Prólogo

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São Paulo, 36 anos atrás.

— Hoje é o seu grande dia, Ana Sales! Se conseguir este estágio, vai poder dar aulas, abater os horários de estágio da faculdade e, ainda de quebra, vai ganhar um salário melhor!

Ela estava no banheiro de um restaurante, próximo à Avenida Paulista, não havia ido lá para almoçar, apenas para terminar de se ajeitar. Da entrevista iria direto para a faculdade, comprou a prestação um lindo vestido azul e branco com um terninho azul.

Aquele dia já começara esquisito, acordou atrasada, quebrou um salto do sapato, esqueceu seus documentos em casa, não conseguia fazer uma maquiagem decente. Estava um caos! Mas, finalmente, conseguiu chegar, só Deus sabe como, na Avenida Paulista.

Ana saiu do banheiro e logo em seguida do restaurante. Estava na calçada do restaurante, quando sentiu um homenzarrão tropeçando nela, de quebra tomou um banho de vinho.

Madonna mia! Mi scusi! — Disse uma voz de trovão, em italiano.

— Você estragou minha melhor roupa e eu nem terminei de pagar! — Disse ela chateada e meio brava. —Hoje, definitivamente, não é o meu dia!

Mi scusi, per favore! — Ele disse mais uma vez.

Ela finalmente olhou para ele, era um lindo italiano, olhos verdes, cabelos castanhos, penteados para o lado direito. Ele era alto, bem mais alto que ela, por sinal.

Mi scusi, per favore!

— Olha eu não falo um "A" em italiano, poderia, por favor, falar em português?

Signorina, per favore, espera! Mi scusa! Ti ho preso un vestito nuovo! Io te pago um vestido nuovo!

— Não precisa! Obrigada! Desculpe, estou atrasada!

Aspetta! Espere! Posso pelo menos te invitare a un caffè?

Ana olhou para ele desconfiada e semicerrou os olhos, ele sorriu timidamente, parecia realmente sem graça pelo deslize, sabia que ele não fez aquilo por mal, mas aquele dia havia começado azedo para ela.

Per favore!

— Oh, está bem!

— Bravo! — Ele sorriu, havia ficado interessado na jovem. — Andiamo, signorina! Mi chiamo Geovane Vulcano. E a signorina?

— Ana Sales.

Bello nome!

— Obrigada!

Ana e Geovane foram para um café; ali, Geovane perguntou se Ana poderia se limpar por conta do vinho tinto que ele havia derramado nela. Seu vestido estava arruinado, deveria ir pra entrevista, mas como estava toda manchada, não iria se apresentar assim. Quem sabe aquele dia lhe reservava algo de bom? Ficaram o resto do dia conversando, combinaram de se encontrar no sábado, naquela mesma hora, ali, na Avenida Paulista. Pouco tempo depois, eles se casaram. Ana se mudou para Calábria e quando o marido vinha ao Brasil a negócios, ela o acompanhava, até trágico acidente com o jatinho deles, apenas Giuliano, o filho de oito anos, sobreviveu e foi criado pelos avós paternos.

Giuliano estudou Administração e Tecnologia da Informação em Princeton. Quando voltou, reassumiu os negócios do pai, e dentro da Vulcano & Company fundou mais um braço, a Vulcano IT, onde oferecia seus serviços de tecnologia da informação a várias empresas parceiras, com quem o braço vitivinicultor comercializava. Se tornou um magnata do vinho e comprou várias pequenas empresas de TI, angariando pequenos e médios clientes na sua seleta carteira.


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