O passado de McCain

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+ 19:15 pm, Casa de Wanessa Harlem +

Molly pegou seus cadernos e andou um quarteirão até chegar a casa de Wanessa para ler o livro que outrora ela havia escolhido.
Passa pela porteira e anda pelo jardim até chegar na porta

(Toca a campainha)

Quem atende é a mãe de Wanessa:

Sra. Harlem: - Olá Molly, pode entrar, a Wanessa está no quarto dela... vocês vão estudar? -

Molly: - Sim senhora, temos uma redação pra fazer -

Sra. Harlem: - É bom ela ter uma amiga como você querida -

- Porquê? - Pergunta Molly intrigada

Sra. Harlem: - Porque assim ela desvia aquela cabecinha dessas coisas estranhas, como livros esquisitos, e ela não para de ouvir essas músicas horrorosas, não sai da frente do computador, fica assistindo esses vídeos mórbidos da Internet... (suspiro) isso me procupa as vezes -

Molly sobe até o quarto de Wanessa, e antes de entrar ela espia pela porta entreaberta, e observa Wanessa deitada sobre a cama lendo o livro de McCain enquanto ouve algum Black metal.

... até que Molly entra...

Wanessa levanta rapidinho e abaixa o som:

- Ei Molly! Senta aqui! Eu já li boa parte desse livro da Darla McCain, e achei inacreditável! - diz Wanessa eletrizada

Molly não se viu muito empolgada para saber o que de fato havia nesse livro, mas apresentou a Wanessa o livro que ela havia levado:

- Olha Wanessa, eu trouxe um outro livro pra gente ler e fazer a redação, se chama... -

Wanessa interompe e fala: - Eu não quero saber dos seus livros nerds, eu quero que se foda essa droga de redação! Quero descobrir uma coisa -

Molly: - Que porcaria ta havendo com você? -

Wanessa põe a mão na cabeça como se estivesse tonta, senta na cama e diz:

- Desculpa Molly... eu to ficando paranoica... acho que passo tempo demais sozinha -

Molly senta do lado dela, e acanhada põe a mão sobre o seu ombro e diz: - Bom... se quiser eu posso ser uma boa companhia... também passo muito tempo sozinha demais -

Para ser legal com Wanessa, Molly guarda novamente seu livro na sua mochila, e pega o livro de McCain das mãos dela, e pergunta: - Qual seu veredito sobre esse livro? -

Wanessa: - Você nem liga -

Molly: - Wanessa se eu não ligasse eu não estaria te perguntando -

Wanessa abre o livro na página 73, onde supostamente está algo que lhe chamou muita atenção

"... Me aprofundei amargamente na história dessa escola a medida que meus dias e minhas horas passavam rastejando perante meus olhos cansados, e a única coisa que me dava ao menos um pingo de forças, era a companhia da jovem Alexia Richot de 19 anos, uma estranha gótica que invadiu a escola assim como eu, mas os motivos dela eram ainda mais mórbidos, sua irmã mais velha havia falecido a vários anos nessa escola, e disse que sua alma so poderia ser libertada após a câmara do património estadual ser aberta pelas mãos ensanguentadas de um parente direto, mas assim como eu, Alexia não sabia que após entrar lá... não haveria mais retorno.

Poucos sabem disso, mas Sault River 74 é um labirinto de lembranças corrompidas, onde o tempo não passa, onde o passado permanece se alimentando de vidas presentes, onde os curiosos são capturados pela teia dolorida de histórias sem final feliz.
A história de Sault River 74 é marcada pelas inúmeras mortes de crianças na época de 1992, são pequenos fantasmas de risos e brincadeiras que impregnados estão como rastros de memórias perdidas nos paredões de pedra, é como se o tempo não tivesse passado, e a vontade de viver se esvaisse de seu corpo ao sentir a dor da presença maligna de almas perdidas, tal qual como o demônio que jaz no "Salão Comunal 24" o lugar desse cemitério escolar que deve ser evitado custe o que custar.

Grace Wolfergan 1992®Onde histórias criam vida. Descubra agora