Texto 2: Professor

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Me sento novamente em minha cadeira, esperando pacientemente que eles percebam que já entrei e estou preparada para dar continuidade aos meus constantes instantes de iluminação racional.

Os olhos deles me observam e sinto que a qualquer momento vou encolher só com seus olhares. Eu me lembro imediatamente de quando eu tinha a mesma idade e interrogava meus professores até ficar satisfeito com as minhas anotações - também conhecidas como rabiscos que faziam um atalho para que compreende-se o conteúdo, enquanto sonhava com meu curso de exatas. E agora parti para uma área completamente diferente, sou professor.

Estava divagando no passado, passando os olhos pela turma. Eu observo aqueles que tentam inutilmente esconder os livros de outra matéria que estão a estudar durante minha aula, por gentileza passo os olhos rapidamente fingindo que não vi, a menina que encolhida em seu canto está desenhando nas últimas folhas de seu caderno, alguns grupos de conversa e imagino quantas mentes e quantos talentos estão me escutando hoje. Até que eu a vejo no meio da multidão de olhos. Aquele símbolo de curiosidade que para mim representava que todas as minhas noites em claro, ou dias que passei na universidade valeram a pena. Por outro lado, para muitos era apenas uma mão erguida.

Sorrio com simpatia para aquela adolescente que agora se assemelha a mim mesmo nos meus anos dourados, quase como um espelho apontado para mim quando possuía a mesma idade. Dia de mudar a história, repito para mim mesmo antes de responder.

Various Tales (Contos)Where stories live. Discover now