Tempestade

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*Sem revisão*

Depois que vi que as costas dos meninos não estavam curando, comecei a examinalos e encontrei prata em suas feridas, depois de limpar ela começaram a curar devagar. Conferi garras e encontrei sangue da loba de prata, minha garras se adaptaram e transformaram-se em garras prateadas.

Os meninos estudaram e se formaram junto com as crianças caçadores, e agora estariam na missão comigo.

A loba de prata está comportada e não tentou fugir,a coloquei em um quarto e a tranquei. Ela parece se sentir confortável. Nós conversamos sobre ela,sobre mim,sobre as escolhas e ela se tornou uma irmã para mim. Bom... Mais ou menos.

Waylan me ligou pedindo que eu me preparasse para ajudá-lo na entrevista para escolher dois seguranças na empresa. Seria o trabalho perfeito para os meninos e eu poderia ficar de olho neles.
O problema seria dizer o que eles faziam na minha casa e o porquê. Os documentos seriam providenciados pelos caçadores.

Hoje eu estava de folga e resolvi estrear minha própria academia em casa. Era uma sala toda em vidro blindado, um espaço para luta corporal e outro para armas e equipamentos.
Os meninos estavam treinando antes de mim, eu daria uma surra em ambos por causa disso.

Peguei um cajado e fui para o meio do tatame.
- Santinhos do maal?
Eles pararam e ficaram olhando para mim, esperando que eu falasse algo importante.
- Vem pra mão!
Ambos se olharam e avançaram para cima de mim, um tentou acertar o cajado em minha cabeça e me abaixando bati no cajado de Sérgio que tentara acertar-me o estômago. Acertei na perna de Sérgio e dei um salto, aproveitando para bater da cabeça de Bruno.
Ele puxou um de meus pés me fazendo cair,eu rolei e fiquei de cocaras , dando um rugido, avancei em velocidade vampírica e os ataquei de todos os lados,eles defendia com destreza. O cajado me atingia mas quase não doía, quando um dos irmãos se encontrava no chão,chutei o outro q acabava de se levantar.

- Ó brava guerreira, nós imploramos por sua misericórdia.

- Vocês se acham dignos? Como ousam usar minha academia antes de mim?

-Perdão minha senhora, perdão!

Eu comecei a rir e Bruno se levantava rindo também.
- O que me dará em troca de sua vida?
- Eu, me disponho a fazer o jantar,eu e meu irmão! Prometo que não irá se arrepender.

Me virei e guardei o cajado, e saí da academia e fui tomar um banho. Enchi a banheira,a água estava quente quase a ponto de queimar minha pele. Entrei e logo senti meus músculos relaxarem.
Waylan estava em um penhasco,indo em direção ao penhasco,eu estava lá,na ponta, olhando o céu que estava escurecendo. Quando ele chegou até mim,nossos olhos estavam molhados em lágrimas,nos beijamos calorosamente.
Quando duas flechas vinham em nossas direções,uma para cada. Logo estávamos rodeados por fogo, Waylan tinha uma flecha atravessada no peito assim como eu. Fomos ao chão,várias flechas ao nosso redor. No meio de tudo, vinha a razão de tudo isso,a chefia,eu não a via,mas sabia que era ela, a única coisa que via era seus olhos azuis frios.
O medo aumentava a cada passo dela. Com um olhar,eu e Waylan pulamos, nós caímos juntos,na água, algumas pedras machucavam-nos, manchando a água. A água enchia nossos pulmões e dominava nossos corpos. Estávamos fracos e tudo escurecia...

-Anna! Anna...
Ouvia os gêmeos me chamando e forcei meus olhos a se abrirem, buscava por ar. Me senti molhada e foi então percebi que havia adormecido na banheira e tido um pesadelo. Não... não um pesadelo, uma visão.

Olhei ao redor e estava na cama, com frio, enrolada num lençol,os gêmeos me olhavam preocupados.

- Você está bem? -Pergutaram em coro.

- Sim... Não foi nada. O jantar já está pronto?

- Garota! Você quase morreu afogada! Como você está pensando em comida?

