Jade Pov
– Aqui não! – Briguei, assim que Perrie tentou me agarrar na frente de casa. Ela deixou as mãos no ar, gesto esse para dizer que se rendia, e a observei por algum tempo.
– Eu iria te dar um abraço, é bem normal que pessoas se abracem, ainda mais quando são amigas-
– Eu não sou sua amiga! Gosto de pensar que a gente se odeia. Torna as coisas mais divertidas. – Ela riu, assentindo.
– É aquela coisa: talvez o "eu te odeio" venha a ser nosso sempre... –
– Para com a viadagem! – Perrie gargalhou. Me contentei visando seu sorriso, e logo depois ouvi minha mãe chamar. Ela apareceu na janela no andar superior, mostrando os dentes com o largo sorriso e acenando.
Perrie devolveu o gesto, me fazendo rir com a atuação de boa garota.
– Por que é tão gentil e dócil com minha mãe? – Perguntei, sentindo medo de Norma ouvir. Perrie me fitou e sussurrou da mesma forma, ainda sorrindo.
– Cá por nós, um dia você vai assumir que curte diversidades-
– Quem disse? – Ela mordeu o lábio inferior.
– Se acontecesse... você não iria querer assumir a gente?
– Se acontecesse...?! Não pode acontecer. – Olhei para a janela. Minha mãe permanecia lá. – Se depender da minha vontade de ter uma casa, não vai acontecer. – Suspirei. Eu achei que isso me magoaria, mas quando olhei para Perrie, consegui me sentir mais triste ainda. E isso nem se comparava ao quão chateada ela estava. Talvez eu tenha sido um pouco dura sobre isso... mas era a verdade. Acho covardia remediar a dor.
– Tá. Hm... Boa tarde. Até mais. – Perrie sorriu fraco e completamente falso, logo acenou para minha mãe e deu a volta no carro, não demorando muito para ir embora.
Eu fiz merda, certo?
***
– Você demorou lá fora. – Norma sorriu falsamente. Claro que ela queria uma justificativa.
– Estávamos falando sobre a apresentação do trabalho. – Menti. Eu estava cansada, apenas queria subir e tomar um banho, para então morrer na minha cama.
– Ah. E sobre o que é o trabalho? Tem fotos, eu posso ver?
– Não.
– O que? – Arregalei os olhos. Esse era o tipo de momento onde a raiva subia a cabeça. Existe algo chamado privacidade ou até sossego, e acho que Norma não sabe o significado de ambas as palavras, e perante minha irritação, acabei faltando com respeito.
– Não tem como mostrar o trabalho agora. Conseguimos deixar na escola hoje... é um planetário grande. – Menti outra vez. O que estou fazendo, aliás? Isso está por se tornar uma grande bola de mentiras, apenas como aquelas de neve. Sabemos o efeito de ambas, e o estrago no final vai quase o mesmo...
– Ah, sim. – Minha mãe estava desconfortável, mas não comentou mais nada. Apenas ficou me encarando.
– Está tudo bem?
– Eu posso confiar em você. Posso...? – Engoli em seco.
– Por que pergunta?! Claro que sim. – Assentiu. Implorando para que ela não ouvisse meus batimentos cardíacos, mudei o apoio das minhas pernas, esperando minha mãe falar mais alguma coisa. Porém não foi bem isso que aconteceu. Ela simplesmente se aproximou, ajeitando meus cabelos para o lado.
– Se eu posso confiar em você... o roxo do seu pescoço... não foi um tombo. – Arregalei os olhos, ajeitando meus cabelos de volta no lugar. – Jade, sabe o que a igreja pensa sobre namorar com a sua idade- não, vocês usam outro termo... ficar, talvez?! Não sei. Você entendeu. Também sabe o que pensam sobre sexo antes do casamento...
– Mãe... e-eu sei o que falam sobre isso...
