Jimin - Pacto

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A chuva caia no asfalto gélido, não se enxergava um palmo a sua frente. Tudo estava escuro e era ainda mais difícil ter uma visão clara nas condições de Jimin. Seus olhos estavam vermelhos e as lágrimas desciam por ele. Não sabia o que fazer, e não havia outra escolha, assim como ela havia dito: Você sucumbirá!
A voz e a risada, ridículamente, maldosa ainda eram ouvidas ao longe. Ao parar na frente do portão de ferro com plantas ardonando-o desligou o carro e desceu as pressas. Abriu a porta do passageiro e retirou de lá o corpo ensanguentado de S/N.

- Estamos chegando!

Ele sussurrou para o corpo sem vida em seus braços. Abriu um pouco o portão com o pé e entrou no local. Era terrível ir até lá, mesmo que de dia, de noite e com chuva era ainda pior. Todo ensopado, deixava um rastro por onde passavam, o sangue da menina ficava para trás. Ele estava com medo do que faria agora mas não havia outra escolha, ou ele fazia, ou seu amor morreria. Jimin não deixaria isso acontecer não de novo.
Andou por entre os túmulos, até avistar a capela. O corpo gélido em seus braços pesava cada vez mais. Ele a olhou e a viu inerte, chorou mais. Ajeitou ela em seus braços e seguiu para a cova que já conhecia bem.
Enfim, após tanto andar achou o túmulo feito de granito preto, com um anjo esculpido em cima da placa que identificava a pessoa. Era irônico aquele túmulo, de anjo nada tinha aquele ser que ali jazia.
Jimin deitou a amada sobre a pedra e alisou seu rosto.

- Me desculpe, mas eu não posso te perder.

Saiu de perto do sepulcro a procura de algo. Lia todos os nomes nas lápides. Kwan, Sook, Dong-yul, Taeyang... Nenhuma delas tinha rosas vermelhas nelas. Ele continuou a procurar até achar. Yangmi, olhou para o céu em agradecimento.

- Lamento sua morte, mas pode me emprestar por um instante? Obrigado!

Correu de volta para o túmulo onde estava S/N. Tirou do bolso uma faca e um isqueiro. Pegou a rosa e começou.

- Eu, Park Jimin, invoco a ti, Micha. - Pegou a faca e cortou o próprio pulso na horizontal. Deixou o sangue cair sobre as pétalas da rosa. - Para pedir, contudo sabendo que terei uma dívida eterna com a vossa senhoria.- Pegou o isqueiro e se preparou - Minha senhora! Por favor, Apareça! - Ateou fogo na rosa.

No mesmo instante ouviu uma risada debochada ecoar no ar. Procurava por entre os túmulos, mas nada via.

- Ela é linda! - Jimin tornou o rosto para onde estava S/N e a viu ao seu lado, acariciando a pele pálida da menina. - Por que me chamou?

- Eu...

- Ah! - Ela riu.- De novo Jimin? Não sabe cuidar do que é seu? É muito irresponsável. - Gargalhou. - E por que acha que vou lhe ajudar?

- Não custava tentar. - Disse firme.

- Jimin...Jimin....- Fez barulho de negação com a boca. Se levantou do chão e foi até ele, passou a mão em seu rosto e disse. - Você não tem mais nada que me interece. Vá embora! Aproveita que está no cemitério e enterra a difunta de uma vez. Ahhh... Não esquece de limpar minha lápide e deixar flores. Obrigada, e não volte nunca mais! - Jimin chorou. - Não, volte sim. Mas para me pagar sua dívida.

- Por favor!

- Quando vai aprender Jimin-ssi? Se bem me lembro a última vez foi bem similar. - Ela ia se retirar, mas Jimin segura seu braço.
- Faço qualquer coisa. Por favor! - A mulher riu e o olhou com uma cara de quem planejava algo.
- Qualquer coisinha?
- Sim!
- O que eu quiser? - Disse se sentando na lápide.
- Sim! - Ele olhava com desespero para ela.
- Eu quero uma coisa Jimin e sabe o que é! - Ela riu travessa.
- Eu faço! - As pupilas da mulher dilataram ao ouvir aquilo. - Só a traga de volta!
- Jimin, Jimin. Refém do amor, burrinho, burrinho. - Passava as mãos nas pernas da mulher deitada em cima de seus ossos. - Tão desesperado para ser retribuído que trairia seu amigo sem nem pensar duas vezes. Ahhh... O amor não é lindo? - Riu debochada.
- Só faça! - Ele olhou para a mulher que amava.
- Sabe que tudo tem um preço. No seu caso mais de um. Ela vai voltar a viver,- Disse subindo para o colo da menina.- linda e esplendorosa como eras. Porém, - Passou as mãos pelo seu rosto.- vai voltar diferente. Você sabe, com presinhas como as suas, não poderá mais comer e será escreva da imortalidade, assim como você lindinho!
- É um preço que pagarei.
- Você não vai sentir o que ela irá. Será que ainda te amará quando descobrir o que fez? - Riu de Jimin, mas não tirava os olhos da menina.
- Faça!
- Tudo bem! - Ela aproximou o rosto do da menina. Passou os dedos finos pelos lábios macios dela. - Mors ipsos maledicos vivos concremare de puero hoc. Efficere ut in carne! - Ouviu se um trovão.- Micantibus aethera facit pacem accipere aut poena inferni dolorem causat.- outro estrondo foi ouvido e o céu novamente se iluminou. - Verum, ut ad mundum et ad peccatum.- Ela riu e olhou para Jimin. - Et reversus est in caritate. - E tornou a olhar para a menina. Seu corpo virou só osso e Jimin olhou para o outro lado, ver sua noiva ser tocada por aquela mulher era doloroso demais. - Convertimini. Back in sempiternum.- Ela disse e um raio caiu assim que seu lábio tocou o da menina. - Está feito! Ela acordará logo, logo... Romeu!
- Obrigada!
- Não agradeça, me pague! - Ela sumiu. Jimin pegou S/N no colo e retornou para sua casa com ela.

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