A Filha Do Dono Do Morro

Capítulo 4

Acordei sem precisar de despertador, um pesadelo fez o favor de me acordar mais cedo. Estava preocupada com o Lucca, com toda a confusão de ontem. Me levantei, calsei minha melissa e fui no quarto dele. Faltava menos de uma hora pra gente ir pro colégio, ele já estava acordado sentado na cama passando as mãos nos cabelos.

— Bate na porta da próxima vez. — Ele falou me olhando, e eu olhei torto pra ele.

— Nunca tivemos isso, por que eu bateria agora? — Falei me aproximando e me sentando do lado dele. — O que foi aquilo de ontem?

— Nada, só que a vida não é do jeito que a gente quer. — Falou segurando as mãos.

— Mas você sabe que a Lua Maldonado odeia drogas, até com o papai que é o dono disso tudo. Não podia ser bebida?

— Você não entende Lyria.

— Então me explica, somos melhores amigos e você não me contou nada. — Falei passando os dedos no cabelo dele.

— Só me deixa sozinho por favor, e não conta nada pra ninguém. Se o Noah não já tiver contado pro mundo inteiro. — Ele revira os olhos.

— Tudo bem, vou te deixar em paz, e seu segredo morre aqui. Mas se arruma ai, hoje tem aula. — Falo me levantando e saindo do quarto.

Pego meu celular o tirando do carregador e levo pro banheiro, coloco uma playlist animada e tomo um banho relaxante. Depois do ocorrido de ontem, o dia seria longo. Após sair do banho vesti uma camisa larga preta, uma calça jeans com alguns rasgos e uma melissa preta. Passo um rímel, lápis, corretivo e um batom qualquer. Peguei meu celular e fui olhar minhas redes sociais, alguns minutos depois chega uma mensagem.

Mensagem On

Benjamin Muniz — Bom dia morena do vácuo.

Lyria Castro — Bom dia Ben, perdão por ontem é porque depois da confusão eu realmente estava muito cansada.

Benjamin Muniz — Tudo bem, já estou me acostumando. Hehehe. Quando vamos nos ver novamente?

Lyria Castro — Iiih, nem sei. Mas vou logo adiantando que não espere nada de mim, não sou de me apegar.

Benjamin Muniz — Entendo!

Mensagem Off

Suspirei e desci pra cozinha, o Lucca olhava apenas pro prato enquanto minha mãe nem olhava pra cara dele, não sabia ao certo se deveria dá "bom dia!".

— Bom dia, né Lyria!? — Minha mãe falou me olhando.

— Bom dia! — Falei enquanto bagunçava o cabelo do Noah e sentava ao seu lado.

Meu pai não participou do café da manhã, provavelmente tenha saído mais cedo pra ir pra boca. Tomamos café todos calados, meu irmão olhava pra mim uma hora ou outra em forma de súplica e depois olhava pro prato.

— Vamos? — Chamei.

— Vamos. - Noah falou.

— Chave da moto, vai ficar sem pelada, sem festinha por um bom tempo... — Fez uma lista de proibição pro Lucca que apenas ficou olhando pra ela.

Depois de tudo isso, entramos no carro, passei na casa da Jade e fomos pro colégio. Foi tudo do mesmo jeito de sempre, um porre sem nenhuma emoção. Na hora de sair viemos direto pra casa, meu pai tava lá sentado na sala e todos nós nos sentamos junto a ele.

— Como a mamãe tá? — Lucca perguntou.

— Imagina ai. — Balançou a cabeça negativamente.