Capítulo 6

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Lalisa estava ansiosa... mas não por causa de Kim, nããããããããão. Mas por algum motivo que ela ainda não descobriu.

Depois de acordar, tomar um banho no enorme banheiro dos professores, vestir uma roupa confortável e um moletom azul grandão que ganhou do Taehyung, ela se dirigiu a biblioteca, a grama ainda estava úmida e sujou um pouco seus sapatos.

Ela pegou suas coisas na mesa onde tinha estudado com Jennie, pegou as coisas dela também e esperou a bibliotecária aparecer para entregar a chave. Ela acabou perdendo o café por ter a esperado, não sabia onde ela estaria então preferiu esperar ou acabariam se desencontrando.

E quando finalmente entrou em sua sala, tomou um micro susto ao ter todos os alunos já em seus devidos lugares. Com os olhares sobre ela, ela deixou suas coisas na mesa, separou as da Kim e foi em direção a ela.

— Na próxima não se atrase, por favor. — falou em tom sério, deixando o caderno de matemática e o estojo da garota nas mãos dela, Jennie assentiu tirando os fones que usava após guardar o caderno embaixo da mesa, seus amigos lhe lançando olhares sacanas e murmurando para ela contar o que estava acontecendo depois enquanto a professora voltava para frente da sala. — Bom dia.

— Bom dia, Miss Manoban. — falaram em uníssono, a professora sorriu ligeiramente.

— Destaquem as folhas da atividade de terça passada e me entreguem apenas aqueles que desejam que eu leia. — Lisa pediu e observou os alunos arrancarem as folhas e andarem em direção a ela que está escorada em sua mesa. — A propósito, sábado foi muito bom, estou orgulhosa do trabalho que fizeram... e pela simpatia que trataram os ômegas e betas.

— Professora, seu amigo é muito engraçado. — falou um dos garotos próximos de Jennie, Lisa sorriu tentando lembrar do nome dele.

— Taehyung é extremamente extrovertido, Yoongi. — Lisa sorriu para o último garoto que trouxe a própria atividade. — Ele fica um pouco desconfortável com alfas e me deu uma bronca por eu ter aceitado lecionar aqui.

— Por que ele se sente desconfortável com alfas? Quero dizer, nós temos só 17 anos para se sentir ameaçado. — outro aluno entrou na conversa e Lalisa ficou quieta por um tempo.

— É natural ômegas se sentirem ameaçados com muitos alfas em volta, mesmo que mais novos. — respondeu fazendo impulso e sentando na própria mesa.

— Você se sente ameaçada por nós, professora? — Jiwon perguntou com um toque de rancor, Lisa lhe lançou um olhar de superioridade erguendo o queixo levemente.

— Não, eu não me sinto nem um pouco ameaçada por vocês. — respondeu em um tom rude, Jiwon rodou os olhos ligeiramente e desviou o olhar. — Enfim, vamos começar...

Lisa iniciou a leitura de algumas folhas, a maioria eram por coisas pequenas, tinha apenas cinco, e ela falou sobre as situações ruins que os alunos passaram, sendo gentil ao dizer que estava tudo bem, e que em nenhum momento foi culpa deles.

— Temos tempo para o próximo pensamento? — perguntou deixando as folhas na mesa ao seu lado, esperou uma reposta e ninguém disse nada, ela apenas suspirou puxando a manga do moletom para olhar o relógio no pulso.

— Tatuagens legais. — ouviu Matthew. — Eu sempre achei que ômegas não gostassem disso.

— Certo, acho que precisamos falar sobre isso. — Lisa desceu da mesa num leve pulinho, agora com as mãos para trás e um pouco pensativa. — O que levam vocês a acharem que ômegas de ambos os sexos de alguma forma não gostam das mesmas coisas que homens ou mulheres alfas ou betas?

E todos mantiveram silêncio, Lisa andou de um lado para o outro esperando uma resposta.

