O Erro de Olivia

3. Minhas duas pessoas importantes.

Singapura

Alicia

Eu nunca me sentira tão livre em quatro anos presa aquele casamento de conveniência que jamais me levaria a lugar algum e ainda mais com aquela criança chata que me traumatizou quando quase deixou a minha barriga deformada com tantas estrias. E estas por sorte foram corrigidas pelo melhor cirurgião de Houston, pois jamais faria plásticas com médicos alemães.

O sol estava delicioso fora do hotel e só tinha motivos para comemorar, pois em alguns dias eu teria o meu encontro com o avalista sem que Armand suspeitasse de meu plano escuso.

— Uma checada no que está acontecendo não será nada mal. — suspirei deixando o meu champanhe de lado para acessar as notícias do clube Bayern em meu novo Ipad.

Sabia que a tonta de minha irmã provavelmente encontrara a minha agenda no outro aparelho. Portanto seria idiota o suficiente para cumpri-la quanto aos eventos com o Julian enquanto se desesperava por me reencontrar e me dizer impropérios por sair sem lhe mencionar os meus planos e família.

— Mas que vestido brega foi esse que a Olivia usou? É bem a cara dela andar como uma marmota sem qualquer senso de moda. — olhei com indignação a foto dela naquele vestido cafona ao entrar de braços dados com o pateta do meu marido no evento.

E Draxler estava impassível na imagem e com certeza achando que era eu quem o acompanhava ao martírio de aturar gente velha, esposas de jogadores histéricas e os sócios do time que nem eram grandes coisas.

'' Eu sabia que ela iria se tornar a minha cúmplice. Sempre fez tudo por mim e com o senso besta de moralidade que possui deve estar evitando o Julian. '' — gargalhei me divertindo com isso, pois caso ele mudasse de ideia depois de dois anos sem cair em minhas investidas pelo menos não a tocaria.

Não o queria mais e nunca o amei, mas jamais admitiria que aquela parva se deleitasse com o que um dia foi meu. Ela poderia até se deitar com os meus amantes descartáveis, porém o presidente estava fora dos limites.

— Irmãzinha logo você sairá daquela casa e mais suja do que pau de galinheiro. — comemorei cada vez mais centrada em meus planos de rainha.

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Olivia

— Julian, eu...

— Pode explicar como as filmagens de entrada na propriedade marcam a saída de Alicia portando um canudo de arquitetura horas antes da sua chegada com uma mala comum e roupas simplórias em comparação com o que a outra usava? Pode me explicar também como se deixou cair em semelhante armadilha depois de ter assistido ao vídeo que ela deixou no Notebook? Qualquer pessoa sensata teria feito um alarme independente dos artifícios mentirosos que aquela víbora usou. Porque eu jamais internaria a minha filha numa escola. Vamos responda o que está pensando? — exigiu deixando claro que sabia que eu não era a culpada em partes, mas eu ainda não podia confiar em seu julgamento sobre o meu destino.

'' Quer ficar com o rabo na mão seja interrogada por um alemão. '' — pensei engolindo em seco e os seus olhos castanhos de avelã faiscaram com ar de desafio.

— Eu não a via há quatro anos e não fazia ideia de que tinha se casado e já era mãe. E com a premiação de um projeto na empresa para qual trabalho eu tive a chance de poder visitá-la na cidade, mas não imaginava que iria ser enfiada em toda essa confusão porque Alicia jogou para baixo do tapete tudo o que os nossos pais ensinaram. E fiquei em choque no primeiro momento e pensei na Julianne. Sempre quis ser mãe e ela foi tão amável comigo que achei mais justo conseguir livrá-la de alguém tóxica a saúde de sua infância sem traumas. E depois também esbarrei em você e vi que não era um marido ruim e ainda era um pai incrível. Nenhum dos dois precisa daquela cobra. Você só tinha de assinar o divórcio e a deixaria sem nada e sem a Juju. — fiz uma pausa levando as mãos à face. — Por que teve de descobrir justo agora? E antes de me mandar embora ou chamar a polícia pelo menos seja um articulador em cortar as brechas que ela possa usar para atingi-lo. — emendei me sentindo sufocada e ele arqueou uma sobrancelha castanha.