4 Capítulo

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Justin estaciona o carro em frente ao Hops, depois de discutimos sobre comer aqui ou levar para casa, no fim decidimos ficar para podermos conversar sem meu irmão bisbilhotar nossa conversa. Sentamos na nossa mesa favorita, não demorou muito para o Narah vir nos atender, eu, obviamente, pedi meu hambúrguer preferido, já Justin optou por batata frita, e uma batida.

— Faz tanto tempo que não comemos aqui. — Observei, olhando Justin que estava ocupado tomando sua bebida.

— É verdade, eu te chamei algumas vezes, mas você nunca queria vir. — Apontou ele.

Encolhi-me, olhando em volta. É difícil vir aqui sem meus pais, já que costumávamos jantar aqui quase sempre. Lembro-me de mim e Allan, crianças brincando com nosso lanche, enquanto nossos pais conversavam sobre o trabalho.

— É difícil superar... — Sussurro. — Eles fazem tanta falta Justin! — Batuquei a mesa com os dedos, me sentindo estranha.

— Hey! — Justin trocou de lugar e ficou mais perto de mim, estremeci quando senti seus dedos tocarem meu queixo para erguê-lo, me obrigando a encará-lo. — Não gosto de te ver triste. — Murmurou com os olhos pregados aos meus.

— Tudo bem, eu só preciso seguir adiante e esquecer isso. — Digo, enquanto a garçonete traz os nossos pedidos. — Agora sim posso ficar alegre! — Sorrio ao ver meu lanche favorito. Senti meu estômago roncar, anunciando que preciso comer.

— Mais é uma morta de fome mesmo. — Zombou ele, rindo.

Não perco tempo, dou uma grande mordida no hambúrguer, muito delicioso por sinal! — Não sou, mas estou morta de fome! Você não tem nem ideia.

— Imaginei. — Brincou.

Continuei a comer, enquanto eu e Justin falávamos sobre coisas bobas. Até que seu olhar se perdeu em algum canto do Hops, me virei para ver o que ele tanto olhava. Justin observava um garoto de cabelo preto e olho escuro, entrar na lanchonete. Adam.

— Ai meu Deus. — Engasgo-me. Justin não parece gostar da minha reação ao ver o garoto. — Que ironia.

— Conhece? — Justin quis saber.

Ele me olhou impaciente e concordei, voltando a comer, sem deixar de olhar o garoto, que hoje usava um capuz preto sobre a cabeça. Ele foi até o caixa falar com a garota loira.

— Ele é da minha sala, o pai dele é o diretor do colégio, acredita? — Contei, observei o olhar sério do loiro mudar para o de zombaria. — Que foi?

— Um Playboy, que novidade. — Ironizou Justin, mordendo sua batata, ainda fitando Adam. — Ele é estranho, misterioso.

Reparo que Justin revira os olhos ao falar. — Eu não sei, ele não é muito sociável. — Digo.

Adam estuda comigo a mais de três anos. São poucas as pessoas que vejo conversar com ele, tendo mais intimidade. Também sei que ele facilita as festas dadas pela elite, mais não comparece em todas elas. Dizem que nunca namorou, e que as meninas que ele transa, ele simplesmente se livra no dia seguinte, no pós-sexo. Adam e Dylan brigaram feio uma vez, eu nunca soube o motivo, mais teve vídeo e tudo.

— Bom, não me importa, os garotos da sua sala são todos uns pirralhos. — Falou Justin, me fazendo revirar os olhos. Ele é apenas três anos, mais velho que eu, e já se considera um adulto.

— Me dá uma batata! — Peço e tento pegar, mas ele tira do meu alcance. — Justin! — Ele leva a metade da batata a boca, deixando a outra parte para fora e vira o rosto na minha direção.

— Pega aqui! — E aproxima a boca da minha, suspiro derrotada e volto a comer meu hambúrguer. — Como pensei...

— Seu chato!

A Garota Que Eu Precisava Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora