Capítulo 4 - A tia rica

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Após ter insistido horrores para que minha mãe me contasse se eu tinha ou não alguma tia rica, ela finalmente cedeu e me contou sobre Florência.

Era uma irmã distante da minha mãe, as duas não tinham contato, na verdade estavam brigadas. Eu não sabia muito bem o motivo já que minha mãe não havia me contado essa parte.

Ela foi breve em suas palavras e me contou pouco sobre minha tia. Disse que a mesma era podre de rica e isso a fazia ser mesquinha e megera.

Ela ainda tentou me impedir de passar alguns dias por lá alegando que minha tia iria me tratar mal, mas eu à ignorei e disse que iria conquistar o seu coração megero e ainda iria fazer com que as duas se reconciliassem.

Minha mãe claramente não havia aprovado a idéia, mas me entregou o número da minha tia. Logo fui ligar para avisa-lá que iria passar uns dias por lá.

- Alô, tia Florência? - Falei ao escuta-lá atender.

- Quem está falando? - Ouvi uma voz semelhante à da Aracy da TopTherm.

- Sou sua sobrinha, filha da Suzana. - Falei alegremente.

- Por que a filha dessa imundícia está me ligando? - Disse com nojo em sua voz.

Me segurei firmemente para não lhe xingar, encontrar meu amor era minha prioridade e não seria uma velha que iria estragar meus planos.

- Ora sou sua sobrinha e quero te conhecer! Queria saber se posso ficar uns dias ai. - Botei convicção em minhas palavras.

A ouço suspirar do outro lado, parecia que ela não estava dando a mínima para o que eu estava dizendo.

- Qual é o seu nome mesmo? - Ela perguntou de repente.

- É Samanta senhora.

- Você pode passar uns dias em minha esplêndida mansão, mas com uma condição. - Ela falou rimando.

- E qual é? - Eu não me importava com qual seria a condição, eu iria de qualquer modo.

- Você fazer tudo o que eu mandar, sem me contrariar. - Ela disse dando leves tossidas em seguida, deveria estar fumando.

- Tudo bem, seria mais que o meu dever como convidada.

A ouvi rindo irônicamente pelo outro lado, por algum motivo acabei ficando angustiada.

- Até lá minha sobrinha. - Ela falou e logo após desligou o telefone.

Que mulher estranha, espero que ela goste de mim. O que é óbvio que vai. Não tem como não gostar de uma menina engraçada, gentil e super carismática como eu.

                              (...)

O rádio do carro do meu pai já estava tocando a sua décima música country, meus ouvidos aclamavam por socorro.

Estávamos na estrada faziam quatro horas, estava exausta e com fome.

Já ia perguntar se estávamos perto quando meu pai me interrompeu repentinamente.

- Aqui, chegamos. - Ele disse passando com o carro por enormes portões de ferro.

O lugar era imenso, de longe podia avistar a mansão da minha tia.

Meu pai parou o carro em frente à uma fonte, logo atrás estava a mansão que observada de perto era ainda mais linda.

Descemos do carro e eu fui até o porta-malas pegar as minhas poucas bagagens.

Enquanto às pegava vejo uma mulher muito bem vestida caminhando até a nós.

Vestia um vestido roxo comprido, seu pescoço era enfeitado por um belo colar de pérolas, e seus cabelos grisalhos com um penteado dos anos 60 completavam seu visual lhe dando um ar de luxúria.

- Você é a Samanta? - Disse tragando seu cigarro.

- Sim, prazer em conhecer a senhora tia Florência. - Estendi a mão por pura educação, mas fui ignorada pela víbora.

- Me siga garota, vou lhe mostrar o lugar. - Disse se virando, sem nem ao menos cumprimentar meu pai.

Me despedi do meu velho com um breve aceno, ele apenas balançou a cabeça e entrou no carro dando partida e sumindo da minha visão.

Acompanhei minha tia, que não disse uma palavra se quer desde então.

Subimos uma grande escadaria e ali ela parou em frente a uma porta.

- Esse aqui vai ser o seu quarto. - Ela disse antes de abrir a porta.

Já estava imaginando um quarto gigante, com uma cama digna de Princessa. Mal poderia esperar para dormir ne...

Quando ela abre a porta tudo o que vejo é uma cama velha de madeira e móveis empoeirados.

- O que? Por que meu quarto...

- Calada, você vai ficar com esse quarto até que tenha a minha confiança. Por acaso esqueceu do combinado Samantinha? - Forçou uma vozinha enjoada.

Senti uma vontade incontrolável de meter um tapa na cara dessa bruxa e fazer com que ela engolisse aquele cigarro, mas me controlei e apenas lhe dei um sorriso seguindo plena.

Entrei no quarto e ali joguei minhas malas.

- Espero que esteja preparada para ser minha empregadinha. - Disse e saiu dali.

Empregadinha? Ela acha mesmo que eu vou jogar seu joguinho?

- Pelo visto vou ter que deixar meus planos de S/N de lado por enquanto. Agora meu maior objetivo é acabar com você titia Florência. - Resmunguei para mim mesma.

Vou fazer essa mulherzinha ter o que merece!

Crônicas de uma futura S/N Onde histórias criam vida. Descubra agora