Universidade

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Prólogo

        Amy e Joana estavam em frente a Universidade de Seoul, fitando a fachada do prédio, maravilhadas. Grupos de universitários passavam por elas, enquanto outros estavam fixos abaixo de árvores ou recostados nas paredes do edifício.
Ambas se olharam, e sorriram, com brilhos nos olhares ansiosos. - Não acredito que realmente estamos em Seul!-indagou a amiga, emocionada.
Amy assentiu, e indicou com a cabeça que entrassem, e ambas adentraram a fachada do imenso e estiloso prédio.

Adentraram o prédio e observaram cada detalhe, tentando absorver o local por completo.
A atenção de ambas foi dispersa quando dois garotos vieram em direção a elas, com olhares indiscretos e com um certo desprezo, e pararam em frente a elas.
- Aneyonghaseyo (Oi). Podemos ajudar em algo? Nomes...-um alto de cabelos tingidos de vermelho questionou.
Ambas se entreolharam, e sorriram, e os meninos retribuiram os sorrisos.
- Entramos na faculdade. Intercâmbio. E é Amy e Joana.
Ambos assentiram, e pediram com um gesto de mãos que os acompanhassem.
Apresentaram os corredores, os sanitários, o espaço de lazer, o refeitório, e por último, estavam subindo as escadas para irem em direção aos dormitórios.
Se viraram para elas, e as observaram.
- Bem, os quartos de vocês devem ser estes. Um ao lado do outro.
Ambas se entreolharam, e franziram os semblantes.
- Quartos separados?
Assentiram, e o de mechas vermelhas disse:
- Sim. Sessão 5 e 6. Vocês já possuem seus companheiros de quarto. Aproveitem a Universidade e tenham um bom dia.
- Espera!
Se viraram para elas, e Amy interrogou:
- Quais os nomes de vocês?
Sorriram.
-  Eu sou Kim Kwong-jin. Este-apontou para o amigo baixo ao lado, que as fitava com um sorriso reluzente- Kwi Wu.
Elas sorriram, e ambos se cumprimentaram de forma coreana, e eles se retiraram.
Ambas se olharam, fizeram expressão de choro, se abraçando fortemente em frente os dormitórios. Um bolo de pessoas passou por elas, e um garoto de aproximadamente 1,75 m sorriu para elas, e negou a cena com a cabeça.
- Adeus Jo!
- Adeus Amy.
O garoto sorriu e revirou os olhos, enquanto elas se afastavam do abraço.
Lágrimas caiam dos olhos, e o rímel de Amy estava esparramado pelas pálpebras e pela bochecha.
- Promete não me esquecer?
Amy assentiu, e July também o fez.
O garoto as fitou, com um sorriso contido e uma curiosidade aparente, e adentrou o espaço entre elas, as empurrando para os lados, com ambas o encarando.
- Ok Ok. Já chega disto! Preciso entrar para tomar banho.
Joana e Amy fitaram o número na porta. 6. E ambas olharam dele e depois uma para outra.
- Boa sorte.
Assentiram, e pegaram as malas, adentrando os respectivos quartos.
Ela esperou a porta estar aberta por completo para espiar para dentro, e quando localizou a cama e o os outros móveis, adentrou o recinto.
As camas eram de lados opostos em cada parede, uma com um cobertor vermelho e outra com um cinza azulado. As paredes eram brancas, e não haviam tapetes ou carpetes. Ao lado de cada cama possuía um criado mudo branco e em uma das paredes possuía um guarda-roupas de madeira clara.
- Uau.
Adentrou o quarto por completo, e colocou as malas sob a cama com cobertor vermelho, e se sentou sob a mesma, observando mais uma vez os lados.
Por um instante, franziu o cenho, em seguida sorriu. Do outro lado do quarto, na outra cama, estava encolhido sob a mesma um garoto de braços magros e dedos esguios que apertavam fortemente o cobertor entorno de seu corpo, e o mesmo tremia lentamente.
Ela se aproximou, sorrindo, e fitou o mesmo.
- Anneyonghaseyo. Sou Amylin Morgan. Prazer em conhecê-lo...
Se aproximou do garoto embrulhado nas cobertas cinzas azuladas, e tocou-lhe o ombro coberto.
O garoto se esquivou, e se encolheu contra a parede onde se apoiava a própria cama.
- Não toque em mim. Não toque em mim. Não to-toque...-murmurava debaixo do cobertor, enquanto Amy observava a cena, confusa- Não ouse tocar em mim...
Ela se virou, e com hesitação por pensar em seu novo colega de quarto, começou a desfazer as malas, observando cada objeto, roupa e acessório que tirava.
Alcançou as roupas dobradas sob a cama, e caminhou em direção ao armário, e por um momento, parou para olhar em direção ao seu colega que ainda estava encolhido na cama, de costas para ela, e pensou o que poderia haver de errado com ele. Dispersou os pensamentos e prosseguiu a procurar um lugar para colocar suas coisas.

Após alguns instantes organizando suas coisas, se sentou na cama, e alcançou seu ursinho panda na ponta da mesma, acariciando-o com a mão. Depois de fazê-lo, ergueu sua mão para a coleirinha abraçada na garganta, e fechou os olhos momentaneamente, pensando em seu grande amor do passado. A dor ainda era sentida como se fosse atual sua perda. Uma lágrima caiu de seus olhos e rolou pela bochecha, e ela sentiu os pelos do corpo se arrepiarem, por causa dos calafrios causados pela dor.
Ela se ergueu, e se direcionou ao corredor, desceu as escadas, e tentou lembrar-se de onde Kwongjin disse que seriam os banheiros.
Caminhou, e seus pés lançaram pequenos barulhinhos no chão, e a mesma torceu para que ninguém ouvisse.
Observou todos os corredores, e quando iria adentrar outro, sentiu uma mão sob seu ombro.
Se virou com um grito baixo, encarando a figura.
O mesmo garoto que pediu passagem para ela e Joana para entrar no dormitório 6, estava em sua frente, com um sorriso de divertimento nos lábios.
- O que faz aqui?
Ela olhou para os lados, e franziu o semblante.
- Onde são os sanitários?
Ele olhou para os lados, ainda sorrindo.
Apontou para um outro corredor, onde aquele horário, as luzes mal iluminavam o local.
- É por ali. Dobre a direita e verá os sanitários.
Assentiu, e agradeceu, enquanto se despediam um do outro.
Caminhou pelo corredor indicado, e quando se deparou com um bolinho de meninas e meninos, em frente aos sanitários, parou em frente aos mesmos, apenas encarando.
Algo que ela tinha que assumir: era anti-social e um pouco antipática. Não se dava bem com grupo de pessoas que não conhecia, e não queria se apegar as pessoas dali, pois só ficaria por quatro anos na Universidade. Quando perceberam a presença dela, as meninas a ficaram encarando friamente, e ela pediu passagem, que foi concedida. Se esquivou do bolinho, e adentrou o banheiro feminino, ligando a torneira, e buscando água para passar no rosto, e para esconder as lágrimas. Ergueu a cabeça, e fitou a sua imagem, em seguida, colocou a mão sob a coleira novamente, e sorriu entristecida para o mesmo, com o olhar sob o pequeno coração com uma chave desenhados.
Uma garota passou por ela, e se posicionou na pia ao lado, passando batom nos lábios. Quando terminou, olhou para ela, e sorriu para ela. Ela retribuiu, e a garoto se retirou. Amy olhou para o reflexo novamente, e sussurrou:
- Eu sempre te amarei, River.
Se permitiu deixar uma lágrima rolar, com um sorriso ainda no rosto.

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