

Ah, que engano. Pois vocês vão ver, que tudo que aprendi, foi por agua a baixo. No momento que o Instrutor Tom entrou na minha vida.

Dangerous DrivingOnde histórias criam vida. Descubra agora