- Pensando ué, se eu morresse...voltaria como vampira.- Falei e percebi que estava um pouco rouca.

- Meninos,eu estou bem. Podem ir... Não se preocupem. Já já eu desço.

Eles não concordaram e de cara feia saíram do quarto.

Levantei e procurei por uma roupa quente. Vesti um pijama preto de Star Wars e desci.
A mesa estava posta em grande estilo... E havia comida para um banquete. Tomei meu lugar a mesa enorme,me servi. Os garotos apenas observavam ... Abismados. Olhavam para a montanha de comida em meu prato.

- Ganham- Pigarreei -  Vocês vão comer? Já jantaram? Ou estão sem fome?

- Vamos.

Assisti eles encherem os pratos.
- Agora... Repitam comigo:
Papai do céu, obrigada pelo alimentos.
Eles repitiram e esperaram eu continuar. Comecei a comer e de boca cheia falei: Amém.

Eles começaram a rir e logo o clima chato se dissipou.
Jantamos e todos foram para seus quartos. Menos o Sérgio. Ele fazia isso desde que veio para cá. Mas eu nunca investiguei.

Vi ele se dirigir a porta do porão. Ele se abaixou e sentou encostando a cabeça na porta.
Aguçando minha audição ouvi.
- Oi.
-Oi... você de novo, quem é você? O que quer.
- Sérgio... Sou um amigo. Quero apenas lhe fazer companhia.
- Aham... Sei.

Sorri e voltei para meu quarto. O sono não chegava e uma tempestade começou. Apesar de ser noite meu quarto estava claro,o barulho da chuva sempre me fazia pensar. No passado, presente... Futuro? Eu não conseguia imaginar meu futuro.

Lembrei da visão que tive,seria aquele meu futuro?

Um barulho na cozinha me chamou atenção,levantei e abri a porta devagar, os corredores estavam escuros,os relâmpagos e trovões me assustavam,mas eu já não era mais uma criança, sabia que não havia nada na escuridão.

Cheguei a cozinha e encontrei Bruno, ele estava tomando meu sorvete de flocos.

- Não consegue dormir? Bela dama.

- Também,mas uma fadinha me contou que um belo rapaz estava a roubar meu sorvete e vim verificar.

Ele sorriu, tinha um sorriso bonito. - Belo rapaz é?

- Pois é. - Peguei uma colher e me sentei em cima do balcão.- Vem cá.
Ele veio e eu tomei a vasilha de sorvete de sua mão.
Ele sentou no banquinho e partilhamos o sorvete.

Senti saudades do Philipe. Ele foi o único que cuidou de mim e me ajudou. Mas agora as coisas iriam mudar.

Nem percebi quando o sorvete acabou,estava indo para o quarto quando as luzes se apagaram,ficou tudo muito escuro.
- Bruno? Bruno? - eu estava quase me desesperando.

Estendi as mãos para tentar acha-lo. Eu não estava raciocínando direito. O escuro sempre me atormentou depois da morte dos meus pais. Meu coração batia acelerado. Senti mãos em minha cintura e gritei.

- Calma.  Sou eu... Bruno. Respire fundo. Esta tudo bem. Aprimore a visão.

O medo foi tanto, que eu não lembrei do que eu era. Não pensei nada. Eu via as escuridão e enxergava meus pais sendo assassinados.

- Obrigada...
- Tudo bem. Vamos.

Bruno segurou minha mão e fomos até o corredor,ele me deixou na porta do quarto. Olhei para dentro e o quarto estava muito escuro.

-Bruno? Você... Pode ficar? Aqui comigo? Eu estou com medo...

Esperei que ele respondesse mas ele apenas me olhou. Eu logo pensei que ele iria negar e pensei em uma desculpa. Assim que abri a boca para falar algo ele me interrompeu.

- Tudo bem.
Ele entrou e simplesmente foi logo deitando na minha cama. Que por sorte era de casado.Foi um pouco embaraçoso mas me deitei ao seu lado. Ele me abraçou e me aconcheguei .
- Boa noite... Bela Dama.










Thiana A CaçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora