"Did somebody hurt you?
Did somebody drag you down?
Heavy is the head that wears the crown
Did you
Did you ever tell me?
'Cause I never heard a sound"
Letting you let go- Paper Route******************************
Eu estava sozinha em casa, não como se isso fosse alguma novidade. Ouvi a porta de entrada se abrindo, minha mãe mal conseguia andar e falava palavras sem sentido, me lembro de ter corrido pateticamente em sua direção pensando que ela estava passando mal.
Foi naquele dia, no meu aniversario de cinco anos que eu apanhei pela primeira vez.
No começo eu não entendi, pensei que tinha feito algo errado, algo que tinha a magoado, mas então ela continuou batendo e batendo até parar com um sorriso no rosto. Aquela sensação nunca se repetiu, o desespero, a falta de impotência, o medo, eu nunca mais tinha me sentido daquela forma depois daquele dia, até agora.
Quando eu tinha cinco anos era fácil correr para meu quarto e me esconder de baixo dos cobertores velhos, mas agora eu não sou mais uma criança fugindo de tapas da sua mãe bêbada, muito pelo ao contrario eu estava nessa situação por causa dela.
- Anda logo! – disse o homem de olhos negros puxando meu braço para descemos mais um lance de escadas. Ando tropeçando em meus próprios pés tentando manter o mesmo ritmo que esses dois homens. - Você não podia ter escolhido roupa melhor para usar hoje gracinha! – disse o homem que me segurava com um sorriso maldoso nos lábios avaliando a toalha meio úmida que tampa meu corpo.
Não demonstrei nenhuma expressão ao ouvi-lo e continuei descendo os degraus sujos tentando conter minhas pernas trêmulas.
O outro homem ao meu lado falava alguma coisa no telefone que eu não faço a mínima questão em saber, já o de olhos escuros apertava o meu braço de maneira tão bruta que tenho certeza que ficara uma marca roxa e aproveita a cada oportunidade para encostar seu corpo no meu.
Falta só mais um lance de escada para sairmos do prédio, para a minha vida acabar. Talvez pareça dramático da minha parte pensar dessa maneira mais me sinto assim agora, sem nada. Deixando tudo para trás por conta de uma mulher que se denomina a minha mãe mesmo não agindo como tal.
Antes dos meus pés tocarem os últimos degraus uma porta se abriu, ela está com os cabelos castanhos bagunçados para cima e maquiagem borrada no rosto. Seus olhos avelãs se arregalam a me ver e reparar nos homens que me escoltavam até a porta.
- Rose? – disse ela parecendo não acreditar no que estava acontecendo, na verdade nem eu estou. Parece que tudo é um sonho ruim e que amanhã acordarei na minha cama atrasada para mais um dia de faculdade.
- Não tem nada que te interessa aqui! – disse o homem que falava no celular o largando rapidamente. – Acho melhor você voltar para dentro!
Taylor olhou para mim procurando uma explicação, mas não consegui a encarar, não consigo olhar em seus olhos e ver do que estou abrindo mão para manter a minha mãe a salvo.
Sem esperar uma resposta ele apertou o meu outro braço de maneira pouco delicada me empurrando para descer os poucos degraus que faltam.
- Não! – disse Taylor se colocando na frente atrapalhando a passagem. – Vocês não vão levar ela! – sua voz sai tão determinada que se não tivéssemos nessa situação eu iria rir, ela estava se colocando na frente de dois homens que possuem basicamente o dobro da sua altura e parecia não se intimidar com isso.
- É melhor você sair do caminho agora. – disse o homem de olhos negros num tom impaciente. – Ou te tiramos dele!
Vi sua outra mão ir até o cós da calça aonde ele guardava a arma, meu coração começou a acelerar e meus olhos ardiam, eu não posso deixar eles machucarem a Taylor. Antes que ela falasse algo que custe sua vida eu levantei a cabeça e a olhei nos olhos.
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Meu Predador (Parado Temporariamente)
Romance"Se ele é um erro então eu não quero estar certa" Em um passe de mágica A minha vida mudou Eu perdi tudo Mais foi quando eu o conheci Eu sou uma mercadoria Que ele quer comer Talvez não seja tão ruim Porque eu quero ser comida Tudo nele é cer...