O que é aquilo que se move no porão?
O que é aquilo que se move no sótão?
Quem é aquele que caminha nas sombras?
Quem é aquele que caminha nas ruas?
(Christian death - Romeo's Distress)Aquele homen me olha confuso e com raiva ao mesmo tempo,seus olhos mudando pra um negro penetrante . Ele saca uma faca e se prepara para vir pra cima de mim. Mais uma tontura me toma e eu apago,mais algo me segura antes de eu ir ao chão...
Acordo tremendo de frio;eu estava novamente naquela cela nojenta. Abraço meu próprio corpo e esfrego meus braços, nunca senti tanto frio na minha vida. Talvez aqui fosse o meu fim, nesse lugar horrendo, mais de uma coisa eu sabia:eu não desistiria da minha vida facilmente, não mesmo.
Ouvi uma porta de ferro bater,e logo em seguida ouço algo cair em um baque,um choro convulsivo logo em seguida. Engatinho pelo chão até encontar meu ouvido direito na parede,olhando fixamente pra porta de ferro na minha frente. O barulho vinha do outro lado da parede.
- Tem... Alguém aí?. - Pergunto com uma voz não tão alta, tinha receio de que talvez ele me ouvisse.
Olho minhas mãos, estavam imundas,e a maioria dos meus dedos sangravam, esfolados,de tanto esfregar aquela maldita sala imunda.
Ouço algo como batidas na parede. Franzo o cenho.
- Você está aí?.- Sussurro.
Ouço duas batidas. Seguido de um choro convulsivo e entrecortado.
- Você não consegue falar?.- Indago.
Ouço novamente mais duas batidas.
- Duas batidas pra sim,e uma pra não?.- Pergunto baixo.
Duas batidas soaram.
- Você sabe quem é ele?.
Uma batida.
- Ele sequestrou você também?.
Duas batidas.
Suspiro cansada,sentindo uma dor nas costas insuportável.
- Sinto muito.- Falo sem realmente sentir.
Me deito no chão novamente e tremo de frio,aquele era o lugar mais desconfortável que estive em toda minha maldita vida. Meus olhos se arregalam assim que o vejo entrar porta a dentro,portando um machado realmente grande,talvez havia vindo pra acabar comigo de vez.
- Falou com a outra ratinha?.- Ri cinicamente,com um tipo de tique em seu olho esquerdo.
- Ela não pode falar,eu cortei a língua dela fora, devia ter visto quanto sangue saiu....
- Veio me matar? Seu pervertido de merda!!! Pare de abrir essa boca suja e termine logo com isso!!.
Em um segundo apenas,ele me levanta do chão violentamente me dando um tapa em seguida,fazendo um osso do meu pescoço estalar.
- Isso nunca vai acabar,sua pequena tola! - Ri histericamente e me joga no chão com força. Lágrimas agora vertiam dos meus olhos. Fraca.
- Aqui é o inferno.- Vocifera gritando. - E eu sou um dos demônios que há nele!.
Jogava suas mãos para o alto, seu machado enorme balançando em sua mão. Junto todas as minhas forças e me jogo contra ele,a arma sendo jogada de suas mãos no impacto,de primeiro ele não faz nada,em choque. Mas logo sou jogada pro lado com força, batendo na parede de pedras,mas curiosamente não quebro nada,ele sobe em cima de mim e suas mãos voam em direção ao meu pescoço,me sufocando. Tento respirar sem sucesso.
Tateando as mãos pelo chão consigo sentir algo. O cabo frio do machado que estava em sua mão a segundos atrás,agarro forte o cabo, e com o resto das minhas forças e o acerto na cabeça. Eu realmente não queria morrer assim. Seus olhos perdem o foco e ele cai pro lado, inconsciente. Tiro ele de cima de mim,e tento recuperar meu fôlego enquanto me levanto ainda com a arma firme em mãos. Mal acreditando que havia conseguido escapar.
Pendo a cabeça pro lado e dou um pequeno sorriso.
