Capítulo 9 - Ultimato

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A quatro ou cinco passos curtos e medidos, a dupla de garotos estremecia ao som da floresta ao meio da noite. Eram corujas, um conjunto enorme de grilos e sons que ambos não conseguiam identificar, provavelmente por outros animais noturnos, cujo os mesmos lhe davam mais a impressão de serem os espíritos da floresta clamando por eles.

Rurik não era acostumado a ser tão íntimo de qualquer pessoa, mas ali, enquanto ambos procuravam excessivamente pelo caminho de volta, ele havia aceitado seu novo amigo escravo a se grudar nele.

- Você acha que já passamos por aqui, Mei?

Meine olhou ao redor como se tentando identificar além das trevas onde diabos eles estavam.

- Eu não reconheço este lugar, Ruriku... - Ele enrolou sua língua ao dizer o nome de seu novo amigo, e o fez rir porque foi engraçado.

Embora eles estivessem caminhando o que se pareceu horas, não havia levado mais do que alguns minutos. Bem, era isso o que Rurik queria acreditar. Ele conhecia toda a floresta ao redor do vilarejo berserker, mas nunca antes durante a noite, e isto fez tão complicado o seu trajeto.

Um flash de luz muito longe, instigou-o a querer seguir aquela direção. Dessa vez não era a luz do fogaréu, mas sim alguma luz muito resplandescente. Pegando na mão de seu amigo Mei, ele o levou naquela direção, acreditando que a luz provinha das lanternas do bairro onde morava. Foi uma esperança.

Porém, conforme eles iam se aproximando, o caminho havia se tornado mais e mais pedregoso, as árvores era tão extensas e a relva dificultava o caminho, assim como uma série de obstáculos naturais. Se fosse dia, Rurik teria percebido que aquela área da floresta havia sofrido algum impacto ambiental, provavelmente por algum super fenômeno, talvez uma grande tempestade.

Já no vilarejo, havia sido algum tempo desde a ultima chuva, e até o verão passado, não havia tido qualquer tempestade de tamanha potência, que pudesse haver rasgado alguns troncos ao meio.

Eles atravessaram o caminho de pedregulhos, até uma área mais macia, onde o solo parecia querer ceder á lama coberta por folhagens perdidas.

- Esp... Espere... - Meine estava tão ofegante, acariciando seu próprio peito enquanto se agachou e lutou por ar. - Algo aqui está tão tenso...

- Tenso? - Rurik se preocupou. Ele olhou ao redor, cheirou o aroma úmido de floresta, porém nada anormal. - Não sinto nada estranho aqui.

- Mas... - Os olhos de Meine o fitaram, e Rurik viu algo que o fez arregalar os seus próprios. Logo atrás de Meine estava uma longa e alta estaca. Acima dela haviam três placas gastas de madeira em forma de setas, indicando três lugares diferentes.

- Não posso crer... - Rurik empalideceu se alguém pudesse enxergar o seu rosto no escuro. - Que nós chegamos até aqui.

Meine se levantou e olhou para trás fitando a estaca. - O que é isso?

- Esta é a marcação de que estamos pisando sobre a fronteira de quatro territórios... O que quer dizer que estamos correndo quatro vezes mais perigo...

- Perigo? - Imediatamente Meine passou a tremer, sentindo tanto frio quanto antes, clamando aos deuses por um casaco de pele. - Por que?

- Aqui é ponto onde se inicia as linhas que dividem nossas de terras de mais três outras espécies. Nossas terras são quase de mesma extensão das outras, embora nosso vilarejo seja menor que os reinos élficos, pelo grande espaço florestal. - Rurik sorriu tristemente. - Se alguém nos descobrisse aqui, poderia ser inicio de uma guerra. Os lideres são muito explosivos.

Phaeleh I (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora