Por que sempre temos tendência à aquilo que conhecemos? O que nem sempre é seguro, mas sabemos que é sólido, nostálgico.
Como uma quinta qualquer se transforma em insônia e em textos regados a cheiros familiares, como café e papel, morangos mofados, uísque e depravação.
Gestos simples e antigos com frescor de novo, fumar um cigarro e sentir que os pecados tragados e soltos são diferentes. Sentir que aquela dor se preencheu depois de tantos porres, e que agora ela se denomina "inspiração", como uma
ponta que nunca se fecha.
Perguntam-me incessantemente o que é belo para mim, em todos os sentidos, e sinceramente? A única certeza da vida é bela, mas as incertezas antes dela são mais ainda. São selvagens, cruas, são as quintas calorosas, o final do seu livro então favorito, do porre que você decidiu tomar e não sabe se terminará abraçado a um vaso sanitário ou na cama da sua insônia.
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A madrugada pertence aos poetas.
Poetry"Ciscos. É isso que somos, ciscos em um curto espaço de tempo, por isso pergunto para você, aqui, agora: como um cisco momentâneo pode doer tanto?"
