Quando O Amor Acontece

capítulo 5

O belo carro de Raphael estava estacionado do lado oposto ao seu. Era um veículo muito bonito e ela ficou olhando-o por alguns segundos.

_Admirando meu carro, Juliana?

_A voz irônica seguida de um espirro, a assustou.

_Que diabos está fazendo aqui? _Perguntou ríspida.

_Eu estou passando as noites aqui. _Respondeu simplesmente.

_Como passando as noites aqui? _Indagou incrédula.

_Acho que não entendi...

_Entendeu sim. Está vendo aquele carro, pois é, eu durmo lá, a grana acabou e, como não tenho com que pagar um hotel, só resta meu carro.

Juliana olhou mais uma vez para o carro preto e depois para Raphael.

_Ele não é grande o suficiente para alguém do seu tamanho dormir. _falou.

_Tem alguma ideia melhor?

_Está mesmo dormindo ali? Porque não fala sério pelo menos uma vez?

_Porque o interesse, Juliana? _Perguntou a voz irônica, seguida de outro espirro. _Pedi um adiantamento mas eles negaram, portanto, não tenho saída. No momento, este é o lugar mais seguro.

Juliana sentiu-se egoísta, mordeu o lábio tentando achar uma solução.

_Talvez eu possa te ajudar...Com todo esse resfriado não pode dormir num carro. _Falou séria.

_Por esta noite pode dormir em minha casa, se quiser...

_Não me diga... _Falou ele espirrando mais uma vez.

_Está preocupada comigo ou isso é uma cantada? _Indagou com um sorriso.

Por um instante, Juliana quase voltou atrás, retirando o convite, mas ao vê-lo espirrar novamente apenas murmurou entre os dentes:

_Nenhuma coisa, nem outra. Simplesmente acho que nem mesmo alguém como você merece passar por isso, entendeu?

_ Tem certeza de que não é uma cantada? _Perguntou zombeteiro, espirrando em seguida.

_Isso nunca vai acontecer, Raphael. _Murmurou irritada. _Estou apenas emprestando um quarto por uma noite, passar uma cantada seria a última coisa que eu faria.

_Estou contente que tenha explicado a situação. _Sorriu. _Por um momento, pensei que estivesse sendo vítima de assédio sexual.

_Esse risco você não corre, só estou fazendo isso para não ser acusada de mesquinha, caso você morra! _Olhou. _Se não curar esse resfriado, é isso que vai acontecer, o que não é de todo não a ideia. _Disse encarando-o.

_ Assim estaria livre de você, sem cometer assassinato.

_Isso quer dizer que não está interessada em mim ou nos homens em geral?

_Você nunca vai saber! _ Respondeu ríspida, abrindo a porta do carro e sentando-se ao volante. _ A propósito, não torne as coisas mais difíceis, certo? Pois não sei se aguento sua presença nem por uma noite.

_Posso ir mesmo ir com você? _indagou sério.

_Entre no carro, antes que eu me arrependa. _ Vou pegar minha mochila. Ele retirou a mochila do porta-malas e voltou para o carro do Juliana.

_Mora muito longe daqui? _Ele perguntou ajeitando-se no banco.

_Chegaremos em trinta minutos, é um apartamento com três quartos, sala, cozinha, banheiro e Lavanderia.