Liberdade??

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Eu tinha a chance de ser livre, mas seria realmente a liberdade que eu queria, eu tinha  certeza que não. Mas eu daria um jeito. O mais importante: Eu seria capaz de fazer o necessário? Eu não sei.

Assim que eu fui tirada da cela, tive vontade de fugir, mas eu tinha uma chance de ser livre, não iria desperdiçar essa chance. Além disso, eu estava fraca.
Uma porta se abriu a minha esquerda, dela saíram dois homens carregando um cara metade transformado, ele me parecia muito familiar... Era um dos lobos estranhos que estavam atacando a alcatéia. Eles tinham os olhos sem vida, as garras maiores que a de um lobo normal, suas presas saltavam para fora do corpo, ficavam encurvados e quase não tinham pelos. Sangue saía de seu nariz e boca.

De acordo com o que ouvi e percebi, eles faziam experimentos em nós, lobos, mas um simples ômega não resistie aos efeitos colaterais.
Eles de alguma forma,iriam despertar em mim meu lado alfa, que eu nem sabia que tinha.
Me levaram até um quarto, que mais parecia uma versão melhorada de uma cela da prisão. Uma cama no canto, um pequeno e simples banheiro,além de uma grade na parede.

Me joguei na cama, e assim que fechei os olhos, um cara entrou no quarto. Bonito até, moreno musculoso de olhos azuis.

- Levante-se. Hora do treinamento, já está atrasada.

Me levantei, e ele me olhou de cima a baixo.
- E se livre desse vestidinho de patricinha. Pedirei que lhe tragam algo. - Bateu a porta e saiu, nossa, que educação.
Alguns minutos depois, o mesmo trouxe uma muda de roupas para mim.
Assim que começou o treinamento, ele me fez dar quinze voltas numa quadra velha e enorme. Ao terminar fiz 30 flexões, após terminar, ele disse que eu fiz tudo errado e ordenou que eu fizesse novamente.

Com o passar dos dias, meu treinamento ficava cada vez mais rigoroso. Trinta flexões para cada braço, escaladas, levantamento de peso, lutas com armas e espadas pesadas , arco e flecha, menos corpo a corpo. Até agora.
- Vamos. Preste atenção, use seus reflexos, passe de defesa para ataque rapidamente, mas, saiba esperar o tempo certo.  Vamos, me mostre o que sabe.

Não respondi nada, apenas o encarei. Eu estava de frente para ele, que era maior que eu. Eu não sabia o que fazer... tive uma ideia  Sorri de lado.
Coloquei minhas mãos próximo ao rosto como se levantando base, coloquei um pé para trás, e com força o impulsionei para frente, dando-lhe um chute na virilha, após o mesmo se curvar para frente, acertei dois socos em seu rosto.
- Sempre quis fazer isso.- Sorri
- Ótimo- falou ele entre um gemido de dor.
Logo ele se recuperou e eu aprendi alguns golpes.
Meus olhos na versão transformada começaram a mudar, logo farão o experimento do tal soro que tanto testam em pobres ômegas.
Os dias aqui não tem sido tão ruins quanto imaginei, é melhor do que os maus tratos dos meus tios. Aqui ninguém me desrespeita, mesmo eu sendo uma raça caçada pela raça deles.
Encontrei um amigo no Anderson, o cara que tem me treinado. Ele é durão, e não admite que é meu amigo, mas vem me cuidando desde o primeiro dia de treinamento. Ou talvez eu esteja enganada. Espero que não.
Sinto saudades de Philip, e tenho vontade de ver a garotinha, seu nome é clara. Só poderei vê-los depois do treinamento.

Estava ansiosa para completar logo o tempo e cumprir minha missão, assim teria a liberdade que sempre quis.

Espero que tudo dê certo.








Thiana A CaçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora