o humano finge ser racional
vê um labirinto, anseia em se perder
vê um precipício, acha seguro se jogar
cria faísca, pensa que pode controlar
o humano brinca de divino
de criar e tirar vida
de julgar
o humano sente
o tempo decompor
a terra o comendo pelos pés
e mesmo assim acredita ser imortal
o humano não precisa
e mesmo assim destrói
mata e desmata
cata e guarda
o humano inventa desculpa
se diz imperfeito
se diz poético
se diz o ser mais sensitivo
mas o humano apenas é
a pior praga
e o próprio veneno
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O baú com todas as coisas
PoezieEntre fotografias e não fotografias onde tudo é contado e talvez nada seja dito.