Eu sempre fui criativo e por toda minha vida amei criar narrativas fantasiosas. Por vezes me peguei viajando em meus pensamentos e ideias. Bastava uma situação, e um mundo era criado ao meu redor. Gostaria de avisar que eu sempre sonhei em ter superpoderes. Este desejo sempre perpetuou em minha mente. Sim! Eu disse no passado. Tudo por causa de um misterioso ser que apareceu de um clarão no céu. Uma fenda se abriu e, após um potente estrondo, aquilo que se tornaria o maior inimigo do planeta, surgiu. Assim como meus poderes. A criatura de tom vermelho alaranjado de pouco mais de 2 metros de altura era similar a um caranguejo-aranha alado com enormes garras e dentes pontiagudos em sua mandíbula como a de um tubarão. Este é o vilão desta história. E meses depois de seu surgimento, eu e meus amigos passamos a chamá-lo de Pinça. É tosco, mas você irá me julgar? Sim, você! Vai me dizer que você deseja ser apenas um leitor deste conto? Uhm... ficou surpreso? Como um personagem sabe que... Ok! Não quero te confundir. Um passo de cada vez. Tudo será explicado no último capítulo. Pensou que seria diferente? Mas, vamos pelo princípio. Quero contar como tudo começou. Pode ser? Está preparado? Bem, minha história começa mais ou menos assim...
Meu pai e minha mãe loucamente apaixonados, após uma festa foram para carro, se beijaram, se despiram e então meu pai pegou seu... é... vocês querem mesmo saber? Qual o nível de detalhes que deseja que eu chegue? Eu já tive que rever essa cena algumas vezes e posso lhe garantir que... enfim, sem detalhes então. O que importa é voilà! Meses depois eu nasci. Ok! Vocês também não estão interessados em saber sobre minha infância. Então, vamos ao que interessa?
Tudo começou no final do colégio. Estava para completar a maioridade e com a libido a flor da pele. Ainda era virgem (Nada de piadinhas!) e apaixonado pela líder de torcida. Sim! Parece clichê de filmes baratos de comédia romântica e, de fato, não somente é, como este conto foi escrito pensado nisso. Talvez por causa de mim, o conto se tornou filme e fez enorme sucesso. Só não lembro agora o nome do ator que me interpretou, apenas que sua aparência ganhava e muito da minha. Fazer o quê? Eu sempre fui extirpado como um nerd. Não tinha aparência de um. Como se existisse um modelo pronto. Se bem que, se formos pensar um pouco, existe sim um modelo. Basta você usar óculos, uma roupa diferente e um cabelo fora da moda... parabéns você é um nerd. E eu era adverso a isso. Sempre fui meio que popular. Principalmente depois que surgiu meu dom. Tinha cabelo loiro e curto, barba por fazer e, mesmo odiando esportes, tentava a todo custo entrar no time de futebol da escola. Isto quer dizer que não era totalmente um magricelo e passava longe de ser obeso. Eu era um sujeito digamos, normal. Com a diferença, claro, de poder criar coisas com a mente. Este era meu poder. Meu dom. Se desejasse uma Tv maior, era preciso apenas, imaginar. Se precisasse me deslocar de um local para outro com rapidez, asas surgiam.
Mas voltemos a falar dela. O amor da minha vida. Era difícil parar de olhá-la e, principalmente, agir normalmente. Isis Taylor era linda e do jeito que imaginava o amor da minha vida. Pele morena, cabelos ondulados até os ombros e olhos similares a duas deliciosas e brilhantes jabuticabas. Naquele dia, em especial, trajava um shortinho de legging colado em suas generosas coxas além do habitual uniforme branco da escola. E, naquele dia, tivemos um contato. Foi meses até aquele momento. Aquela troca de palavras. Foi lindo e esplêndido.
— Você vai ficar aí apenas sentado nos espionando ou jogará a bola? — ela disse me tirando do transe.
