Capítulo Único - Pyeonji

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[PS: Recomendo ler ao som de DNA]

A carta estava entre seus dedos, balançando levemente conforme a brisa suave que entrava pela janela. Estava sozinha em seu quarto, observando a lua e divagando sobre os problemas que estavam se passando em sua vida. Ali, deitada naquela cama, observava com atenção o envelope de papel negro e intacto, com apenas uma inscrição em dourado: Para Jisoo.

A letra fora escrita com o mesmo capricho das cartas anteriores, e seus respectivos envelopes negros; todas as vezes, chegava em suas mãos através de uma criança presente nos shows, que ia até o camarim e lhe entregava o recado. Daquela vez, não havia sido diferente: fora uma menina, e lhe pedira que somente lesse quando estivesse sozinha e no hotel.

Com a curiosidade aflorando, Jisoo abriu o envelope, removendo de dentro dele uma folha branca com escritos em negro. Com calma, pôs-se à ler.

Para Jisoo

Esta não é minha primeira carta, mas sinto como se fosse. A cada palavra, tudo o que sinto altera-se, são centenas de sensações que nunca antes senti na vida; meu coração dispara, há uma revoada de mariposas – para não dizer borboletas – em minha barriga e sinto como se a qualquer momento esse sentimento saíra de meu peito e de minha mente, transbordando por meu ser. mas isto é estranho, e talvez você não compreenda tudo o que sinto.

Mas sei que você é uma garota esperta, e que, de algum modo, tem ideia do que estou passando. Não deve ser a primeira vez que algum cara lhe diz algo do gênero, mas quis ser mais autêntico: esta é minha décima terceira carta, e decidi que, temporariamente, será a última. Pelo menos, até que fique esclarecido o que está acontecendo comigo e com esse calor estranho no meu peito.

É estranho, não sei explicar. Você sabe que não sou bom com palavras, mas hei de tentar transcrever aqui o que está se passando. Toda vez que ouço o seu nome, ou vejo suas fotos na televisão, a minha mente entra em colapso. O meu coração parece que vai saltar para fora do peito e, céus, isso é tão confuso! Você acaba com a minha sanidade, Jisoo, sem sequer esforçar-se para isso.

É frustrante não ter controle de meus pensamentos. A todo momento, você está lá, sorrindo, cantando e dançando, me fazendo ficar por horas distraído e com a mente nas nuvens. Por isso dormir é tão bom; sonho contigo, sonho com a tua presença, o teu sorriso. Sonho com um abraço que nunca podemos trocar, com uma conversa que nunca podemos ter, com o simples fato de convivermos. É frustrante.

Me preocupo com minha sanidade. Tenho certeza que, se alguém daqui ver estas cartas, minha imagem – que tanto demore a construir – ruirá sem qualquer cerimônia. Hoje, enquanto escrevo, penso se realmente me importo com isso. Que minha imagem vá para o inferno, que eles pensem o que quiserem: eu caí nesta armadilha mortal que chamam de amor.

Sinto-me um idiota falando estas coisas, escrevendo por tantas linhas sem chegar onde quero. Sem dizer que esta será a última carta até que tudo se esclareça, até que fique claro para nós dois o que cada um sente. Li sua última carta e não pude evitar entristecer-me ao atear fogo nela, como se cometesse o maior dos pecados, como se, enquanto o fazia, minha alma fosse quebrando. E, literalmente, ela ia. Eu estou quebrando com este sentimento.

'Miane'. Eu falhei em manter esse sentimento só para mim, e acabei expondo-o para você sem saber se era apenas uma paixão unilateral. 'Kamsamnida'; você me salvou de mim mesmo. Agora, ateie fogo nisto e jogue tudo pela janela. O vento há de levar para longe tudo isto.

Se pôs de pé e foi até a cozinha, pegando o isqueiro e dirigindo-se até a sacada. Não hesitou em incendiar a folha e segurá-la pela ponta, soltando-a somente quando era praticamente cinzas. O vento a levou e, maravilhada pela visão, Jisoo aproximou-se da beira, fitando o brilho destacada dentre o céu pontilhado de estrelas.

- ya, você veio mesmo. Kamsamnida.

A jovem de fios castanhos olhou em direção ao chão, deparando-se com o amado na sacada do apartamento abaixo ao seu, sentado no parapeito da janela.

- anniong-haseyo, oppa. – ela disse, sorrindo boba ao perceber a rosa na mão do homem. – quer subir?

- achei que não me convidaria. Seus seguranças estão na porta, então deixe-me ir pela janela, sim?

Dera dois passos para trás, ainda incrédula – talvez pelo fato de estar no nono andar daquele prédio -, e logo viu o moreno erguer-se pela murada, adentrando na pequena área livre. Assim que se viram próximos, a menina abaixou a cabeça, sentindo o corpo tremular pela brisa que, de repente, tornara-se um vento um pouco mais gelado.

- você diz não saber lidar com palavras, mas cada carta consegue ser mais linda que a anterior. – ditara Jisoo, enquanto o mais alto aproximava-se, estendendo-lhe a rosa sem espinhos. Inalara seu perfume e suspirara, sorrindo em seguida. – kamsamnida.

- andei pensando, pequena. E de hoje não passa. – ele ajoelhara-se, sem pressa, e olhara-a no fundo de seus olhos. Sentia como se visse sua alma, seu olhar fitava-a como se fosse uma deusa digna de toda sua atenção. – Jisoo... saranghae.

Sem pressa, ela o imitara em seu ato, pondo-se de joelhos e acariciando sua bochecha.

- saranghae.

As bocas, sem pressa, uniram-se num selar que, aos poucos, evoluiu para um osculo embebido de volúpia e regado em paixão.

- kure, kure! – Rosé bradou do outro lado da porta, impaciente. – se apressem! Vou te esperar lá no quarto, Jisoo.

- "nos apressar?" – indagou a jovem de fios castanhos, encarando o, agora, namorado. Haviam passado boa parte da noite assistindo um dorama e, após tal, adormeceram na cama da menina.

- Rosé é uma boa amiga, ajudou-me com a reserva. Agora, com sua licença, - o moreno pusera-se de pé e vestira seu moletom, aproveitando-se que ainda era cedo e que ninguém o veria. Depositara um selar nos lábios da amada, prendendo uma mecha da franja dela atrás da orelha. – eu preciso ir. Se me atrasar para o ensaio de hoje, Namjoon hyung me mata. Até outra hora, minha princesa.

Antes de afastar-se, porém, entregou um papel à castanha, piscando discretamente.

- salve no seu celular. Me liga mais tarde.

Assim que o garoto saiu pela janela, ela pegou o celular, salvando o novo contato e enviando de imediato uma mensagem.

De: Jisoo

Para: Yoongi ^-^

Kamsamnida, oppa. Agora as cartas não serão mais necessárias.

-

De: Yoongi ^-^

Para: Jisoo

Você realmente acha isso?


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 - Postada também no Spirit Fanfics - 

Plágio é crime

Um abraço com cheirinho de morango, e até a próxima fanfic

Pyeonji - Oneshot (Suga x Jisoo)Where stories live. Discover now