Depois que te Encontrei.

Prólogo

Copyright © 2014 Camila Ferreira

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Vou terminar de escrever ainda este mês de Junho de 2023.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.

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São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução total ou parcial de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios - tangível ou intangível- sem o consentimento escrito da autora.

Criado no Brasil.

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Amanda

Mãos fortes apertam a minha garganta e o ar desaparece dolorosamente lento de meus pulmões. A expressão de raiva vindo do meu agressor é assustadora. Acredito jamais tê-lo visto tão transtornado como agora.

— Eu avisei, você não deveria ter saído de casa, mas acha sempre que deve fazer o que quer da sua vida! — Brian vocifera com o rosto bem próximo ao meu. Sinto seu hálito fétido devido ao álcool que ele consumiu enquanto me esperava em casa. Eu apenas resolvi dar uma volta. Estava cansada de ficar em casa sem poder fazer nada. Queria desesperadamente sair.

— Sabe quanto tempo te esperei naquela maldita sala? — Ele usa toda sua força enquanto berra, cuspindo as palavras em mim; o suor pingando de sua testa.

Tento gritar, mas estou perdendo a consciência e acredito que, dessa vez, ele vai me matar. Meu coração está disparado e sinto que o pânico começa a tomar conta de mim.

Nesse momento tudo vem a minha mente. Todas as vezes que aceitei ser tocada, maltratada e humilhada por ele. Sei que deveria ter tomado uma atitude na ocasião do primeiro tapa que levei, mas sempre achei que isso, um dia, iria acabar. Nunca acabou.

— Está me ouvindo, sua va.dia? — Quando penso que ele vai me matar, Brian solta meu pescoço e eu desabo no chão frio, sem forças; toda minha dignidade guardada em algum lugar no passado, antes de conhecer esse monstro.

Tento encher os pulmões, puxando o ar com muita força, sem sucesso. De repente, sinto suas mãos pesadas me puxando para cima. Quando menos espero sou lançada contra a parede, colidindo com força o meu rosto contra o concreto. Não tenho tempo para me defender, apenas absorvo o baque forte da minha testa contra a superfície sólida. Instantaneamente, sinto o sangue quente descendo na lateral do rosto. O líquido escorre até encontrar meus lábios, temperado com o sabor acre das lágrimas de desespero, obrigando-me a prová-lo. Por uma fração de segundos, perco a consciência, mas tento ficar o máximo possível acordada. — Por... favor. Pare! — sussurro, mas meu clamor sai praticamente inaudível.
Brian me encara com seu olhar frio e minha visão fica cada vez mais turva.

— Você nunca me respeitou, Amanda! — sua voz está carregada de desespero e ódio. Muito ódio. — Você não pode sair por aí e agir como uma VAGABUNDA!
— cospe as palavras como se estivesse tentando me matar com elas.

Estou no chão, os braços em volta dos joelhos muito trêmulos. Ouço sua respiração alta e forte; consigo sentir sua raiva tão forte que isso me desespera, apenas esperando pelo o que ele pode fazer a seguir.

Cubro meu rosto com as duas mãos mas ele caminha, afastando-se em direção à porta. Brian, finalmente, sai do quarto me deixando sozinha, em um choro de autopiedade.