— Des... descu... — respirei — Desculpe-me, estava em outro planeta. — respondi entre uma gaguejada e outra. Peguei a bola de handball e a lancei como pude. Pena que não foi na força desejada fazendo com que o grupo de garotas rissem de mim.
— Que garoto estranho. — pude ouvir de uma delas.
— Deixem-no e vamos voltar a jogar. A aula de educação física já está acabando. — Isis me olhou ajeitando e prendendo suas madeixas enquanto sorria de forma angelical deixando-me estarrecido.
Bastou um sorriso. Um rápido e seco sorriso. Homens, como somos fracos. Bem, está foi nossa primeira troca de palavras. Eu sei. Eu sei. Não me julguem. Sei que não foi como imaginaram. Mas, posso lhe garantir, que foi mágico.
Conjurei um mp3 e recostei no degrau de cima da arquibancada apreciando tamanha beleza e, claro, suas curvas. Sorri solitário enquanto selecionava uma música para aquela ocasião. Não demorei para encontrar na pasta Queen a música Don't Stop Me Now fazendo meu mundo ficar ainda mais perfeito. E antes que me questionem, sim! Eu adoro músicas antigas. Para mim, as melhores melodias.
— Então você deixou nossa equipe desfalcada para vir aqui apenas para vê-la? Quando tomará atitude e se declarará?
Eu nem precisei olhar para saber quem era. Aquela voz era familiar para mim. Meu melhor amigo, Charlie.
— Eu ainda estou pensando a respeito. Hoje ela falou comigo. — sorri diminuindo o volume no meio da canção Somebody To Love.
— Hoje ela falou comigo. — Charlie me remendou com uma voz fina e esganiçada — Como se eu não te conhecesse. Quantas vezes isso já aconteceu? Se você não agir, poderá não ter mais tempo.
— Aqui eu tenho todo tempo do mundo, meu amigo.
Charlie Walter sorriu preferindo mudar de assunto. — Meus pais irão viajar e você poderia ficar o final de semana na minha casa. Você venceu a última partida, mas sei que foi por pura sorte. Na próxima não me vencerá. Andei treinando e agora sou expert em jogos de lutas.
— Claro que dormirei na sua casa. Você colocou minha reputação em jogo. E te provarei mais uma vez que dois braços e dois olhos pode vencer todos esses seus braços e olhos. — disse olhando para meu fiel amigo. Distinto de todos ali presente, Charlie era uma criatura similar a uma centopeia de cores vibrantes puxando para o tom roxo, cabelo moicano azul e oito pares de olhos arredondados vermelhos bem parecidos com os de um aracnídeo.
— Você me vencer? Theo, você venceu apenas aquela vez. E só venceu pois fui descuidado. Apenas isso. Não se gabe e aceite a derrota.
Calma leitor. Eu vou explicar antes que enlouqueça. Sim! Meu nome completo é Theodoro James Williams. Mas todos me chamam por Theo. E meus pais deram este nome por causa do significado mesmo. Para eles, sou o "presente de Deus". E esta é a explicação. Foram mais de 1000 palavras para finalmente meu nome surgir.Surpresos? Posso dar continuidade ou querem que eu explique que diferentemente do seu mundo, o meu, é repleto de criaturas estranhas de diferentes formas e cores? Acho que não precisa, correto? Então continuemos, pois, agora, pularei uma boa parte da minha vida. Até pensei em escrever bastante para poder dizer que este, era um livro. Mas acabarei tornando-o apenas um conto da minha vida.As partes em que não mencionarei te garanto que não eram legais de se ler.Ainda posso escrevê-las para poder preencher o vazio em determinados momentos.Estejam avisados quando começarem a ler sobre o dia em que lavei a louça ou arrumei meu quarto. E sim! Ganhei do Charlie naquele final de semana. E em muitos outros.
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PROLIFERAR
Science FictionAté onde uma mente criativa pode chegar? Conheça a minha história.