EM MEIO ÀS PENUMBRAS de um mundo repleto de dor e escuridão, a melodia da esperança reverberava aos quatro cantos de uma quebrada e medíocre sociedade.
Assentado ao trono e ladeado pelo Criador e pelo próprio Espírito da Verdade, o Cordeiro, com seus olhos gentis e essência misericordiosa.
O Pai, imerso e comovido por grande compaixão entregou ao seu amado Filho um receptáculo, que emanava a essência de seu conteúdo para todos os lados. Enclausurado na caixa estava um pequeno fragmento de todo o sofrimento das criaturas de seu Pai.
Os olhos do Filho incendiaram-se ao entrar em contato com as histórias despejadas pelo receptáculo, histórias essas que gritavam a realidade e escancaravam as profundas rupturas da sociedade.
As sombras tomaram conta da superfície da terra, sufocando tudo o que é bom. A salvação extinguiu-se, a iniquidade dos homens bradava pelos céus escuros e densos, as criaturas clamavam por amor e por redenção e seus clamores eram sufocados por escarnecedores. Tudo parecia perdido e a esperança era como uma pequena semente semeada em meio aos espinhos; lutava para germinar, mas era constantemente omitida pelos arbustos cortantes.
Ao findar a visão da verdade, o Filho do Homem sentiu seus olhos arderem de compaixão e as lágrimas vertiam pelo seu rosto. O Pai tocou no ombro de seu Filho e lhe deu um olhar tristonho pelo qual disse tudo o que seus lábios relutavam em dizer. Um sacrifício precisava ser feito. Alguém puro, manso e humilde de coração precisava entregar a sua vida para que o resto do mundo pudesse viver.
Imediatamente, ao entender o que precisava ser feito, o Filho deixou o receptáculo de lado, deu um beijo na testa de seu Pai e deixou seu trono de glória para cessar o sofrer da humanidade, pois tinha muito apreço por cada criatura.
Enquanto via a bela e eterna morada de seu Pai perdendo-se ao horizonte pálido e nebuloso, olhou para frente e pôde ver a importância do que estava prestes a fazer. Viu as mãos de seu Pai finalmente encontrando-se com as mãos sedentas por proximidade das criaturas; o abismo selava-se enfim. Pôde ver a felicidade nos olhos das gerações futuras e a casa de seu Pai encher-se e ascender em comparação ao reino do pecado e da morte. Por um momento, o coração do Cordeiro ardeu em chamas de esperança, e quanto mais se aproximava da terra, mais sua alma fervia-se de amor pelas criaturas de seu Pai. Amor esse que transbordava em seus olhos e o fez prosseguir.
Ao retirar seu manto dourado e resplandecente de glória, pôde ver o que estava deixando para trás. Ele se tornaria um homem e deixaria sua condição de Deus para trás por longos anos. Seus braços nus eram abraçados por fios de ouro que eram intrínsecos em sua rica e nobre alma. Os fios resplandecentes contorciam-se lindamente em sua pele e a sua coroa de glória sobrevoava sua cabeça. Seus dedos dançaram pelos seus braços iluminados, - que resplandeciam em meio a penumbra que emanava da terra -, e finalmente tocaram sua coroa.
O Filho, ao chegar no jardim que dividia a casa de seu Pai e a terra das criaturas, pôde ver uma fenda, que interrompia a cobertura do gramado perfeito do reino do Criador e dava lugar a um solo rochoso e infértil, um solo predominante no mundo em declínio da humanidade. O rompimento profundo e obscuro abria-se e estendia-se até onde a vista podia alcançar, não era possível contorná-lo, mas somente passar sobre ele.
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O Homem que há no Cordeiro
Cerita PendekA ponte entre Deus e homem. O manso e humilde de coração. Aquele que se fez homem por amor às criaturas do Pai. Aquele que carregou sobre si todas as nossas dores e pecados. O Cordeiro que morreu, mas que ao terceiro dia nocauteou a morte e ressusc...