A culpa é minha?

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Eu me olhei no espelho, não havia tanta beleza, olhei para o meu sobrinho na cama vendo vídeos que enrriqueciam seus sonhos e lembrei de quando eu era pequena, de quando eu dizia que eu iria ser diferente de todos, eu dizia que realizaria todos os meus sonhos e nada me impediria e hoje vejo a rotina afastar cada ponto de luz que reflete minha felicidade e meus sonhos, eu só não queria que isso tivesse acontecido, me olhei novamente no espelho, meus olhos estavam vermelhos e minha alma escura em que eu não enxergava nada, mas, eu ainda podia ouvir ela pedir por socorro, eu podia sentir ainda que ela estava sozinha, na verdade, sou eu, olhei mais uma vez e percebe como eu estava engordando depois de comer 3 pizzas na semana e como eu não queria nada além de descansar. Sai do quarto e fui ao quintal, tranquei a porta corredora que levava ao quintal, me despi totalmente e entrei na água gelada da piscina, nadei até o outro lado e me encostei na escada da piscina e olhei para o céu, estava tão estrelado, as estrelas brilhavam em conjunto e comecei a me questionar:

- Por que estou só? Nunca encontrei amizades reais ou eu que não soube cativa-las?

Uma lágrima desceu em pensar que não valorizei o que eu tinha de bom ao meu redor, o calor queimou meu corpo no ódio que ratificou em mim mesma, de sempre ter as pessoas a me temer do que amar, em sempre subordina-las e persuadi-las do que cativa-las, estou cansada das mesmas palavras e de como cheguei a conclusão mais uma vez de que o erro foi meu

- Como posso errar sempre ? Nem um acerto?

Mergulhei totalmente na piscina e pensei em como a dor de se afogar poderia fazer um momento a da minha alma desaparecer, mas, eu ouvi ela gritar:

- Socorro!

Eu percebi que ela gritava socorro porque queria fugir de quem eu era!
Sempre tão resistente e expectadora... Me desculpe... Me desculpe...
Emergi da água e deixei as lágrimas cairem como uma cascata, e gritei, gritei, gritei o mais que eu podia, deixei minha alma falar, ela parecia aliviar, ela parecia ganhar forças e eu também me via diante de um novo amanhã, um novo fôlego, talvez eu tenha morrido mesmo quando mergulhei, talvez eu tenha ressuscitado e virei um novo raiar, disposta a mudar e a trilhar meu caminho com mais floras exóticas perfumadas pela presença da hulmildade.

Imaginação De Uma Mera Escritora Onde histórias criam vida. Descubra agora