Capitulo 1

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"Hospitais psiquiátricos também denominados hospícios, manicômios  ou manicómios,  são hospitais especializados no tratamento de doenças mentais e/ou de "transtornos mentais""
Ou como é chamado popularmente "um lugar de gente louca"... Para Junmyeon não era assim, claro que lá não vivia pessoas "normais" mas elas infelizmente não tiveram a escolha de serem normais, ninguém pede para ter surtos psicológicos...  ou pedem?
Esquizofrenia, Transtorno Bipolar, Mal de Alzheimer, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e distúrbios de personalidade... tudo isso causa os surtos
creio que ninguém pede para ter isso.
Trabalhar num manicômio não e sempre visto com bons olhos "Olha parabéns e um trabalho muito bonito, poder cuidar de pessoas com problemas" isso era que Junmyeon queria ouvir da sua família quando se formou, mas o que ouviu foi "Você e louco? trabalhar num manicômio, viver em um lugar que sua mãe passou o resto da vida?", talvez seja ironia uma pessoa que teve a mãe internada em um manicômio e simplesmente trabalhar em um lugar que só piorou o psicológico de sua mãe, mas Junmyeon não pensava assim, ele faria de tudo para ajudar as pessoas que sofreram como sua ente querida mãe, faria o melhor dele, só não sabia como começar....

Era um dia nublado, com árvores secas pela estação mais fria do ano , o que esquentava o corpo do recém psiquiatra era um café americano, que havia pegado no caminho para seu novo trabalho.
O nervosismo estava o consumindo, não sabia o que esperava atrás daquela porta de aço gigantesca que separava da recepção ao "verdadeiro inferno" como dizia algumas pessoas. Junmyeon não tinha medo das pessoas lá de dentro, conviveu sua vida com pessoas assim, ja que sempre ele visitava sua mãe, uma vez por ano e as vezes nem acontecia, Ele sabia o que faziam com sua mãe, o drogavam totalmente com remédios, trancava em um quarto escuro sem comida, tratamentos de choque. Sabia o quanto sua mãe sofria mas o que uma criança de 13 anos poderia fazer?
mas agora com 24 anos ele poderia fazer diferente. Uma moça pálida com roupas brancas e um salto que fazia um baralho irritante no chão frio saiu da grande porta de aço.

-Kim Junmyeon?- disse abrindo um sorriso amarelo
-Sou eu- retribuiu o sorriso
-Por favor me acompanhe- ditou caminhando direto a dentro da porta de aço com o coreano atrás- Um outro médico o ira te mostrar mais o hospital, e falar um pouco do seu paciente-
Junmyeon nada disse só concordou com um balançar de cabeça. Um moço de pele  morena, cabelos negros anda em sua direção.
-Kim Junmyeon? prazer sou Kim Jongin seu novo parceiro- disse com um sorriso amigável
-Sim o prazer e todo meu Jongin-
-Vamos? vou te apresentar um pouco o hospital e comentar sobre seu paciente-

Junmyeon ouvia tudo atentamente sobre as alas onde havia pacientes mais "perigosos" que no mesmo havia um paciente de Jongin, Do Kyungsoo o mesmo havia dupla personalidade, e sofria ataques de canibalismo se não ficasse dopado, as alas de crianças, dos idosos, banheiros, salas de conversas entre outras coisas. O coreano sabia que o local não seria mil maravilhas, ja que o lugar era meio macabro perto das alas que só se ouviam gritos, enfermeiros correndo de um lado para o outro, deveria acostumar com a agitação.
-Junmyeon sobre seu paciente...-
-Ah sim, conte me um pouco sobre ele-
-Ele tem o nome de Kim Jongdae, 20 anos e sofre de alguns problemas como depressão,esquizofrenia, estresse pós traumático, é jovem mas já viveu muitas coisas piores que um ser humano de 80 já viveu-
-Imagino- suspirou- Onde ele se encontra?-
-Em seu "quarto" no número 666- o moreno suspirou olhando para seu relógio de pulso- Bom.. são 8:16 as 9:00 você poderá ir la conversar com ele, qualquer coisa você pode me chamar, preciso ir ao Kyungsoo para ver-lo, ele teve sua troca de personalidade, tenho medo do que os remédios podem causar a ele, até mais Jun- ditou se retirando a passos apressados
-Até Jongin-

O coreano estava um pouco apreensivo, não sabia como tratar seu paciente, como ainda era cedo, deu um passeio pelo hospital, não que o lugar seja uma maravilha, mas ficar parado no meio do corredor não parecia algo muito legal de se fazer, caminhou ate o refeitório que era compartilhado entre funcionários e pacientes.

-Hey, você moço bonito- uma voz foi ouvida pelo coreano o fazendo olhar assustado pelo grito
-Sim?- abriu um sorriso nervoso
-Você e um médico novo não é? do Jongdae certo?- o menino dizia meio rápido, com o sotaque chinês
-Sou sim, Kim Junmyeon e você?-
-Lu Han, sou amigo do Jongdae, por favor cuide bem dele, não va embora como os outros- disse e saiu deixando o coreano sozinho com cara de paisagem.

"Não va embora como os outros" a fala do paciente rodeava sua cabeça, como assim ir embora? o que aconteceu com os outros, iria perguntar ao paciente de nome Luhan ,mas achou melhor perguntar a Jongin depois. O coreano continuou passeando, ate que perdeu as horas , eram 9:12 quando o recém médico olhou o relógio que ficava na parede cinza meio descascada do corredor, ele estava disposto a conversar com seu novo e primeiro paciente. O quarto do paciente de número 666, ficava perto da ala dos "perigosos".
Quando o mesmo chegou a frente da porta de aço, pegou a chave que Jongin havia dado a ele.
Virou a chave dentro da grande fechadura , abriu lentamente e com seus olhinhos pequenos limpou  o local, até que parou o seu olhar em um menino de cabelos castanhos sentado com os joelhos no peito, na cama
-Kim Jongdae?- o médico atraiu a atenção do menino
-Va embora- ouviu a voz baixa do menino
-Só vim aqui conversar, com você- disse o médico fechando a porta atrás de si e voltando a atenção ao menino de olhos vazios
-Por isso mesmo... quero que saía daqui não quero conversar- ditou olhando ao médico e forçando mais seus joelhos no peito
-Jongdae, nunca irei te obrigar a fazer nada que não queira, mas preciso conversar com você ok? só algumas perguntas se sentir incomodado, não precisa responder- olhou para o menino- Entendido?-  o menino só balançou a cabeça em concordância

-Certo, você se lembra da última vez que teve algum surto?-
-Sim, hoje de madrugada-
-Ok, como você esta se sentindo agora?- o silenciou tomou conta do pequeno quarto acinzentado- Não precisa responder Jongdae, Como sou seu novo médico, você vai precisar se abrir comigo para  te ajudar, mas isso a gente vai desenrolando ao tempo- se levantou abriu a grande porta- Jongdae, você e um belo menino espero muito ser seu amigo e te ajudar, tenha um bom dia, seus remédios irei pessoalmente te trazer não quero que fique dopado- ditou sorrindo e jurou que viu um pequeno sorriso sem dentes do outro, fechou a porta atrás de si e suspirou, temos um grande trabalho...

O Quarto 666Onde histórias criam vida. Descubra agora