POV Jimin
A forte luz vermelha estava começando a me incomodar, mas foi graças à ela que despertei. Por que eu estava ali? Ou melhor, onde eu estava? Olhei para os lados com certa dificuldade, meus movimentos estavam lentos e os músculos do pescoço doloridos. O ambiente se assemelhava a um laboratório, no qual nunca estive antes. Tentei me levantar, porém meus braços e pernas estavam presos de forma rígida, e mesmo que pusesse força, não havia como me soltar. Me desesperei sem entender o motivo de estar acorrentado sobre uma cama de metal, sem minhas roupas e com o pressentimento de que algo de ruim me esperava.
― Tem alguém aí?! ― Chamei, em vão. Minha voz ecoou pelo laboratório vazio, deixando-me ainda mais temeroso. Será que fui largado para morrer ali sozinho? Talvez a resposta da minha dúvida fosse ainda pior.
O medo e o desespero eram crescentes. Pensei em formas de escapar daquela situação, cogitando até mesmo me mutilar se fosse preciso, afinal, depois iria me curar, e a dor seria o de menos. Entretanto, antes de realizar qualquer coisa, a porta de metal se abriu, trazendo com ela um rangido assustador que fez com que o meu coração disparasse.
― Você está muito inquieto. ― A voz grossa do sujeito que adentrava a sala falou. Ouvia as pisadas do sapato se aproximarem junto com a silhueta de alguém aos poucos se revelando diante da luz vermelha da sala. ― Está tão ansioso assim, Jimin? ― Perguntou já bem próximo de mim, com um sorriso no rosto o qual eu não conseguia identificar com clareza a quem pertencia. Mas por alguma razão, tudo me era familiar.
― Quem é você? Me tira dessa mesa! Eu quero sair daqui! ― Esperneava balançando a cabeça e tentando mover os meus membros acorrentados, mas o outro ria em escárnio, sabendo que eu nada poderia fazer a não ser gritar.
― Você nunca sairá daqui, Jimin... ― voltou a falar, levantando uma das mãos que segurava um bisturi ― Porque agora você é meu, e eu vou te usar até o seu corpo não me servir pra mais nada...
― Do que você tá falan-a-aaaahh! ― Gritei ao sentir a ponta do bisturi perfurando o meio do meu abdômen. ― PARA! PARA! PARA! ― implorava em meio aos gritos enquanto o metal gelado e afiado se arrastava pela minha pele, a dilacerando acompanhada de uma dor aguda e certeira. Aquilo era demais para mim. Ele estava me abrindo ao meio, como se dissecasse um cadáver, mas ao contrário de um, eu estava vivo e sentia tudo.
― Calma, não se preocupe. Depois você irá se curar naturalmente. ― levou um dos dedos até o meu olho secando as minhas lágrimas que caiam aos montes ― poderemos fazer isso várias e várias vezes. Vou te cortar, e te costurar, cortar e te costurar.
E assim ele voltou a manusear o bisturi, cortando a minha barriga, extirpando pedaços da minha carne e pele, como se eu fosse um boneco, como se eu não fosse nada, como se eu não lhe implorasse para parar a todo momento. Eu não iria suportar ficar preso para sempre naquela tortura desumana. Preferia morrer de uma vez.
...
..
― NAAAAAAÃO! NÃO! NÃO! PARA!!!
― Jimin, meu deus, o que foi? ― Taehyung me segurava tentando me acalmar em meio aos gritos. Ainda no transe do sono, sem saber se permanecia no pesadelo ou não, tentava me desvencilhar de seus braços, achando que era o mesmo homem que me torturava. ― Jimin, sou eu! Se acalma!
Aos poucos fui voltando a mim, percebendo que diante de mim estava Taehyung, e não o homem do meu pesadelo. As suas sobrancelhas juntas mostravam como estava preocupado e confuso, porém a única reação que tive de imediato foi de abraçá-lo, buscando um refúgio seguro. O seu tronco estava despido, assim como o meu, e por um instante até esqueci da nossa noite juntos. Que bom que Taehyung estava comigo.
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Blueberry | vminkook [HIATUS]
Hayran KurguUma doença sem cura infecta toda a sociedade. Através de uma mordida, os humanos passam a agir de modo selvagem, atacando a tudo e todos. Ômegas, alfas, betas, ninguém está livre. Park Jimin vivia uma vida tranquila, mas se vê obrigado a abandonar s...