– Quem foi o garoto que fez isso no seu pescoço? – Engoli em seco. – Não existe trabalho, não é? Perrie te ajudou a fugir para-
– Mãe! Eu não vou falar nada para você, entendo que gosta da verdade, mas isso não é saber a verdade. É invasão de privacidade, eu estou com dezessete anos e quis beijar alguém... eu beijei! – Norma suspirou. – Você quer que eu acredite que você engravidou do Karl com dezessete anos porquê queria. – Cruzei os braços. Minha mãe quem engoliu em seco, dessa vez.
– Esse garoto... ao menos ele tem uma família boa? Ele vai na igreja...? – Bufei. Odeio essa insistência em pensar que é um garoto... Assumir ser hétero que é bom nada.
– Não conheço a família-
– Jesus Cristo!
– Ai, mãe! Eu não estou beijando os pais da criatura, me deixa! – Resmunguei. Sem mais paciência, comecei a subir as escadas e no meio do caminho estaquei, ouvindo o nome que me arrepiará dos pés até a cabeça.
– E Perrie?
– O que tem ela? – Perguntei rapidamente.
– Você disse que iria para a casa dela fazer trabalho, você dormiu na casa dela, só que Perrie não parece o tipo de garota encrenqueira e eu não sei o que fazer-
– Que tal não fazer nada? – Minha mãe bufou. – Olha. Eu te prometo por todos os santos que não vou engravidar. Coloco minha fé nisso. – Ela assentiu. – Está bom? Posso aproveitar minha vida, agora? Perrie é legal sim, a gente dormiu no mesmo cômodo, se isso te consola. – Norma cruzou o braço.
– Qual o nome? – Franzi o cenho. – Qual o nome do rapaz, quero dizer.?
– Eu sei, só estou me certificando de que você realmente não entendeu que não estou afim de falar.
– Ah, aí tem problema...! Por que não fala?! Seu namorado está metido com alguma coisa perigosa? Eu conheço? Por nada é o Zayn- aquele garoto sempre deu encima de você! Fique longe de maconheiros daquele tipo, acaba sempre nas drogas-
– Bom, se um dia eu fumar qualquer coisa, a culpa vai ser somente minha, pois eu vou colocar o que for que seja na boca. Eu tenho raciocínio para escolher o que quero ou não, certo?
– Jade!
– Desculpa, eu estou cansada também. E não. Não é o Zayn- ele se quer está morando em Londres, mãe!
– Como sabe?
– Todo mundo sabe. – Norma permaneceu em silêncio. Ela parecia aflita, em uma guerra particular, provavelmente sobre continuar persistindo ou desistir. Acontece que de mim, ela não arrancaria mais nada.
– Eu estava pensando em tirar seu celular porque fiquei preocupada com as hipóteses-
– Mas-
– Calma! Tudo bem, não vou tirar. Só quero que tome cuidado com esses garotos, eu não aprovo de jeito maneiras você sair beijando por aí. Nossa família pode ficar mal falada-
– Eu não vou sair beijando por aí.
– Okay. Certo, bom, isso é bom. Muito bom.
– Já acabamos?
– Não. – Suspirei. – Vou te dar um mês para me contar. Caso contrário eu mesma descubro, e se eu não me agradar com o que eu souber... vai amarelar para o seu lado.
– Está brincando com a minha cara... – Bufei. Só não chorei, pois, a raiva era maior.
– Não. Eu não estou. Tudo bem que você já tem dezessete... beijou, matou a curiosidade, agora chega. Se preserve para o cara certo. – Sem esperar Norma terminar de falar, me virei e segui caminho pelas escadas, subindo até meu quarto e fechando a porta do mesmo em seguida.
O que eu fiz para merecer tudo aquilo?
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Saint || Jerrie G!P (+18)
Fanfiction*CONCLUÍDA* !PERRIE INTERSSEXUAL! Jade? Santa? Ah... Perrie não fazia idéia. Mas quem sabe o destino...? *** Inimigas. Você, certamente, já ouviu falarem que o amor anda ao lado do ódio... e você provavelmente também já leu alguma história, onde uma...