O acaso

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Sasuke não tinha mais certeza de nada e muito menos conseguia pensar em mais uma teoria possível para explicar tudo que estava se passando dentro do seu coração e sua mente. Não foi uma semana fácil, ele podia perceber que Naruto realmente o evitava o máximo possível, apesar de que eles trabalhavam juntos, então era inevitável uma mínima interação. O moreno não conseguia entender porque aquilo o deixava tão triste, o mais novo não deveria estar tão distante assim de si. Sim, era complicado. Naruto passou a vida inteira tendo Menma como uma sombra e pela a dor e o sofrimento que seus pais haviam passado, fizeram com que eles super protegesse o loiro, isso não foi nada saudável para o mesmo. Então, Naruto fazia questão de tentar fugir de tudo que era relacionado ao seu irmão mais velho que nunca conhecera.

E Sasuke tinha quase três caixas de recordações de Menma guardados em seu quarto, era mesmo muito para poder engolir e processar. Se Naruto fosse supersticioso, com certeza estaria rindo do destino, mas ele sabia que o acaso sempre poderia agir. E o acaso havia unido os dois de uma maneira estranha. Era doloroso para o mais novo também tentar se manter tão distante do mais velho, o seu coração implorava por uma certa interação. Naruto queria convidá-lo para uma mesa de bar e ficar horas ouvindo o que o moreno tinha para dizer sobre si, todos os seus anseios, medos e sonhos. Contudo, ele tinha que ser forte.

O moreno, ao contrário de Naruto, acreditava piamente que o acaso não existia e que nada acontecia por simplesmente acontecer. Ele tinha que se agarrar a isso, senão teria entrado em uma melancolia maior ainda após perder o seu melhor amigo. Entretanto, ele conseguia respeitar a decisão do seu estagiário, era mesmo melhor daquela maneira.

- Senhor Sasuke, com licença. – O moreno ouviu sua voz soar. – Eu estava batendo há um tempo, mas o senhor não me ouviu.

- Não precisa me chamar de Senhor, Naruto. Eu já disse.

O loiro ficou um pouco envergonhado. Lembrou-se de tudo que ele havia dito para o moreno há exatamente uma semana. Não conseguia ainda acreditar que havia tentado beijar o seu chefe. Era uma confusão enorme para si. Sentia vontade de sair correndo e gritando, mas ele sabia que isso não resolveria nada.

- O que deseja, Naruto? – Sasuke arqueou a sobrancelha. Estava cansado de trabalhar. Faltavam poucos minutos para o fim do expediente e ele não poderia desejar mais um banho quente e uma boa noite de sono.

- Sasuke, eu... – Naruto estava cada vez mais vermelho. – Minha mãe é tipo a mulher mais intrometida que eu conheço. E ela não descansou até eu contar exatamente tudo sobre o meu novo estágio...

- Ah... – Foi a única foi que ele conseguiu dizer após entender onde Naruto iria chegar.

- E eu meio que falei que estava trabalhando com você e ela exigiu que eu o convidasse para jantar com ela e meu pai hoje. – Suspirou. – Ela quer ver o quanto você cresceu e diz que está com saudades de você. Mas sério, Chefe, sinta-se a vontade de recusar esse convite.

Sasuke respirou fundo. Ele imaginou mesmo que esse dia poderia chegar, só não imaginava que seria tão rápido assim. Os pais de Sasuke durante certo tempo ainda manteram contato com os pais de Naruto, mas ficava cada vez mais distante. Até que finalmente praticamente todo o contato se desfez. De certo modo, o moreno sentia saudade dos sorrisos largos que os dois tinham e dos abraços fortes que Kushina dava em si o recepcionando na sua casa. O moreno não tinha como recusar o convite, mas não conseguia parar de pensar em um certo ponto:

- Como você está se sentindo em relação a isso? – O moreno perguntou tentando ser o mais imparcial possível.

- Ah... É estanho. – Naruto tentava evitar o olhar. – Meu estômago tá embrulhando um pouco, mas eu entendo porque eles querem te ver. Então... não vejo problemas.

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