— Vocês são cheios de perguntas, mas não me dão nenhuma resposta. — parou novamente se escorando em sua mesa. — O fato de eu ser uma ômega, ter traços afeminados, poder engravidar, ser de certa forma mais "fraca" — fez aspas com as mãos rodando os olhos em desgosto. — a homens ou mulheres alfas e betas, ter de ouvir calúnias sobre coisas que eu devo ou não fazer por causa da minha espécie... leva vocês a acreditarem que eu não sou capaz de algo tão grandioso como vocês?

Lisa estava tentando se controlar para não se estressar, mas seu cheiro de quando se sente irritadíssima exalou pelo local e os alunos se remexeram desconfortáveis.

— Vamos lá garotos, vocês não têm mais nada para me perguntar sobre o meu corpo, minha espécie ou do que eu sou capaz? — cruzou os braços, a respiração um pouco ofegante. — Por que alfas se acham tão superiores a ponto de ficarem surpresos de algo que normalmente um ou uma ômega não faz, mas por ironia do destino resolver fazer?

Lalisa desviou o olhar sério dos alunos para suas mãos e um longo suspiro derrotado escapou de seus lábios.

— Eu sou a droga de uma ômega e isso não pode mudar, o mínimo que eu quero dos meus alunos mais velhos é a porra do respeito de vocês. — alguns arregalaram os olhos surpresos, Lisa deu alguns passos para se sentar em sua mesa. — E parem de falar coisas alfistas pra mim. Vocês não são melhores que nenhum ômega, somos todos iguais a vocês.

O sinal tocou e os alunos se apressaram para sair da sala, Lalisa manteve silêncio, um pouco envergonhada do show que fez, quando ouviu a portar bater, afundou o rosto nas mãos.

— Eu não devia ter aceitado isso. — murmurou.

— Claro que devia, quem me ajudaria em matemática? — se assustou com a voz rouca e olhou para o lado, Jennie estava abaixada próximo do seu corpo com um sorrisinho compreensível. — E se você desistir, esses babacas no fim estarão certos.

— Jennie...

— Miss Manoban, por favor, não desista de nós. — Jennie sorriu, mostrando suas adoráveis covinhas. E afetada com tudo que aconteceu, Lisa praticamente se jogou na aluna e a abraçou.

Jennie, um pouco surpresa, retribuiu o abraço, as mãos indo para as costas e nuca da professora, sentiu o pequeno nariz no seu pescoço e ofegou ao sentir as mãozinhas apertarem suas costas.

— Desculpe, eu fico muito emotiva por qualquer coisa quando me sinto-...

— Ameaçada?

— Rebaixada, talvez seja a palavra certa. — respondeu, ela afastou o rosto e encarou a aluna. — Obrigado Jennie, são pessoas como você que não me fazem desistir.

— Eu fico feliz de ajudar. — respondeu sorrindo mais uma vez, Lisa se afastou voltando a se ajeitar na cadeira, agora ganhando rubor nas bochechas. Jennie se manteve ao seu lado. — Eu li em algum lugar que ômegas gostam de abraços quando estão irritados.

— Sim, nós gostamos, acabamos nos sentindo seguros. — respondeu desviando o olhar para as suas mãos e brincando com os dedos envergonhada.

Jennie se levantou e caminhou até a porta, ganhando o olhar de Lisa de volta para ela, com metade do corpo para fora, Jennie sorriu mais uma vez.

— Então espero que eu te veja mais vezes irritada, assim ganharei outros abraços seus. — disse apoiando a cabeça na parede e abrindo um sorriso charmoso e deixando alguns cachos caírem em seu rosto. Lalisa mordeu a parte de dentro da bochecha. — Tenha um bom dia, Miss Manoban. — fechou a porta podendo deixar Lisa a vontade.

— Puta merda... — murmurou com a respiração afetada.

Como aquela garota faz isso com ela? Talvez ela não tenha dito na malicia – até porque seu tom foi dócil –, mas Lisa não pode mesmo ficar excitada com aquele sorriso... não mesmo.

 

Continua...

bejinhos, obrigada por ler, e não se esqueçam que a maravilhosa  Imatura é quem está proporcionando à vocês essa belezura.

Internal College for Alphas || Jenlisa VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora