"Fim da linha"
Eu tinha 6 anos, eu lembro que estava tarde, eu me levantei da cama pois eu havia ouvido gritos no andar de baixo.
Eu havia pegado o meu Ursinho Jerry e então eu desci as escadas até a cozinha.
Quando eu cheguei lá eu vi minha mãe chorando no chão e meu pai em pé na frente dela com uma faca.
Eu lembro que quando eu o vi, eu larguei o meu ursinho, e então gritei, todas as luzes da casa estouraram, os espelhos e as janelas quebraram e meu pai esfaqueou seu próprio Peito.
Ele caiu no chão agonizando de dor, eu chorava muito, minha mãe foi até mim engatinhando e me abraçou.
"Vai ficar tudo bem Filho, vai ficar tudo bem" ela dizia repetidamente enquanto fazia o máximo para não deixar que eu visse meu pai.
Eu fiz aquilo?...
"Max!!! Acorda!" Gritou Riley me fazendo acordar de um sonho que eu estava tendo acordado.
Eu podia ouvir as sirenes se aproximando e ficando mais altas, eu olhei para trás e vi viaturas nos perseguindo, eu também podia ver dois helicópteros junto às viaturas.
"Eles não estão atirando, tem algo errado" eu disse para Riley.
"Não temos para onde ir se não pra frente" ela respondeu.
Eu olhei pra frente e então de repente...
Voltei a me lembrar...
Eu ainda tinha 6 anos, eu estava usando um terno, minha mãe estava do meu lado usando um vestido preto.
Lembro de vê-la chorar muito, lembro de ver eles enterrarem o papai na terra, e depois daquilo fomos para o médico.
Eu entrei em uma sala estranha, havia uma estante no canto cheia de livros, brinquedos e jogos, mas eu não podia mexer, no meio da sala havia uma cadeira e de frente para ela uma mesa e outra cadeira do outro lado onde um médico estava sentado.
Eu me sentei na cadeira e ele ficou conversando comigo.
Me fez perguntas...
Então um flash surgiu no meio da memória e de repente eu me vi com 11 anos, eu estava na escola, eu estava sentado na sala sozinho, Riley havia faltado aquele dia e eu lembro que foi porque o pai dela havia sido baleado.
Na hora do lanche, eu me sentei no mesmo lugar de sempre, só que dessa vez uns garotos estranhos vieram até mim, eles queria roubar o meu lanche e o meu lugar...
Eu não queria...
Eles me empurraram e eu cai batendo de costas na árvore que havia atrás da cadeira.
O mais alto deles veio e socou meu rosto, eu fiquei tonto, ele me socou de novo e eu comecei a ouvir um zumbido no ouvido, minha visão começou a ficar embaçada, ele ia me socar mais uma vez, mas então tentei reagir, um movimento espontâneo, eu o empurrei, eu estava com raiva, eu me senti... Como no dia em que meu pai morreu.
Então quando o garoto foi pra trás, eu me levantei e olhei para ele, ao mesmo tempo que eu fiz isso eu vi o Braço daquele garoto se quebrando na minha frente.
Ele gritava muito, os dois amigos dele correram, eu cai sentado encostado na árvore e daquele momento em diante eu não me lembro de mais nada...
Só lembro que o garoto se mudou da cidade, e os amigos dele nunca mais olharam pra mim, todo mundo da escola fez o mesmo, só Riley continuou falando comigo normalmente.
As pessoas tinham medo de mim...
Mas eles não acreditaram quando os garotos disseram que eu quebrei o braço daquele valentão com a mente.
Eu abri meus olhos e eu estava no carro novamente com Riley.
