[01] Broken Dream

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Era segunda-feira de manhã. A música clássica tocava sozinha naquela sala espaçosa onde eu me deleitava em executar os mais variados tipos de passos de dança. Todos conforme o ritmo da melodia. Dançar era a minha paixão, e eu tinha mais certeza do que nunca que o meu futuro seria numa companhia de dança, ou pelo menos não muito longe dos palcos. Todas as manhãs eu vinha para a escola de dança aqui do meu bairro. Era o meu maior passatempo e meu refúgio, desde que terminei o ensino médio. Todos os alunos da minha classe já haviam ido embora, e eu estava sozinho na sala, aproveitando os últimos minutos antes que desse a hora para começar a aula de Jazz.

Juntei as minhas coisas na minha mochila azul, tomei uma ducha rápida, pois não queria chegar em casa fedendo a suor, e fui embora. O céu estava limpo, um dia típico na minha rotina, e aquilo me deixava feliz, pois era tão bom não ter preocupação com nada. Na verdade, a minha única preocupação naquele momento era de chegar em casa e de não haver mais nenhum pedaço da torta de chocolate.

- Jimin Oppa!

Ouvi uma voz fina me chamar, me virei para ver quem era e então me deparei com a menina magra de cabelo loiro. Ela tinha um sorriso meigo, e automaticamente sorri ao ver a ômega caminhando em minha direção segurando alguns envelopes nas mãos.

- Oi, Lisa! – Sorri carismático.

- Que bom que eu te encontrei por aqui. Eu já fui lá na sua casa deixar algumas cartas, mas, tem uma aqui que eu só podia entregar pessoalmente nas suas mãos. – Ela fez uma pausa enquanto procurava a carta específica no meio de tantas que carregava, até encontrar um envelope dourado. – Toma. – Ela me entregou o envelope reluzente e eu agradeci.

- Que estranho, não costumo receber cartas, e quando recebo, é logo uma toda brilhosa. – Brinquei e ela riu com um olhar curioso.

- Eu entreguei uma igual para o seu irmão, vocês devem ter sido convidados para uma festa. – Concordei com a cabeça. Aquele envelope estava muito bonito para ser algo simples, e queria abrir logo para saber do que se tratava. – Mas agora eu vou indo, tenho que terminar de entregar essas outras correspondências.

- Tudo bem, muito obrigado, Lisa. – Dei um tchauzinho com a mão e ela retribuiu, seguindo o seu caminho. Lalisa, ou Lisa como eu gostava de chamá-la, era uma ômega estrangeira que veio morar aqui em Busan há dois anos. Ela era muito ativa e engraçada, lembrava muito o meu irmão, e eu poderia jurar que eles seriam um belo casal devido a tantas coisas em comum que possuíam. Eu apoiaria, pelo menos.

Deixei meus pensamentos de lado e resolvi ali mesmo no meio da rua averiguar aquele envelope tão chamativo. Na frente dizia apenas "Para: Park Jimin". Estranhei, não havia o nome do remetente, então virei para olhar o verso, e me espantei um pouco ao ver o símbolo entalhado ali na cera que lacrava o envelope. Era um tigre misturado ao símbolo da bandeira sul-coreana. Meu coração disparou imediatamente, e enquanto eu não abria o envelope e lia o conteúdo da carta que estava ali dentro, mil e uma coisas se passaram em minha mente. Por que o governo estava me mandando uma carta? Eu havia feito algo errado? Iriam me prender? Aflito deixei que meus olhos percorressem as palavras ali impressas:

Caro Park Jimin, residente de Busan, nascido em 13 de outubro de 3395. Você foi convocado para ingressar as forças militares do EXÉRCITO DA FRONTEIRA. Esta não é uma convocação passiva de acordo, e sim um compromisso seu para com o governo sul coreano e principalmente com a nação.

No dia 20 de fevereiro de 3414, às 10:00 da manhã, esteja presente em Seoul, no instituto militar sul-coreano para a sua apresentação formal e firmamento de sua obrigação.

Não serão tolerados atrasos e abstinências. Em caso de infração, você poderá ser preso e sofrerá penalidades como descritas no artigo 339 do Código Penal.

Blueberry | vminkook [HIATUS]Where stories live. Discover now