Grace Wolfergan I

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+ 05:34h a.m, Local desconhecido +

Wanessa desperta em meio a um pátio de escola antiga, dentro de um carro.
Ouve um som de vento mórbido, o ar denso dificulta sua respiração deixando-a um pouco ofegante, o som de balanços enferrujados a está enlouquecendo, mas não tanto quanto um triste cantar, doce e sereno da voz de uma criança ecoando pelo vasto espaço monocromático aberto.

Wanessa sai do carro, bem devagar, estranhando o local onde está, e pensa consigo mesma:

- "Isto... n-não passa de um pesadelo... não pode ser real" -

Em um instante ela vê uma criança andando ao lado dos paredões de pedra, uma menininha com um uniforme de vestidinho branco e azul, e cabelos castanhos curtos pelos ombros, pele pálida, deslizando seus pequenos dedos sobre as janelas, cantarolando sua triste melodia

Wanessa observa como a menina anda, seus passos são sempre um atrás do outro, como se estivesse andando sobre uma linha estreita, se equilibrando para não cair, lentamente, e parece não perceber sua presença

Wanessa: - "O que tá acontecendo?... acho que... eu to sonhando e não consigo acordar... que sensação horrível... eu... eu quero sair daqui!" -

A canção para, e Wanessa sente uma gota de sangue descer pelo seu nariz:

- "O que!?... eu... eu to sangrando!" -

A menina está em pé na sua frente, e com o susto, Wanessa bate de costas no carro
Tremendo de medo, ela rapidamente puxa a espada da bainha, mas a menina não estava mais ali.

Sem perder tempo, ela entra no carro e tenta dar a partida, uma, duas, três vezes, mas o motor não quer ligar.

- Wanessa? ... -  ecoante soou a voz de Molly chamando ela. Wanessa larga a chave do carro, e sai para fora novamente, com a espada em punho.

- M-Molly?...

(Sem resposta)

-  Molly, é você? - chama Wanessa, olhando para todos os lados desesperadamente, mas sem respostas.

Por um segundo Wanessa vê um vulto errante, com longos cachos dourados, passar correndo entre as vigas de concreto dos salões, mas pressente que não é algo agradável, a energia é negativa, e seu corpo se arrepiou por completo. Mesmo assim... ela começou a andar em direção às vigas das escadas escuras. Surge em seu coração uma remota esperança de que sua amiga esteja viva.

- Molly... se for você... aparece... por favor - sussurra preocupada

Mas leva outro susto ao ser quase fulminada por um bando de morcegos que voaram do telhado em sua direção, fazendo-a recuar às pressas de costas, quando se bate forte contra o que parece ser uma pessoa grande, mas um corpo rígido, desagradável de sentir, com um cheiro putrefato insuportável... Wanessa não queria olhar para trás, mas ao virar, viu Molly em pé, com a roupa toda suja, e os olhos fechados, chorando, e trêmula.

Wanessa larga a espada, e tenta abraçá-la, mas não consegue nem sequer tocar nela, pois quanto mais perto chega, sente que vai desmaiar, não por emoção, mas sim porque a energia que emana de Molly, é fria, pesada, e agonizante, então Wanessa de afasta imediatamente

- Meu Deus!... o que... M-Molly o que aconteceu... com você!?... por quê não consigo te tocar? .... eu... eu senti tanto sua falta Molly... eu não consigo parar de pensar um segundo sequer em você... -

Molly continua em pé, chorando com os olhos fechados, mas sem responder

Wanessa: - Molly?... porquê não responde?... por favor... fala comigo -

Grace Wolfergan 1992®Onde histórias criam vida. Descubra agora