Capítulo 27

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Hey Limanthinhas!

Vocês estão preparadas pros últimos capítulos?

Boa leitura 💙

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Quanto tempo levaria para as coisas saírem dos trilhos?

Nove mil e quinhentos quilômetros.

Cinco horas de diferença de fuso horário.

Três meses passados.

Nada garante que uma estrutura não possa ser abalada.

Nenhum relacionamento é cem por cento estabilizado.

Samantha, desde que chegara em Milão, segundo Tina, parecia uma criança encantada em um parque de diversões, mesmo estando lá pela segunda vez, parecia a primeira.
O novo apartamento em que ficaria pelos sete meses era totalmente o oposto do seu, não perdia no quesito luxo, mas nada além disso era semelhante. Seu novo local de trabalho lhe era tão convidativo, a primeira vez em que pisou na sala de aula em que lecionaria estava em êxtase.

Se contassem à Samantha de um ano atrás que ela estaria em Milão para fazer o que sempre pretendeu desde quando ingressara na faculdade de moda mas que não estaria se sentindo totalmente completa com isso, no mínimo, chamaria de louca a pessoa que ousou dizer algo assim. Porém, era exatamente como se sentia.

Nas primeiras semanas, quando ainda não estava habituada ao fuso horário de Milão, suas madrugadas eram em claro em ligações ou chamadas de vídeo com Heloísa.
Nada substituiria estar junto a ela, poder tocá-la, beijá-la e dividir uma cama, porém, na situação em que estavam, qualquer contato supria a necessidade de estarem próximas.

Se adaptando à sua nova rotina, Samantha teve o sono regulado de acordo com o horário de Milão, o que acabou não condizendo com o horário de Lica em Nova York. O horário em que costumavam conversar, passou a ser as horas de sono da morena. Durante o dia, as mensagens trocadas eram poucas, Heloísa mal pegava seu celular durante o plantão, assim como Samantha não poderia pegar enquanto dava aula.

O contato estava ficando raro. Várias foram as madrugadas em que Samantha ficara acordada aguardando Lica encerrar seu plantão para ao menos desejar uma boa noite, porém, assim como quando a conhecera, a médica estava excedendo o tempo de trabalho.
Samantha sabia que era isso que fazia quando não estava bem, quando precisava ocupar a cabeça e não ficar sozinha. Não tinha total convicção de que isso era totalmente culpa do que vinha acontecendo entre elas, mas o tempo para falar era pouco, não sabia ao certo o motivo.

No começo, o tempo parecia totalmente a favor. A areia da ampulheta caía rapidamente, agora, tudo parecia ter ganhado o dobro de lentidão.

Samantha estava em sua terceira caneca de café desde quando acabara de preparar a aula do dia seguinte. Seu período da noite era em eventos para os quais era convidada ou ia acompanhar Tina, em reunião, ou em seu apartamento programando o que seria dado no próximo dia.

Passar à outras pessoas o que sabia era melhor do que imaginava. Facilmente aceitaria ser professora em São Paulo também, aprenderia a conciliar o tempo da grife com o tempo que passaria lecionando. Tinha essa ideia até a sua melhor amiga lhe mostrar o outro lado da moeda. Definitivamente, o único lugar para fazer isso, era ali em Milão e bastava. As mudanças significativas que estava trazendo à sua vida poderia atrapalhar totalmente tudo o que tinha em São Paulo.

Com quatro meses para seu desfile e para quem estava dando ordens de outro continente, tudo estava caminhando bem, pelo menos do que lhe era passado, tudo estava certo. Questionava os pais sempre que podia quanto ao andamento das coisas em sua própria grife e à organização do desfile. Nessa parte, tudo estava como o planejado, um peso a menos em sua consciência.

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