Talvez ele não fosse tão forte quanto o parecia ser,o filho da puta,olho o machado em minhas mãos e o observando ergo o mesmo com mãos vacilantes. O homem caído ao chão inconsciente parecia ser alguém normal. Não o maníaco colecionador de corpos que vi em sua cabeça. É,eu vi. Esse é mais um de meus problemas,ver o lado ruim das pessoas.
Oque faziam de errado,e seus mais obscuros pecados e desejos sujos. Ver aquilo era reconfortante, ninguém era santo,todos tinham sua parte podre por dentro.
Viro-o de costas pra baixo e o olho com cuidado. Ele era tão bonito. Mas era matar ou morrer. Eu estava claro oque eu preferia, não ser morta.
Dou o primeiro golpe em sua perna direita. Seu grito agoniante sai involuntário de sua garganta. Seus olhos arregalados assim como os meus a não tão pouco tempo.
- Des-graçada!!!!.- Seu grito sai esganiçado,e tenta se levantar caíndo logo em seguida por conta do corte profundo em sua perna.
O acerto de novo ,agora no braço esquerdo,em desespero tentava desviar de meus ataques furiosos,apenas ouviam-se seus gritos ecoando pelos corredores,do que parecia ser um uma masmorra.
- Eu não vou morrer aqui!!!! Não assim!!.- Grito em revolta.
Havia sangue... Tanto sangue... Partes de seu corpo me faziam ter vontade de vomitar. O sangue de ferro me enjoava terrivelmente.
O machado cai em um baque surdo no chão. Me encosto na parede de pedras e respiro fundo,evitando voltar meu olhar para aquele corpo nojento desfalecido no chão. Ponho o primeiro pé pra fora da cela e observo os lados, não havia sinal de nada,o mais puro silêncio habitava ali.
Volto mais uma vez dentro da sala e pego o machado do chão. Talvez houvesse mais alguém como esse cara,eu não podia arriscar. O machado arrastava-se no chão enquanto eu caminhava. Olho pra cela ao lado da minha e olho pela pequena janelinha que havia na porta. O cheiro lá dentro era podre e fétido.
Uma garota suja e com trapos velhos jazia no chão ensaguentada, não consegui ver direito mas parecia estar sem uma mão. Foi ela que falou comigo há algumas horas... Ela estava morrendo. Continuo andando pelo o corredor, até ver uma escada de ferro enferrujada que dava em uma porta velha de mesmo material,estava entreaberta.
Semicerro meus olhos desconfiada,e subindo devagar as escadas. Eu não fazia ideia de onde estava,eu precisava ter cautela,se não,poria tudo a perder,nada valeria a pena. Abro a porta devagar,a mesma dando um estalo.Era uma casa.
Não uma casa normal. Havia uma pessoa anormal sentada no sofá preto de couro da sala,de costas pra mim, não se mexia. Dou um passo em silêncio, observado a cena ao redor,havia um lustre requintado e enorme no meio da sala. A mobília era completamente preta,e as paredes azuis escuras.
Dou mais um passo adiante e consigo ver que tem cabelos loiros enrolados em um coque.
- Olá?.- Ponho a mão em seu ombro,um frio invadindo meu ser,aquilo era bizarro até pra mim.
Não aconteceu nada. Dou a volta pelo sofá e paro de frente pra mulher pálida no sofá elegante de couro. Seu braço estava apoiado no braço do sofá,e em seus dedos delicados portavam uma xícara de chá,seu vestido vermelho de bolinhas brancas,parecia ter saído de uma daquelas revistas de moda dos anos 70,assim como seus sapatos amarelos.
Sua pele ostentava uma maquiagem forte de mais pro seu rosto,seus olhos azuis me observavam.... Mortos. Sustentados abertos por algum tipo de cola,eu não sei. Mas aquela mulher não estava viva.
Olho para as escadas em espiral no canto direito da sala luxuosa. Me pergunto se eu subir até lá, oque eu encontrarei.
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Presa Por Ele
HorrorAlessa era uma garota de 17 anos e tinha acabado de se mudar pro rio de janeiro. Garota de uma beleza exótica, atraí facilmente a atenção do assassino colecionador de corpos Trent Buckman. Aquele dia na praia foi o seu último, no meio das coisas e...