Jantar dos Leões

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Durante o caminho Illya admirava a voz do seu irmão mais velho, ela lembrava de quando nas noites frias típicas de Skandia ela cantava com a sua doce voz para que ela adormece-se.

A Ligação entre ambos era tão pura e forte, Thames sempre protegera a sua irmã dos perigos e Illya sempre o recebera em casa quando ele chegava dos dias de trabalho cansativo.

O Caminho para a fortaleza era bastante curto mas mesmo assim dava para cantarem juntos uma ou duas melodias.

Entraram no grande portão da enorme fortaleza. Aquele edifício estava como sempre mostrar toda a sua gloria, á entrada aguardavam dois leões feitos de cobre, símbolo da casa Lionheart, Thames falou com os guardas e entrou para a câmara que levava ao salão onde estavam reunidos, do mais pequeno ao mais velho, todos os membros da família.

Illya avistou os seus pais á distancia e apressou o seu irmão que se encontrava a felicitar toda a gente:

-Thames! Olha os nosso pais estão ali ao fundo junto da nossa tia Margaret, apressa-te!

-Com calma Illya, o nossos pais aguardam por mais uns momentos, não haverá problema! -afirmou Thames.

Os dois irmão foram então rumo aos seu pais que os rececionaram com um olhar preocupado, Thames conhecia aquele olhar, ele sabia que quando chegasse a casa uma conversa muito incómoda seria colocada por cima da mesa para que fosse debatida, podia até afirmar com certeza sobre que assunto seria. Desviou o olhar da cara séria do seu pai e beijou a face da sua amada mãe, dando-lhe as mãos mostrou um sorriso, Thames sabia que aquele ato seria o suficiente para sossegar a sua mãe durante o Jantar.

Minutos mais tarde as cabeças da Familia acompanhados por Marcel Lionheart, o Lorde de Skandia entraram na sala, foram recebidos com a habitual vénia que declarava a abertura do jantar, enquanto Thames e Illya comiam e conversavam com sua mãe Lorde Marcel aproximou-se requisitando o pai dos jovens para trocar uma palavrinha, naquele momento o jovem apercebeu-se de que o futuro que tinha imaginado com toda a sua criatividade estava como do costume a acontecer, o ser humano era de veras previsível, á medida que o Lider da Familia e Anthony Lionheart, pai de Thames conversavam os olhos do pai não pareciam soltar-se do filho, isso era um obvio sinal de Thames era o tema daquela conversa. Por momentos os olhos do pai mudaram em direção de Illya, naquele momento Thames apercebeu-se de que algo lhe tinha escapado, algo que ele desconhecia tinha acontecido sem ele prever, ninguém odiava mais esse tipo de surpresas que aquele jovem.

Apesar do ambiente festivo no ar a altura mais esperada aproximava-se, a Família Lionheart tratava com máxima seriedade qualquer problema existente no reino de Fiore, e valorizavam acima de tudo a criação de laços e o parlamento, para tal tinham como tradição sentarem-se numa enorme mesa em forma de meia lua, as cabeças da família sentavam-se numa mesa retangular no meio da mesma, depois de todos os membros do mais novo ao mais velho se encontrarem sentados e servidos cada assunto um por um era exposto e debatido um por um. Estes jantares costumavam ser de todos os possíveis assuntos relacionados ao estado do Reino e da Família, assuntos os quais não interessavam a Thames, mas o jovem nobre já tinha esgotado todas as desculpas possíveis e imaginárias para faltar ao evento, no entanto, aquele jantar era diferente. Marcel limpou os lábios, molhou-os com um pouco de vinho e levantou-se, para tal estar a acontecer é porque estava prestes a proferir algum assunto que realmente o preocupava.

-A todos os presentes, aproveito para felicitar mais uma vez- afirmou Marcel- a todos vós que viestes até aqui para uma das comuns reuniões, deixai-me dizer-vos que hoje será aqui falado de uma catástrofe! As relações para com o Reino vizinho com quem nos esforçamos tanto para manter a paz estão a estreitar, depois de tanto perder-mos o nosso orgulho, depois de nosso rei com toda a sua graça tanto ter cedido a favor da paz, chegaram tempos de grande insatisfação para com o Valoram, a qualquer momento o clima poderá aquecer, e todos vós do sexo masculino com idade suficiente para levantar a espada atenderão ao chamado da vossa pátria, depois de tanto tempo de paz o numero de soldados diminuiu, já não há homens com experiencia como havia nos tempos em que eu cavalgava no campo de batalha, Nosso Rei ordenou que cada família enviasse para a capital todos os jovens promissores, alguns de nossos melhores soldados partirão, mas não só de soldados se faz uma guerra, a seu tempo alguns de vós serão chamados para servir a vossa pátria de outras maneiras possíveis! Eis que sabereis que resposta dar para proteger vossas mães irmãs e filhas.

Thames congelou ao ouvir tais palavras, a capital de Fiore, o local de onde ele tinha fugido com todas as forças para evitar o conhecimento estava agora perto de chamar por ele, o Jovem sentiu o ar dos seus pulmões ser expulso, a sua visão enturveceu e o seu sangue corria a velocidades anormais pelas suas veias, e durante uma batida e outra do seu coração uma repulsa enorme aquele lugar crescia dentro de si.

Na capital existia um enorme edifício com uma grandiosa torre, para os habitantes aquela era uma maravilha concedida pelo trabalho de várias gerações de reis, chamavam aquele edifício de Plutogrim ou "A Torre do Relógio" nessa torre estudavam os membros mais promissores das quatro famílias, estudavam também os filhos de grandes magnatas, dos mais ricos mercadores, dos mais influentes banqueiros. Sua majestade o rei acreditava que a educação levaria aquele reino á prosperidade e á paz, Thames temia aquele edifício, temia o que pudesse lá pudesse acontecer com a sua fraca personalidade.

Fazia três anos que o jovem evitava sair das muralhas de Skandia para acompanhar o seu pai nas viagens até á Capital, parecia que toda as maravilhas daquela cidade eras ofuscadas pelo medo irracional que Thames tinha da torre, seria medo da mudança? Medo do conhecimento? o seu psicológico fraco iria ser exposto ali?

Thames levantou-se da mesa! o jantar havia acabado, e antes de qualquer outro ele abandonou o local e partiu sozinho para casa.

Ao chegar a casa preparou um chá e sentou-se sozinho á mesa, tinha conseguido algum tempo sozinho, deu um gole no chá quente que aqueceu o seu corpo e pousou a cabeça sobre a mesa, na sua sala vazia começaram a surgir possíveis fins para a conversa que sabia que teria com o seu pai, será que conseguiria voltar a escapar ao seu dever?

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