Sorria, Charlotte!

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Ela não havia nascido chorando, muitos menos pedia por leite aos berros, ela permanecia em silêncio, até que a figura de sua mãe se formasse, ali na porta. Uma criança especial? Sempre Srta. Rebecca afirmava e reafirmava para um todo não se esquecer, ela acreditava no potencial da pequenina. Logo se vem o 1° ano de muitos, sendo comemorados. A bebê desperta, com seus olhos grandes e acinzentados, recobertos por cílios castanhos. Ela não entendia, por que todos ao seu redor sorriam? Claro, sem uma consciência formada ainda, porém a teria ao passar de seus anos. Mas continuava a observar, curiosa ou não, o ombro de sua figura materna era de um cômodo beneficiário a ela. O tempo passa, os cinco anos completos, consequentemente acompanhado por muitas indagações, portanto ela iria encher seus pais de perguntas? Não, era ao contrário. A pequenina não questionava, e sim se conformava. Ao assobrar as velas, um ato comum em festas de aniversário, posteriormente viria a sessão de flashes, neste dia marcado pelas comemorações direcionadas a caçula da família. O diálogo ali estabeleceu, com alguns erros de falas, mas vamos deixar legível.
- Sorria, Charlotte!
- Por quê? Uma pausa, o silêncio estabeleceu por um curto instante, a primeira indagação da criança, na verdade a primeira fala de alguém que chegaram a pensar que com o tempo perderá a voz. Os choros não frequentes em sua trajetória dos primeiros meses, pois ali estava um novo motivo para se comemorar. A lágrima deslizará pela face da jovem Rebecca, mãe de três crianças, sempre emocionada pelo ato de cada um. O pai, Dr. Crane com a postura rígida, mas o sorriso formará em seus lábios.
- Devemos sempre sorrir para uma foto! - afirmou a mulher.
Ela olhou para sua mãe, observou como ela sorria, parecia fácil. Então ela sorriu, o movimento dos músculos de sua face, não era uns dos sorrisos mais empolgantes, era em si uma fase de aprendizado. Se conformou que em festas ou para algumas fotos, não em todas, deveria sorrir.

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