Cartas - Vermelhas

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24 - 3 - 1945

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24 - 3 - 1945

Nag Hammadi


Escrevo à vocês meu amigos queridos, e também a ti Maria.

Meu corpo já anda cansado disto tudo, mas devo lhe contar minhas sátiras:

Outrora veio junto a 6 papiros um homem que carregava um pacote em suas costas, e seus olhos aguavam o prazer, desejavam meus seios e ancas volumosas.

Deus, ele me jogou sobre lençóis vermelhos e me Hácariciou por completa. Ainda sinto sua boca pelo meu corpo e os grandes dedos juntos aos meus seios fora do vestido.

E, eu estava, de pernas abertas e sorridente, o servindo. Seu corpo esculpido em cada detalhe, nunca aparecerá homem mais lindo em minha casa, mas assim ainda Maria, tão igual quanto os outros. 

E o prazer que era só dele, antes, se tornou meu.

Sussurrei ao teu ouvido: 

- Por que devo deitar-me embaixo de ti? 

- Por que devo me abrir sob teu corpo? 

- Por que ser dominada por ti?

E ele olhou em meus olhos e disse: Eu te Hácaricio por que merece. E, já peço a ti, repita meu nome o quanto puder está noite. 

- Sansavi.


14 - 5 - 1945

Nag Hammadi


Volto escrever à vocês meus amigos, e também a ti Tomé.

Meus olhos já andam cansados disto tudo, mas devo lhe contar:

Veio junto a 4 papiros um outro homem, que carregava uma carta de meu pai, o mesmo á anos nunca vi e de pouca importância havia, mas o homem, ele sim me parecia um galanteador de alta importância, eu diria.

Imagine Tomé: meus seios sendo apertados, o calor que me sucumbia.

Subimos então para o meu quarto e ele Hácariciou tudo o que podia, meus braços e pernas era o que lhe seduzia.

Não demorou muito até que a noite ouvisse seus gemidos, e eu ali, de pernas abertas e sorridente, servindo a sede do viajante.

Aos quatros cantos eu gritei em um momento de prazer, e enquanto ele me tinha eu indaguei: 

Por que devo deitar-me embaixo de ti? 

Por que devo me abrir sob teu corpo? 

Por que ser dominada por ti?

E ele segurou em meus cabelos, se inclinou em meus ouvidos e disse: 

- Porque você é puta, vadia. Porque merece...

E continuou:

- Agora então me faça um favor, grite ainda mais alto meu nome. Sanvi, por favor.


7 - 7 - 1945

Nag Hammadi


Deus, um Judas me encontrou, me trouxe boas noticias. 

E como se existisse um segundo livro sagrado, como uma Gênesis II, renasci.

Talvez seja está a ultima noite que escrevo, então devo continuar:

Meu pai novamente um mensageiro enviou, pensando ele que talvez eu cederia.

Um homem tão lindo quanto o ultimo eu diria, mas tão rustico quanto minha caneca de madeira que segurava aquele dia.

- Onde está a mulher de cabelos ruivos? ele perguntou.

Hácariciando - me, como todos faziam. Passou sua mão em minha coxa e me ergueu pela cintura, me encostando na parede. Deus, ele tirou meu vestido com apenas um puxe.

E então ele começou:

Os tapas em meu rosto eram tão fortes quanto os xingamentos, e ele repetia: Se puta sente, devo eu, lhe fazer sentir.

Me amarrou à cama e me arranhou por inteira, olhei então para o rosto dele em cima de mim e indaguei: Como lhe chama?

- Samangelaf é meu nome, demônio da noite. 

Seus olhos brilhavam, como a graça celeste, eu diria. 

Ele tirou suas calças e 3 papiros caindo sob a cama, meus ouvidos sentiram.

Deus, meu amigos, ainda sinto dores. Ele abriu minhas pernas e meteu, entrou em mim como se eu não fosse nada, e digo, não existe lugares em meu corpo que não tenha hematomas, meus cabelos poucos, meu rosto arranhado. 

Mas minha mente? Ora, sou eu, minha mente em perfeito estado.

E então indaguei para ele: 

- Samangelaf, como ousa? Hácariciar-me desta maneira? Contudo também fui feita do pó e sou tua igual. 

Meu nome é Lilith, sou a primeira, a única, filha do Todo Poderoso, sou o começo do inferno, sou o que abre ele.


"E as feras do deserto se encontrarão com hienas; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e Lilith pousará ali, e achará lugar de repouso para si." - Isaías 34:14.


Essa é a ultima noite que escrevo, pois sairei a procura de um lugar para mim. Já não é tão fácil esconder os corpos daqueles que me deito.

Por anos pequei, me deitei entre homem e bebi do que nunca poderia, e isso me tornou mais forte.

E meu pai, o teu Deus, Ele me corrompeu.

Sejas assim do começo até o fim, de minhas entranhas e as cobras que saem de mim. Fugi de minha casa, e na noite me fiz.

E ainda digo, as noites são minhas, os homens são meus. E este Deus, meu pai, não é mais ele quem manda.

Não se preocupe querido querubim, o fim já começou, porque eu sou a noite, sempre estou aqui. 

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