Introduçao

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Sempre fui uma pessoa solitaria, desde pequena que sou assim.

No jardim de infância enquanto as outras crianças brincavam umas com as outras eu simplesmente me afastava delas e ia para um canto, sozinha, desenhar.

Desenhar sempre foi um refugio para mim. Nao sao precisas mais pessoas, só tu, um lápis e uma folha de papel.

Quando as auxiliares tentavam com que eu fosse brincar com os outros meninos eu chorava, não por elas me forçarem ou me magoarem, só que eu não gostava de estar com pessoas, de conviver com elas, não era sociavel nem queria sê-lo. Nem antes, nem agora.

Não gosto de estar com pessoas, elas são horriveis, de alguma forma eu sinto medo... não confio nas pessoas. As pessoas assustam-me.

À medida que fui crescendo apercebi-me que não podemos viver na nossa bolha anti-social para sempre. Ao aperceber-me disso fui tornando-me mais amigavel com as pessoas e criei amizades, não muitas pois se eu não me dava a conhecer como é que as pessoas se dariam a mim?

Aos meus 16 anos tinha alguns amigos mas a única pessoa que me conhecia de verdade era ela. Ela era a única com quem eu desabafava, com quem eu ria, com quem eu chorava. Ela era tudo para mim, mas desde aquele acidente que tudo mudou. Devia ser o dia para celebrar a vida não a morte.

Sem ela o meu mundo ficou sem cor. Só o preto e o branco permaneceram.

Desde aquele dia que voltei para o meu refugio, voltei a isolar-me na minha bolha. Deixei de falar com as pessoas, até mesmo a minha família. A única pessoa com quem eu falava era a minha mãe. O meu pai sentia-se à parte e eu sei que o desapontei, afinal quem quer ter uma filha assim? Mas eu não pudia fazer nada. Eu não conseguia e acho que também não tinha forças para isso.

Durante um mês eu não comuniquei e mal falei com a minha mãe. Eu estava em choque, a única pessoa que eu confiava verdadeiramente tinha partido para sempre. Tinha-me deixado sozinha neste mundo cheio de pessoas. Odiei a minha vida a partir daquele momento, apartir do momento de que a única pessoa que dava significado a minha vida me deixou. Sozinha. Fiquei perdida sem ela, vazia. Começei a odiar-me a mim própria.

Depois desse mês, seguiram-se muitos outros. Ao fim de algum tempo, comecei a falar com o meu pai mas nunca mais dirigi uma palavra aos meus amigos, sempre que passava por eles, encontrava-me a pensar nela, a dor aumentava e eu não a consegui suportar. À medida que o tempo passava aprendi a lidar com a dor. Agora faz parte de mim.

Sou a Crystal, tenho 18 anos e hoje faz 2 anos de que a minha razão para viver morreu.

Eu sei não é um capitulo :s mas em principio vou publicar amanha.

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