S e g u n d o C a p í t u l o

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"Give everything to those we love
Not stupid 
It's courage"  

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Meu corpo treme, todos os pelos do meu corpo se arrepiam, me encolho e me mecho na cama, outra vez o vento frio me atinge fazendo meus lábios tremerem. Abro os olhos devagar e olho em volta, meu novo emprego em Space Dounghnut's, homens bêbados, o gatilho sendo puxado, indecifráveis olhos azuis me encarando profundamente tudo vem na mente de uma só vez que me deixa meio zonza. Aperto com firmeza a toalha em volta do meu corpo e levanto devagar da cama, mesmo estando de noite meus olhos lutam para ficarem abertos.

Vou em passos lentos até a janela pequena que fica entre o guarda roupa e a cama que dá em direção à rua em frente ao prédio. Antes de eu fechar por fim a janela algo prende a minha atenção, mesmo com a fraca luz do poste e meus olhos implorando para voltar a dormir vejo um carro preto e visualmente caro parado em frente ao meu simples edifico , permaneço algum tempo olhando e não vejo ninguém, aparentemente o carro está vazio, seu vidro totalmente preto dificulta ainda mais para realmente saber se há mesmo alguém. Meus devaneios são interrompidos quando um barulho ecoa pela casa.

A porta da entrada foi aberta.

Os pelos do meu braço se arrepiam em uma mistura de medo e frio, paraliso no lugar e tento ouvir mais alguma coisa, mas não ouço nada. Tento forçar a minha mente a acreditar que é só a minha mãe voltando de mais uma noite bebendo, fecho a janela e decido voltar para cama mas antes mesmo que eu dê um passo outro barulho, dessa vez mais alto

Um grito

Um grito da minha mãe

Minhas pernas tremem e me lembro da cena do beco, do homem dono de um belo par de olhos azuis, ando devagar e giro a maçaneta da porta do meu quarto.

- Eu vou pagar eu prometo! – diz a minha mãe ajoelhada no chão com os olhos repletos de lágrimas que rolavam pela sua bochecha vermelha com uma grande marca de mão.

Dois homens, os dois vestidos de ternos totalmente pretos e bem alinhados, observo que são altos e seu terno apertado deixa resplandecer todos os seus músculos, um deles se abaixa próximo ao corpo a minha mãe e é ai que eu noto um volume diferente no cós da sua calça. Meu coração dispara e sinto meus olhos arregalar, uma arma!

- Oh querida Olivia como eu queria acreditar nisso – sua voz fez as minhas pernas fraquejarem me forçando a segurar mais firme a maçaneta para não cair. Tive que colocar a mão na boca para não soltar um grito quando outro tapa foi dado no rosto da minha mãe fazendo o sangue escorrer pela sua boca até o queixo. – Mas não dá para confiar numa vadiazinha como você – ele levanta e um sorriso surge nos seus lábios, um sorriso maldoso.

- Sabe o que fazemos com vadias como você Olivia, quando não pagam o que devem? - ele diz com o rosto perto do de minha mãe. Aquele homem parece se divertir ao ver lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

O soluço alto que sai de sua boca faz meu coração apertar e lágrimas percorrerem silenciosamente o meu rosto, meu corpo treme pelo medo. Algo dentro de mim sabia que isso ia acontecer antes mesmo de abrir a porta.

-ME RESPONDA! – ele grita e levantando o braço em um golpe rápido dando um soco bem no rosto da minha mãe, o grito dela fere os meus ouvidos junto com o barulho dos ossos de seu nariz se quebrando.

Ela balança a cabeça em um ato afirmativo, seus soluços altos e suas mãos no nariz cobertas de sangue.

- Ótimo! – ele exclama satisfeito e puxa a arma no cos da calça.

Meu Predador (Parado Temporariamente)Onde histórias criam vida. Descubra agora