Crônicas de uma futura S/N

Capítulo 5 - A vingança

Estava desfazendo minhas malas e pensando quantos anos de prisão pegaria por dar uma de Nazaré Tedesco e empurrar Florência da escada.

Lógico que isso estava fora de cogitação. Se aqui fora já não consigo pegar ninguém imagine presa dentro de uma cadeia.

Sem me dar conta já estava tirando o pó daquele lugar, geralmente não tenho cisma por limpeza mas aquela poeira já estava atacando minha rinite.

Tava tossindo feito uma condenada quando um rapaz entra no quarto. Ele era alto, cabelo loiro, pele pálida e olhos verdes esmeralda.

Fiquei parada olhando para ele. Acabei perdendo a reação estando diante desse homem incrivelmente bonito.

- Oi, Samanta não é? - Me disse enquanto averiguava o lugar.

- Sim, prazer. - Vou até ele e estendo minha mão.

- O prazer é meu, pode me chamar de Nilo. - Ele aperta minha mão e dá um sorrisinho que me faz derreter todinha.

- Você é o que da minha tia? - Pergunto encucada, pelo o que eu saiba Florência não tinha filhos.

- Eu sou só um "ajudante", sua tia me acolheu em sua casa. Minha mãe e ela eram boas amigas. - Ele pareceu viajar por um momento.

- Eram? - Antes que pudesse notar minha inconveniência as palavras já haviam saído.

- Minha mãe morreu faz cinco anos, desde então eu vivo com Florência. - Ele parecia meio cabisbaixo.

- Sinto muito. Deve ser complicado viver com minha tia, se eu que estou aqui faz apenas um dia já to com vontade de tacar a velha das escadas imagine você. - Dei risada e ele fez o mesmo.

- Ela é bem complica de se lidar mas acredite ela tem lado gentil. Mesmo que ele fique bem lá no fundo. - Disse ressaltando o "bem".

- Você parece gostar dela, já vi que não vai poder me ajudar na minha vingança. - Falei fingindo estar decepcionada.

- Você quer se vingar da sua tia? - Ele disse com um ar de graça.

- Qual é, desde que eu pisei aqui ela só me tratou mal. E olha só o quarto que ela me deu.

- Entendo o seu lado. Bem vamos fazer assim, eu te ajudo com sua "vingança" desde que seja algo leve, ok?

- Muito obrigada Nilo. - Disse pulando em seus braços.

Não faço a mínima ideia do que deu em mim, como que pulo no braço de alguém que acabo de conhecer?

Ainda em seus braços levanto a cabeça e vejo que seu rosto estava surpreso, porém ele me dá um sorriso envergonhado antes de se afastar devagar.

- Vou lá no estábulo alimentar os cavalos, depois que você terminar aqui traga a sua tia. Já pensei em algo para fazermos. - Vi um sorriso sacana em seus lábios.

- Ok! - Falei radiante.

                                (...)

Não demorou muito e eu já havia dado um jeito no local. Não estava lá essas coisas mas pelo menos estava limpo.

Desci correndo as escadas procurando pela minha tia. Nilo já estava nos esperando, e eu confesso que estava muito curiosa para saber qual seria nossa vingança.

Não precisei procurar muito e a vi sentada em frente à lareira, estava lendo alguma coisa que eu mal reparei.

- Tia você precisa vir comigo, tenho que te mostrar uma coisinha. - Falei tentando esconder minha maldade.